Por Wilian César 08/01/2012 às 09:29
Um artigo sobre o nojento caso de racismo contra um menino negro dentro do restaurante Nonno Paolo, na Zona Sul de São Paulo.
Foto: Daniela Souza/Diário de São Paulo
Para quem não sabe, “Não somos racistas” é o nome de batismo de um livro escrito pelo famigerado e bem sucedido diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel. Na obra, o autor defende com unhas e dentes a ideia de que o Brasil realmente é um país não-racista.
Esse texto poderia ser mais uma resenha elaborada a respeito de tal aberração literária, porém, melhor do que perder tempo com utopias é mergulhar de cabeça na realidade.
Esse texto poderia ser mais uma resenha elaborada a respeito de tal aberração literária, porém, melhor do que perder tempo com utopias é mergulhar de cabeça na realidade.
O real interesse desta postagem é comentar sobre o nojento caso de racismo vivenciado por uma criança negra dentro da Pizzaria Nonno Paolo, na Zona Sul de São Paulo. Tudo aconteceu na última sexta-feira de 2011, quando um casal de espanhóis resolveu levar o filho adotivo para almoçar no estabelecimento após um passeio no Parque do Ibirapuera.
Enquanto os pais se serviam no bufê, o garoto etíope , de seis anos, aguardava sentado na mesa. Ao se deparar com o menino sozinho, o gerente do restaurante se dirigiu até ele e o expulsou do local.
Quando o casal retornou estranhou o sumiço de Shimeles e começou a procurá-lo, depois que outros clientes informaram o que havia acontecido a criança foi encontrada chorando na calçada. Os três então voltaram chorando para a casa da tia-avó que vive no Brasil.
Indignada com a situação, dona Aurora voltou ao Nonno Paolo com os sobrinhos para entender o que aconteceu, o gerente então teria dito que havia confundido o menino com um pedinte, porque ele não respondeu quando foi indagado sobre o que queria ali.
Detalhe: A criança fala o idioma catalão e não entende português.
Detalhe: A criança fala o idioma catalão e não entende português.
Nesse caso vergonhoso o país mais uma vez mostra a sua cara racista para o mundo. É uma tremenda hipocrisia o papo de que a igualdade racial já foi alcançada. O pensamento do gerente do Nonno Paolo está escondido dentro da alma de muitos brasileiros, não em todos, mais em boa parte.
Será que se o menino fosse um loirinho de olhos azuis nós estaríamos contando essa história aqui ?
Será que se o menino fosse um loirinho de olhos azuis nós estaríamos contando essa história aqui ?
Tomara que a nossa Justiça -famosa por impunidades em situações semelhantes- saiba punir de forma exemplar o preconceituoso da vez.
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