sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Teoria da escola dualista

 A teoria da escola dualista é uma abordagem crítica da educação que argumenta que a escola reproduz as desigualdades sociais e econômicas existentes na sociedade. Essa teoria sugere que o sistema educacional é dividido em duas escolas distintas, a escola acadêmica e a escola vocacional. A escola acadêmica é vista como a via principal para os estudantes que se destinam a seguir carreiras intelectuais e profissões de status, enquanto a escola vocacional é vista como a escola para estudantes destinados a ocupações menos valorizadas.

De acordo com essa teoria, a escola acadêmica está disponível apenas para os estudantes que têm acesso a recursos sociais e econômicos, como capital cultural e capital financeiro. Já a escola vocacional é frequentada pelos estudantes que não possuem esses recursos e são destinados a trabalhos manuais e menos qualificados. A teoria da escola dualista sugere que a escola reproduz a estrutura de classes da sociedade, e não oferece oportunidades iguais para todos os estudantes.

Essa teoria é uma das críticas mais importantes à educação, pois destaca como a escola pode ser um mecanismo de reprodução de desigualdades sociais e econômicas. A teoria da escola dualista é especialmente importante para entender como a educação pode afetar a mobilidade social e econômica em uma sociedade.

lucinhahb (Lúcia Helena Barbosa Ávila) #eusouprofessorautora


FONTES:
  • SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Editora Cortez, 2011.

  • FRIGOTTO, G. Escola "sem" partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. São Paulo: Editora UNESP, 2016.

  • SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.

  • ALENCAR, E. S. O mito da educação no Brasil: uma análise crítica da política educacional. São Paulo: Editora Cortez, 2016.

  • ARROYO, M. G. Escola básica e luta social: a escola como espaço político-pedagógico. Campinas: Editora da UNICAMP, 2014.

Avaliação diagnóstica, formativa e somativa alinhada à BNCC


A avaliação é uma prática fundamental para a garantia da qualidade da educação. Com a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), torna-se necessário que as avaliações estejam alinhadas aos objetivos e competências definidos na BNCC. Nesse sentido, é importante compreender as três principais formas de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa, e como elas podem ser aplicadas em consonância com a BNCC.

A avaliação diagnóstica é realizada no início do processo de ensino-aprendizagem, com o objetivo de identificar as habilidades, conhecimentos e dificuldades dos estudantes em relação aos objetivos de aprendizagem estabelecidos pela BNCC. Essa avaliação permite que os educadores planejem estratégias de ensino mais adequadas para as necessidades dos estudantes e ajustem o ritmo e a complexidade das atividades.

A avaliação formativa ocorre durante todo o processo de aprendizagem, permitindo que os estudantes recebam feedbacks contínuos e possam aprimorar suas habilidades e competências. Através dessa avaliação, os educadores podem identificar pontos que precisam ser trabalhados e, assim, adaptar o planejamento pedagógico. A avaliação formativa é uma ferramenta importante para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes e para a promoção do protagonismo e da autonomia.

Por fim, a avaliação somativa é realizada ao final de um período de aprendizagem e tem como objetivo avaliar o desempenho dos estudantes em relação aos objetivos estabelecidos pela BNCC. Essa avaliação é importante para aferir se os estudantes conseguiram desenvolver as habilidades e competências previstas, permitindo que os educadores façam ajustes em seu planejamento para o próximo período de aprendizagem.

Em resumo, a avaliação diagnóstica, formativa e somativa são práticas essenciais para o processo de ensino-aprendizagem, e devem estar alinhadas aos objetivos e competências definidos na BNCC. A avaliação diagnóstica permite que os educadores planejem estratégias de ensino mais adequadas às necessidades dos estudantes, enquanto a avaliação formativa permite que os estudantes aprimorem suas habilidades e competências ao longo do processo. Já a avaliação somativa permite avaliar o desempenho dos estudantes ao final do processo de aprendizagem. Todos esses tipos de avaliação são importantes para a promoção de uma educação de qualidade e para o desenvolvimento integral dos estudantes.

Por: Lúcia Helena Barbosa Ávila

#eusouprofessoraautora

FONTES:

  • Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017.

  • Brasil. Ministério da Educação. Orientações Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2010.

  • Cunha, M. I. Avaliação educacional: caminhando pela contramão. Petrópolis: Vozes, 2012.

  • Hoffmann, J. Avaliação mediadora: uma prática da construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1998.

  • Luckesi, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2011.

Cultura Digital segundo a BNCC

 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que estabelece as diretrizes para a educação básica no Brasil. Entre os seus objetivos está o de promover a formação integral dos estudantes, contemplando não apenas as habilidades e conhecimentos específicos de cada área, mas também competências socioemocionais e habilidades para a vida.

A cultura digital é uma das competências presentes na BNCC, e diz respeito ao desenvolvimento de habilidades e atitudes necessárias para lidar com a tecnologia e o mundo digital. De acordo com o documento, os estudantes devem ser capazes de compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de maneira crítica, responsável e criativa.

Isso implica em diversas habilidades, tais como o uso consciente de dispositivos digitais, a compreensão das implicações da tecnologia na vida pessoal e social, a capacidade de buscar e avaliar informações de fontes confiáveis, a habilidade de se comunicar de forma clara e efetiva através de meios digitais, e a capacidade de criar projetos e soluções utilizando a tecnologia.

A cultura digital também envolve questões éticas e de cidadania digital. Os estudantes devem compreender a importância de respeitar os direitos autorais e a privacidade, bem como de se comportar de forma segura e respeitosa em ambientes virtuais. Além disso, a cultura digital também pode ser uma ferramenta para promover a inclusão social e combater desigualdades, já que o acesso à tecnologia e a habilidade de utilizá-la podem ser determinantes para a participação plena na sociedade.

É importante ressaltar que a cultura digital não se limita a uma disciplina específica, mas deve estar presente em todas as áreas do conhecimento. Isso significa que, por exemplo, um professor de história pode utilizar recursos digitais para tornar o aprendizado mais interativo e envolvente, ou um professor de matemática pode utilizar jogos digitais para ensinar conceitos.

Em resumo, a cultura digital é uma competência essencial para os estudantes do século XXI, e sua inclusão na BNCC reflete a importância que a tecnologia e o mundo digital têm na vida contemporânea. Ao desenvolver essa competência, os estudantes estarão mais preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mundo digital.

(lucinhahb) Lúcia Helena Barbosa Ávila #eusouprofessoraautora




FONTES:

  1. Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

  2. BATISTA, Ana Paula G.; LIMA, Fátima F. Cultura digital na BNCC: uma análise das competências. Revista Brasileira de Tecnologia Educacional, v. 30, e202128, 2019.

  3. MACHADO, Lilian; MOROSINI, Marília. Cultura digital na BNCC: desafios e possibilidades para a educação. In: Fórum Internacional de Pedagogia Social, 3., 2019, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre: UFRGS, 2019.

  4. KOSCIUK, Daniel. A cultura digital na Base Nacional Comum Curricular: desafios para a educação brasileira. Revista Docência e Cibercultura, v. 3, n. 1, p. 97-110, 2019.

  5. MELLO, Rodrigo Assis. Cultura digital na BNCC: possibilidades e desafios para a educação. In: ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 5., 2019, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2019.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

'Geography Planet': a página que ensina geografia por meio de memes

Trabalhar conceitos e temas geográficos com memes é um dos objetivos da página "Geography Planet", criada pelo estudante Vitor Colleto, de 21 anos, que cursa Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Fundado em 2018, o projeto soma, hoje, mais de 44 mil seguidores no Instagram e, desde então, vem contribuindo para com a educação geográfica digital de pessoas em diferentes níveis de ensino. 

Com memes que abordam assuntos de Geografia tanto do Brasil quanto do mundo, inclusive valendo-se de um viés crítico, o conteúdo do perfil "Geography Planet" (@geography.planet) apresenta um recurso que pode ser utilizado como instrumento de aprendizagem de geografia, inspirando professores a utilizarem o mesmo em sala de aula - desde o ensino fundamental até o doutorado - e até alunos a interagirem com o mundo dos memes que, também, pode ser educativo. 

Relatos de professores que utilizam os memes e outros formatos de conteúdos da 'Geography Planet' em sala de aula / Fotos: Acervo pessoal

Assim, o conteúdo memético nas redes sociais de Vitor consegue dialogar com diferentes níveis de conhecimento através de uma linguagem simples e descontraída.

Natural de Santo Ângelo e atualmente residente em Santa Maria, ambas cidades no Estado do Rio Grande do Sul, Vitor conta que criou o perfil no Instagram antes mesmo de entrar no curso de Geografia. 

Em entrevista ao Geografia e Atualidades, ele relata: "Foi quando ainda estava no Ensino Médio que criei o perfil, sempre gostei de geografia e fui muito atento às dinâmicas do mundo e do País. Decidi criá-lo para ser um meio onde poderia não só receber conteúdos, como também criar e divulgar os meus. Os memes vieram um pouquinho depois, e hoje são a principal marca da 'Geography Planet'". 

"Entre os objetivos do projeto, um deles, talvez seja o principal, é mostrar para crianças, jovens e adultos que a Geografia não é algo chato como há muito tempo se pensou, pelo contrário, é possível aprendê-la e ensiná-la com memes - ou, como gosto de chamar, (geo)memes"

Além de fazer com que educadores e educandos percebam as potencialidades educativas dos memes, o estudante relata que tem o objetivo de aproximar a linguagem memética dos saberes geográficos discutidos na Academia. Isso porque, segundo ele, "os memes estão em evidência"

"E, por estarem em evidência, é preciso que eles ocupem diferentes cenas de discussão, entre elas os espaços acadêmicos", completa o rapaz. 

Tratando os conteúdos de geografia de forma descontraída e jocosa como é típico dos memes, Vitor não deixa também de chamar atenção, com seriedade, para temas da ordem do dia, muito dos quais são sensíveis. "A Geografia contempla o estudo do espaço geográfico, ou seja, não tem como falar de geografia sem mencionar as inúmeras questões que envolvem a organização desses espaços, como a política. Por isso, junto às finalidades educativas da página, entendo que esta tem (e deve ter) um compromisso com a cidadania", explica. 

A "Geography Planet" conquista grande parte dos seguidores através dos memes, a principal marca da página, mas também consegue abordar temas acadêmicos em formatos diferentes, seja em vídeos com referência a nomes clássicos da ciência geográfica, seja em outros quadros que desenvolve na página, como o 'GP Explica'. 

Além da criação de conteúdo, Vitor cuida da avaliação do conteúdo das redes sociais, repercussão e fechamento de parcerias. "É tudo feito de maneira independente, pelo prazer em contribuir com a divulgação e democratização do conhecimento geográfico gratuitamente e com qualidade"

"Me satisfaz saber que o conteúdo da 'Geography Planet' é capaz de ajudar tanta gente, que jamais imaginei alcançar". 

Presente há quase cinco anos no Instagram, em 2022, Vitor decidiu inovar e ampliar as fronteiras da "Geography Planet" para outra rede social, o TikTok (@geographyplanetreal), bastante em alta na atualidade. Sobre isto, ele conta: "É um projeto pioneiro, assim como foi no Instagram cinco anos atrás. Estou iniciando nessa nova plataforma, espero que seja ainda mais promissor". 

Fotos: Acervo pessoal/Vitor Colleto. 

sábado, 11 de fevereiro de 2023

O que é albedo?

A quantidade de luz solar que está sendo refletida ou absorvida pela Terra é uma das forças motrizes para o tempo e o clima. 

O poder de reflexão de uma superfície é conhecido como albedo ou coeficiente de radiação. O albedo é um conceito importante para o cálculo da refletividade de superfícies.

A radiação solar, ao atingir qualquer objeto da superfície terrestre, sofrerá uma mudança de direção e é refletida novamente para o espaço. Esta energia refletida por esse objeto para o espaço é conhecida como albedo.

Cada corpo tem um albedo característico. Quanto mais claro é um corpo/superfície, maior é o índice (percentual) de albedo, caso da neve que tem albedo alto, por exemplo.

O inverso também ocorre, existindo corpos com baixo valor de albedo. Nesse caso, quanto menor o albedo, mais energia a partir do Sol é absorvida, como, as superfícies de objetos com coloração escura (exemplo: o asfalto).

Observe as imagens a seguir e conheça o albedo de algumas superfícies:

Albedo dos corpos físicos - Copyright © 2023, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados.
Albedo dos corpos físicos - Copyright © 2023, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados.

Curiosidade #ParaSaberMais - Os satélites, em órbita geoespacial, capturam imagens pelo albedo dos corpos físicos e, com isso, conseguem distinguir áreas de cultivo agrícola e pastagens, florestas, corpos d'água, rodovias, casas e entre outros elementos do espaço físico. 

Ou seja, obtém-se por meio do albedo informações sobre os diferentes mosaicos de paisagens que constituem a superfície do Planeta Terra, porque, como cita o geógrafo Denis Cosgrove, "a geografia está em toda parte". 

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