segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PARA O ENEM: MANIFESTAÇÕES SOCIAIS- PARTE II


OUTONO BRASILEIRO

Queridos (as) alunos (as), em 2010 assistimos  a Primavera Árabe e agora chegou a vez do Brasil com o Outono Brasileiro. Em véspera de Copa do mundo, nada mais inoportuno para a cúpula do governo, do que assistir a esse cenário de manifestações e demonstrações de descontentamento com a política governamental, no que se refere às necessidades básicas da população, como por exemplo, a demanda por educação, transporte, saúde e segurança.

O Outono Brasileiro tem em comum com a Primavera Árabe, o descaso do governo em relação aos direitos fundamentais da população em geral. Nesse sentido, ganham destaque na mídia mundial.
As pesquisas indicam que 80% dos participantes nas manifestações não têm identificação partidária, compatível com os resultados das pesquisas nacionais onde somente 20% apresentam identificação com partidos políticos.
Ou seja: temos nas manifestações uma amostra então crescente e representativa da população brasileira, onde 75% apoiam as manifestações. Estatisticamente, 1 milhão de pessoas representa uma amostra com margem de erro de 1/10 de 1% para o total da população de 190 milhões no pais, como movimento geral.

Na literatura das ciências sociais, alguns autores indicam que os problemas nascem na economia, se generalizam no social e se transformam no político.
No Brasil, a origem das manifestações tem por causa principal o crescimento da inflação e a falta de serviços públicos minimamente adequados na saúde, educação e transporte, contrastados com os gastos para a Copa, como denominador comum dos recentes problemas sociais.

Após uma década de controle da inflação e de políticas bem sucedidas na implantação de programas sociais e da política de crédito, temos hoje por quase dois anos o crescimento do PIB em aproximadamente 1% e inflação de 6% anuais, totalizando a diminuição em cerca de 10% do poder de compra, com a crise econômica corroendo os salários, retornando parte do eleitorado à linha de pobreza.

Nas pesquisas, saúde, educação, segurança, transporte e corrupção são apontados como os principais problemas, observando-se o cansaço em relação à falta de políticas públicas e a questões de ética.

Em grupos de discussão, os gastos com a Copa são fortemente criticados por todas as classes sociais, gerando a dicotomia entre o espetáculo do primeiro mundo e a ausência de políticas públicas.
A recente queda de popularidade de Dilma Rousseff abaixo dos níveis que garantem a reeleição é um indicador político da variabilidade do eleitorado.

É certo que o novo movimento social brasileiro, que poderá vir a se organizar na forma de representação da cidadania, atinge os três níveis de poder, com contornos específicos em cada manifestação, como mostram a tomada do teto do Congresso Nacional em Brasília, os ataques à Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro, e a tentativa de invasão da Prefeitura em São Paulo.

Mas é o Governo Federal, a instituição executiva responsável e capaz de promover os grandes programas de transformação social, a depositária última das manifestações sociais.
Nas Eleições Presidenciais de 2010, Dilma obteve 35% dos votos do total do eleitorado no 1º turno, Serra 24%, e Marina 14%, com 25% de abstenção, brancos e nulos.

No 2º turno, Dilma obteve 41% dos votos no total do eleitorado, e Serra 32%, com 27% de abstenção, bancos e nulos. Em votos válidos, Dilma obteve 56% e Serra 44%, com margem de 6% do eleitorado decidindo as eleições.

Em pesquisa com os participantes do movimento em São Paulo, Joaquim Barbosa obtém 30% das preferências, Marina 20%, Dilma 10%, Aécio 5%, e Eduardo Campos 1%.

Com o movimento social, o voto da esperança no PT perde sua intensidade.
O Outono Brasileiro terá consequências nas eleições presidenciais de 2014. Embora com críticas à classe política em geral, o movimento social espontâneo contra o status quo terá nas oposições, como formas institucionalizadas de voto, os maiores catalisadores do descontentamento, com resultados imprevisíveis no momento.
Fonte: Ricardo Guedes, Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago, é diretor-presidente do Instituto de Pesquisa Sensus. -Adaptado.

Para o ENEM: temas de caráter social- parte I

Queridos (as) alunos (as), é bem provável que o ENEM cobre temas de caráter social, como por exemplo, as manifestações ocorridas aqui no Brasil, mas é importante analisar o contexto histórico mundial. Nesse sentido, faz-se necessário investigar as causas dessas manifestações em âmbito global.

A PRIMAVERA ÁRABE


A Primavéra Árabe é caracterizada por ser um período de transformações históricas da política mundial. É a onda de protestos ocorridas no Oriente Médio e norte do continente africano em que a população foi às ruas para tirar ditadores do poder, autocratas que assumiram o controle de seus países durante várias e várias décadas.
Esse conjunto de manifestos começou em 2010 na Tunísia, com a derrubada do ditador Zine El Abidini Ben Ali. Em seguida, a onda de protestos se arrastou para outros países. No total, entre países que passaram e que ainda estão passando por suas revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia, Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Jordânia e Omã. Veja abaixo as principais informações a respeito de cada uma dessas revoluções.
Tunísia: Os protestos na Tunísia, os primeiros da Primavera Árabe, foram também denominados por Revolução de Jasmin. Essa revolta ocorreu em virtude do descontentamento da população com o regime ditatorial, iniciou-se no final de 2010 e encerrou-se em 14 de Janeiro de 2011 com a queda de Ben Ali, após 24 anos no poder.
O estopim que marcou o início dessa revolução foi o episódio envolvendo o jovem Mohamed Bouazizi, que vivia com sua família através da venda de frutas e que teve os seus produtos confiscados pela polícia por se recusar a pagar propina. Extremamente revoltado com essa situação, Bouazizi ateou fogo em seu próprio corpo, marcando um evento que abalou a população de todo o país e que fomentou a concretização da revolta popular.
Líbia: a revolta na Líbia é conhecida como Guerra Civil Líbia ou Revolução Líbia e ocorreu sob a influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura de Muammar Kadhafi. Em razão da repressão do regime ditatorial, essa foi uma das revoluções mais sangrentas da Primavera Árabe. Outro marco desse episódio foi a intervenção das forças militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), comandadas, principalmente, pela frente da União Europeia.
O ditador líbio foi morto após intensos combates com os rebeldes no dia 20 de Outubro de 2011.
Egito: A Revolução do Egito foi também denominada por Dias de FúriaRevolução de Lótus eRevolução do Nilo. Ela foi marcada pela luta da população contra a longa ditadura de Hosni Mubarak. Os protestos se iniciaram em 25 de Janeiro de 2011 e se encerraram em 11 de Fevereiro do mesmo ano. Após a onda de protestos, Mubarak anunciou que não iria se candidatar novamente a novas eleições e dissolveu todas as frentes de estruturação do poder. Em Junho de 2011, após a realização das eleições, Mohammed Morsi foi eleito presidente egípcio.
Argélia: A onda de protestos na Argélia ainda está em curso e objetiva derrubar o atual presidenteAbdelaziz Bouteflika, há 12 anos no poder. Em virtude do aumento das manifestações de insatisfação diante de seu mandato, Bouteflika organizou a realização de novas eleições no país, mas acabou vencendo em uma eleição marcada pelo elevado número de abstenções. Ainda existem protestos e, inclusive, atentados terroristas que demonstram a insatisfação dos argelinos frente ao governo.
Síria: Os protestos na Síria também estão em curso e já são classificados como Guerra Civil pela comunidade internacional. A luta é pela deposição do ditador Bashar al-Assad, cuja família encontra-se no poder há 46 anos. Há a estimativa de quase 20 mil mortos desde que o governo ditatorial decidiu reprimir os rebeldes com violência.
Há certa pressão por parte da ONU e da comunidade internacional em promover a deposição da ditadura e dar um fim à guerra civil, entretanto, as tentativas de intervenção no conflito vêm sendo frustradas pela Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e muitos interesses na manutenção do poder de Assad. Existem indícios de que o governo sírio esteja utilizando armas químicas e biológicas para combater a revolução no país.
Bahrein: Os protestos no Bahrein objetivam a derrubada do rei Hamad bin Isa al-Khalifa, no poder há oito anos. Os protestos também se iniciaram em 2011 sob a influência direta dos efeitos da Revolução de Jasmim. O governo responde com violência aos rebeldes, que já tentaram atacar, inclusive, o Grande Prêmio de Fórmula 1. Registros indicam centenas de mortos durante combates com a polícia.
Marrocos: A Primavera Árabe também ocorreu no Marrocos. Porém, com o diferencial de que nesse país não há a exigência, ao menos por enquanto, do fim do poder do Rei Mohammed VI, mas sim da diminuição de seus poderes e atribuições. O rei marroquino, mediante os protestos, chegou a atender partes das exigências, diminuindo parte de seu poderio e, inclusive, nomeando eleições para Primeiro-Ministro. Entretanto, os seus poderes continuam amplos e a insatisfação no país ainda é grande.
Iêmen: Os protestos e conflitos no Iêmen estiveram em torno da busca pelo fim da ditadura de Ali Abdullah Saleh, que durou 33 anos. O fim da ditatura foi anunciado em Novembro de 2011, em processo marcado para ocorrer de forma transitória e pacífica, através de eleições diretas. Apesar do anúncio de uma transição pacífica, houve conflitos e repressão por parte do governo. Foram registrados também alguns acordos realizados pelos rebeldes com a organização terrorista Al-Qaeda durante alguns momentos da revolução iemenita.
Jordânia: A Jordânia foi um dos últimos países, até o momento, a sofrer as influências da Primavera Árabe. Revoltas e protestos vêm ocorrendo desde a segunda metade de 2012, com o objetivo de derrubar o governo do Rei Abdullah II, que, com receio da intensificação da Primavera Árabe em seu país, anunciou no início de 2013 a realização de novas eleições. Entretanto, o partido mais popular do país, a Irmandade Muçulmana, decidiu pelo boicote desse processo eleitoral diante das frequentes denúncias e casos comprovados de fraudes e compras de votos.
Omã: Assim como no Marrocos, em Omã não há a exigência do fim do regime monárquico do sultão Qaboos bin Said que impera sobre o país, mas sim a luta por melhores condições de vida, reforma política e aumento de salários. Em virtude do temor do alastramento da Primavera Árabe, o sultão definiu a realização das primeiras eleições municipais em 2012.
O sultão vem controlando a situação de revolta da população do país através de benesses e favores à população. Apesar disso, vários protestos e greves gerais já foram registradas desde 2011.

FONTE: BRASIL ESCOLA/ ADAPTADO

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

PARA O ENEM: A DITADURA MILITAR EM CONTEXTO DE GUERRA FRIA

Queridos estudantes, os vestibulares e o ENEM, costumam cobrar os conteúdos de forma contextualizada. Nesse sentido, é importante sair da forma tradicional de estudar, ou seja, é necessário, especialmente na Geografia, buscar o entendimento no processo histórico e, ao mesmo tempo, relacionar com os fenômenos naturais e sociais ocorridos na contemporaneidade.
A partir do entendimento do processo histórico será fácil identificar as transformações na distribuição do espaço geográfico, assim como, identificar a ideologia da sociedade atual.
Nessa linha de raciocínio, para o entendimento da política atual brasileira, é necessário compreender o que se passa em âmbito mundial, nesse momento, a partir da ditadura militar e da Guerra Fria.

Entendendo o processo histórico:
A partir de 1961: 
a - Construção do Muro de Berlim;
b- Cuba se declara socialista: os Estados Unidos (capitalista) se preocupa, pois Cuba faz parte de sua área de influência. Nesse contexto, os Estados Unidos direcionam sua atenção à América Latina. Em consequência desse fato ocorre a invasão da Baía dos Porcos, no sul de Cuba. Os Estados Unidos tentam derrubar o regime socialista cubano, mas fracassam. Ocorre a aproximação de Cuba com a União Soviética (socialista).
1962 é considerado o ano mais tenso da história, pois os Estados Unidos e a União Soviética quase declaram guerra. A União Soviética começa a construir uma base de mísseis em Cuba. Os Estados Unidos reagem e começam a pressionar a União Soviética para que parem com a construção da base. Nesse momento, surge uma grande tensão diplomática entre os dois países com o intuito de se decidir o que será feito. A iminência da guerra é praticamente inevitável, contudo, graças a habilidade política de John Fitzgerald Kennedy (presidente dos Estados Unidos) e Nikita Krushchov (primeiro- ministro da União Soviética), acabaram fazendo um acordo.  A partir daí os Estados Unidos começam a prestar mais atenção na América Latina, o que torna difícil não ser aliado dos Estados Unidos. É nesse contexto histórico que, o então presidente do Brasil, João Goulart (Jango) conhecido como o herdeiro da ideologia nacionalista de Getúlio Vargas, passa a ser entendido como antiamericano ou comunista, mesmo não sendo comunista. Por esse motivo o governo de Jango vai passar por dificuldades, pois sua aproximação com os setores populares vai causar descontentamento aos segmentos mais conservadores da sociedade (a oposição). 
Nos primeiros três meses de 1964 a radicalização política chegou ao seu auge. A sociedade se dividiu a favor ou contra o governo de Jango, que fez uma proposta polêmica a partir de um conjunto de reformas estruturais no Brasil que pregam a reforma administrativa, tributária, reforma agrária, educacional e urbana, ou seja, reformas de base. Foi o início do golpe de 1964 e o surgimento de duas posições: uma de apoio ao governo e outra contra o presidente:
a) O Comício Central do Brasil (em apoio ao presidente) e a favor da reforma de base, no Rio de Janeiro (dia 13 de março).
b) A Marcha da família com Deus pela Liberdade (seis dias depois do comício), em São Paulo (dia 19 de março): apoiada pela igreja católica, conservadores, civis e militares.
A Reforma Agrária foi o principal motivo que levou a queda de Jango.
Em 31 de março para 1º de abril de 1964 ocorre o GOLPE CIVIL-MILITAR (os civis apoiam os militares). A invasão do exército em Juiz de Fora próximo ao Rio de Janeiro, liderada pelo comandante Olímpo Morão Filho, faz com que Jango fuja para o Rio Grande do Sul ( seu estado natal). Por não entender o contexto da Guerra Fria, João Goulart acreditava que seria reeleito da mesma forma que Getúlio Vargas, mas isso não aconteceu.
Foram planejadas uma sequência de marchas para pressionar Jango a sair do governo, mas isso não foi necessário, pois o golpe aconteceu na primeira marcha. A segunda marcha iria acontecer em 2 de abril. Ocorreu, mas com uma denominação diferente: a Marcha da Vitória (antes Marcha da Família com Deus pela Liberdade) celebrando o golpe que havia sendo dado no país.
Na opinião dos civis que apoiavam os militares, o golpe seria dado para salvar as pessoas e resgatar o Brasil do caos econômico e político em que o país vivia. E segundo eles, somente os militares poderiam consertar o Brasil.

Foram 21 anos de regime militar, sendo 5 presidentes:
1- CASTELO BRANCO (1964- 1967)- Moderado
1º ATO INSTITUCIONAL (1964): documento que faz previsão de eleições pro ano seguinte, o que não acontece.
2º ATO INSTITUCIONAL (1965): o BIPARTIDARISMO: ARENA: civis favoráveis ao militarismo; MDB: oposição moderada (não pode fazer críticas fortes).
Em 1967 é convocada uma nova Assembleia Constituinte.

2- COSTA E SILVA (1967- 1969- linha dura
Em 1968: DITADURA (é importante relacionar com outras partes do mundo: revolta dos estudantes, no Japão; Nos EUA: revoltas dos negros, das feministas, grande guerra civil. Na França revolta dos trabalhadores e Guerra do Vietnã nos EUA.)
Passeata dos cem mil em que o seu estopim foi um estudante (Edson Luis) morto por engano no restaurante universitário do RJ, em que a polícia militar atira sem questionar. 
Costa e Silva reage de forma drástica criando o 5º Ato Institucional:
- Fechamento do Legislativo;
- Cassação de Mandatos;
- Fim do Habeas Corpus;
- Proibição das Manifestações;
- Liberdade vigiada- SNI (Agência Brasileira de Inteligência) que procura punir pessoas contrárias à ideologia do governo.

3- MÉDICI (1969- 1973)- linha dura
O milagre econômico: o PIB cresce 14%, atualmente o crescimento é de 2%; as multinacionais recebem desconto fiscal; as pessoas possuem empregos.
É o auge da repressão, pois o Brasil desenvolve muito sua economia, mas muitas pessoas são presas e torturadas. Por ironia, é o momento de maior apoio ao governo.
Em 1973- A crise do petróleo e a crise no milagre econômico. Aumento da inflação e aumento da dívida externa (os países credores começam a cobrar juros altos).
A partir desse momento a população passa a não apoiar mais o governo. 

4- GEISEL (1974- 1979)- Moderado
- Fim do AI 2: Fim do Bipartidarismo- ARENA vira PDS; MDB vira PT, PTB, PMDB e PDT
- Fim do AI (1978):
- Lei da Anistia

5-  FIGUEIREDO (1979- 1985)- Moderado

!985 Tancredo Neves é eleito e morre. Assume o vice (ARENA) José Sarney, hoje senador do Amapá.
Saiba mais: COMISSÃO DA VERDADE, DÍVIDA EXTERNA

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL:
Queridos (as) alunos (as), é de suma importância saber relacionar a degradação ambiental com o processo recente de expansão das atividades produtivas. Nesse sentido, é preciso descrever a evolução da atuação do poder público na proteção do patrimônio ambiental brasileiro. A partir da reflexão sobre as principais políticas regulatórias das estruturas e das indutoras do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, analisar as características das Unidades de Proteção Integral e as de Uso Sustentável, além de fazer uma avaliação do manejo sustentável.

Política ambiental  pode ser entendida como um conjunto de normas, leis e ações públicas que visam à preservação do meio ambiente em um determinado território. No Brasil, só na década de trinta o país inicia um período de consolidação de investimentos públicos e privados em grandes obras de infra-estrutura. Nessa época não se falava em desenvolvimento sustentável, contudo, já havia uma vertente de política ambiental orientada apenas para preservação. Existia um movimento de políticos, jornalistas e cientistas que se organizavam para discutir políticas de proteção ao patrimônio natural Esses grupos contribuíram para elaboração do primeiro Código Florestal Brasileiro em 1934 – instituído pelo Decreto 23793/1934 – onde eram definidas bases para proteção dos ecossistemas florestais e para regulação da exploração dos recursos madeireiros.

As primeiras ações governamentais em prol da preservação ambiental no Brasil pautaram-se na criação de parques nacionais, localizados em pontos onde ocorriam as expansões agrícolas e os consequentes processos de desmatamento. Destacou-se, nesse entremeio, a criação do Parque Nacional de Itatiaia (na divisa de Minas Gerais e Rio de Janeiro), do Parque de Iguaçu (entre o Paraná e a Argentina) e da Serra dos Órgãos (também no estado do Rio de Janeiro). Além disso, foi elaborado, em 1934, o primeiro Código Florestal Brasileiro para regulamentar o uso da terra no sentido de preservar o meio natural.
No entanto, graças ao processo de expansão industrial que se intensificou no país a partir da década de 1950 – quando o objetivo era atrair indústrias estrangeiras e impulsionar o desenvolvimento econômico financeiro do país –, as políticas ambientais foram deixadas de lado e, consequentemente, seus avanços estagnaram.

Na década de 1960, ocorreu promulgação do Novo Código Florestal Brasileiro, que estabelecia alguns novos parâmetros, como a criação das APPs (Áreas de Proteção Permanente) e a responsabilização dos produtores rurais sobre a criação de reservas florestais em seus terrenos.
Graças às pressões realizadas pelos movimentos ambientalistas, além da realização da Conferência de Estocolmo de 1972, o Brasil retomou o emprego de ações direcionadas a ampliar a política ambiental no país. A primeira grande atitude foi a criação, no ano de 1973, da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), cuja orientação girava em torno da preservação do meio ambiente e da manutenção dos recursos naturais no Brasil.

Na década de 1980, outros órgãos foram criados, como o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e um órgão voltado para a fiscalização, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a política ambiental no Brasil conheceu os seus maiores avanços quando foi elaborada aquela que é considerada uma das leis ambientais mais avançadas em todo o mundo. Tal referência deve-se, principalmente, ao fato de a legislação abarcar tanto os deveres dos cidadãos quanto das empresas, instituições e o próprio governo. A crítica, a partir de então, deixou de ser direcionada sobre a legislação, passando a questionar acerca de sua aplicação, uma vez que inúmeros crimes ambientais – sobretudo aqueles cometidos por grandes empresas – geralmente acabam sem punição.

Em 2010, no entanto, houve uma nova polêmica envolvendo a política ambiental, com a elaboração de um Novo Código Florestal, que é considerado pelos grupos ambientalistas um retrocesso na legislação brasileira em relação ao meio ambiente. Entre os pontos polêmicos, está a redução das áreas das APPs e a anistia a crimes ambientais praticados por latifundiários.


Fontes: Brasil Escola e revista Eco 21 (adaptado)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

UM BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;

A postura capitalista ampliada a partir da consolidação da Revolução Industrial provocou vários danos ao meio ambiente, como a extinção de espécies, as chuvas ácidas, o aquecimento global, etc., E com isso, o surgimento de uma consciência ambiental associada à defesa de uma atitude alternativa e pacifista que se opunha à noção de desenvolvimento a qualquer custo, trazendo as primeiras noções de sustentabilidade. No entanto, é preciso visualizar que as raízes desta discussão, além de estarem relacionadas às necessidades sociais de combate à miséria e de preservação do meio ambiente, também se relacionavam com a própria necessidade de adaptação dos mercados cuja produção dependia da matéria-prima.
Paulatinamente, essa noção de desenvolvimento sustentável foi sendo incorporada às conferências ambientais ocorridas em âmbito mundial aprovadas por mais de 160 países presentes na Eco-92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. No ano de 2002, na Rio +10, Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em Johanesburgo, África do Sul, de maneira mais sistemática, foi discutido o que seria o tripé de apoio de uma empresa sustentável, que difere da simples noção de responsabilidade social, tomada apenas como um passo na direção da sustentabilidade.
O parâmetro antigo de desenvolvimento sustentável, que se relacionava com o patrimônio e com o lucro de uma empresa, país ou estado, transforma-se na noção de um tripé de sustentabilidade que, além do aspecto econômico, preza a análise dos impactos ambientais e sociais do desenvolvimento. Este tripé constitui-se basicamente em três aspectos: Pessoas, Planeta e Lucro, reconhecidos pela sigla PPL ou, no inglês, PPP (People, Planet and Proift).

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

BRICS (Países emergentes)

Queridos (as) alunos (as), vivemos em uma época em que, mesmo que não queiramos, recebemos informações de todas as partes do globo terrestre. Por isso é importante, além de nos informarmos, compreender tais informações. Nesse sentido, ao ficarmos sabendo de uma notícia, devemos entender todos os termos evidenciados nessa informação.
BRICS: Brasil, Rússia, India, China e África do Sul- são os países emergentes, ou seja, países que possuem em comum uma economia crescente. São países industrializados, mas que não possuem um desenvolvimento humano compatível com o dos países desenvolvidos (países de 1º Mundo). Em suma, são nações que agregam características de países de 1º e de 2º Mundo.
Analise a notícia a seguir:

UMA REDE PARA OS BRICS:

Entre as diferentes hipóteses de resposta à espionagem da presidente da República e de seus ministros e assessores, aventa-se a possibilidade — segundo afirmam os meios de comunicação, teria sido suspenso o envio da delegação precursora — do cancelamento da viagem de Dilma Rousseff aos EUA, no mês que vem.

[...] 

O grande alvo da espionagem norte-americana — e isso está claro no caso brasileiro — são os Brics.

Uma rede de internet para o grupo, alternativa e paralela à que foi criada pelos Estados Unidos e que permanece sob estrito controle dos norte-americanos. Um sistema que contasse com avançados programas criptográficos que embaralhassem a informação entre origem e destino,  impedindo que ela fosse decifrada pelas agências de inteligência dos EUA.
Segundo o analista geopolítico Eric Drauster, entrevistado pela edição espanhola do Russia Today esta semana, o grande alvo da espionagem norte-americana — e isso está claro no caso brasileiro — são os Brics, como a única aliança capaz de rivalizar com o bloco EUA-União Europeia nos planos político, estratégico e econômico nos próximos anos, e essa mesma premissa vale para o campo das redes globais de comunicação instantânea.    

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Regiões brasileiras - 3º ano

Regiões brasileiras - 3º ano
A ocupação humana e econômica do território brasileiro produziu modificações importantes no espaço natural. Em vastas áreas, a vegetação original foi quase inteiramente destruída, como aconteceu com as matas tropicais dos mares de morros ou a mata de araucária nos planaltos do sul do país. No seu lugar, surgiram pastagens, campos cultivados, regiões industriais, cidades. 

As primeiras propostas de divisão regional do Brasil baseavam-se nas diferenças da paisagem natural. Atualmente, porém, não faz mais sentido elaborar uma divisão regional que não leve em conta as alterações da paisagem produzidas pelo homem.

Por isso, a divisão oficial do Brasil em regiões baseia-se principalmente nas características humanas e econômicas do território nacional. A regionalização elaborada pelo IBGE divide o país em cinco macrorregiões. Os limites de todas elas acompanham as fronteiras político-administrativas dos estados que formam o país. 

Cada uma das macrorregiões do IBGE apresenta características particulares. São "sinais" que ajudam a identificá-las, como os sinais de nascença ou as impressões digitais distinguem as pessoas. Alguns desses sinais são muito antigos, como se a região já tivesse nascido com eles: trata-se das características naturais impressas na paisagem. Outros são recentes: foram, e continuam sendo, produzidos pela atividade social de construção do espaço geográfico.

A região Sudeste é a mais industrializada do país e também a mais urbanizada. As maiores empresas instaladas no país têm as suas sedes no Sudeste. Nessa região, estão as duas principais metrópoles brasileiras: São Paulo e Rio de Janeiro. O domínio natural mais importante é o dos mares de morros, antigamente recoberto por verdes matas tropicais.

A região Sul caracteriza-se pela presença de numerosos descendentes de europeus: alemães, italianos ou eslavos. Os imigrantes europeus contribuíram para o desenvolvimento da economia, baseada na pequena e média propriedade rural de policultura (cultivo de vários produtos agrícolas).
O Rio Grande do Sul recebeu imigrantes italianos, eslavos e alemães.Não houve o desenvolvimento da pecuária extensiva em grandes propriedades, permanecendo o cultivo de grãos em pequenas e médias propriedades. No Paraná, houve fluxos migratórios de italianos, alemães e japoneses e, mais recentemente, paraguaios na fronteira oeste.A porção oeste de Santa Catarina foi colonizada por imigrantes italianos. A agricultura foi desenvolvida em pequenas e médias propriedades, outro fator errado nesse item refere-se ao cultivo de cana-de-açúcar, sendo os principais produtos, a erva mate e o café.  Essa região apresenta também os melhores indicadores sociais do país. A sua agropecuária, moderna e produtiva, transformou-a em fornecedora de alimentos para todo o país. É a única do Brasil com clima subtropical.
A região Sul do Brasil é a menor das regiões do país.4 Sua área terrestre é de 576 409,6 km²,4 superior à da França mas menor do que a do estado brasileiro de Minas Gerais. Pertence ao Centro-Sul do Brasil.5 É formada por três Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.4 Limita-se ao sul com o Uruguai; a oeste com a Argentina e o Paraguai; a noroeste e ao norte com os Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo; a leste com o oceano Atlântico.6É a única região do Brasil localizada fora da zona tropical, com variações nítidas quanto às estações, porém a parte norte situa-se acima do Trópico de Capricórnio.7 No inverno, há formação de geadas e neve.7 O relevo é pouco acidentado, com predominância de um vasto planalto, em geral pouco elevado.8
A população urbana na região Sul tem aumentado nos últimos anos. Curitiba é a maior cidade da região e também a que possui o maior PIB, estando em 4º lugar no ranking nacional.1 A indústria começou a se desenvolver nas últimas décadas, principalmente no Rio Grande do Sul, nordeste catarinense e região de Curitiba.
 Na região de Criciúma, em Santa Catarina, ficam praticamente todas as reservas de carvão exploradas no Brasil. O potencial energético, representado pelas numerosas cachoeiras dos rios das bacias hidrográficas do Paraná e do Uruguai, hoje é muito aproveitado por usinas hidrelétricas como a de Machadinho, próximo a Piratuba.13
O relevo da região Sul é dominado, na maior parte de seu território, por duas divisões do planalto Brasileiro: o planalto Atlântico (serras e planaltos do Leste e Sudeste) e o planalto Meridional. Nessa região, o planalto Atlântico é também denominado planalto Cristalino, e o Meridional é subdividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica. A região apresenta ainda algumas planícies.8 O ponto mais elevado da região sul é o Pico Paraná, com 1922 metros de altitude, localizado no estado do Paraná. Porém o Morro da Igreja está situado a 1.822 metros de altitude, sendo o ponto habitado mais alto da região Sul e onde foi registrada, não oficialmente, a temperatura mais baixa do Brasil: -17,8 °C, em 29 de junho de 1996.

A região Nordeste já foi a mais rica, na época colonial. Depois, sua economia declinou e ela se transformou na mais pobre região brasileira. Por isso, tornou-se foco de repulsão de população. Os migrantes nordestinos, ao longo do século XX, espalharam-se por todo o país. Atualmente, o rápido crescimento econômico de algumas áreas do Nordeste está mudando essa situação. Extrativismo mineral e o crescimento populacional acelerado marcam a contemporaneidade.
É a região menos industrializada do país, possui o segmento intensivo em capital concentrado na Bahia, com destaque para as atividades química; derivados de petróleo; metalurgia básica, também relevante no Maranhão; e extração de petróleo, importante, adicionalmente, no Rio Grande do Norte e em Sergipe.
As regiões Centro-Oeste e Norte são os espaços geográficos de povoamento mais recente, que continuam a sofrer um processo de ocupação. Por isso, a paisagem natural encontra-se, em grande parte, preservada.
A região Centro-Oeste, espaço dos cerrados, começou a ser ocupada mais rapidamente após a construção de Brasília, inaugurada em 1960. De lá para cá aumentou bastante a população regional. Aumentaram também a criação de gado e a produção agrícola. Mesmo assim, existem áreas com densidades demográficas muito baixas, como o Pantanal.

A região Norte, espaço da floresta equatorial, é de ocupação ainda mais recente. Mas essa ocupação vem crescendo rapidamente. A derrubada da mata, as queimadas, a poluição dos cursos de água por garimpos e os conflitos pela posse da terra são conseqüências ambientais e sociais da colonização da Amazônia.

Existe outra forma de regionalizar o Brasil, de uma maneira que capta melhor a situação sócio-econômica e as relações entre sociedade e o espaço natural. Trata-se da divisão do país em três grandes complexos regionais: o Centro-Sul, o Nordeste e a Amazônia. Ao contrário da divisão regional oficial, esta regionalização não foi feita pelo IBGE. Ela surgiu com o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger no final da década de 60, nela o autor levou em consideração o processo 
histórico de formação do território brasileiro em especial a industrialização, associado aos aspectos naturais.
  complexos regionais não respeita o limite entre os estados.
O Norte de Minas Gerais encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro encontra-se no Centro-Sul. O leste do Maranhão encontra-se no Nordeste, enquanto o oeste encontra-se na Amazônia. O sul de Tocantins e do Mato Grosso encontra-se no Centro-Sul, mas a maior parte desses estados pertencem ao complexo da Amazônia. 
Como as estatísticas econômicas e populacionais são produzidas por estados, essa forma de regionalizar não é útil sob certos aspectos, mas é muito útil para a geografia, porque ajuda a contar a história da produção do espaço brasileiro.

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