segunda-feira, 27 de junho de 2022

Os sinônimos dos pontos cardeais. E mais: qual é a origem do nome dos pontos cardeais?

Saca só a curiosidade bacana essa do post e que vale a dica para salvarem e nunca mais esquecer, hein!? 

Os pontos cardeais e seus sinônimos 

Os pontos cardeais são os quatro rumos principais para indicar direção, relacionados com a posição do Sol: Norte, Leste, Sul e Oeste

São chamados de cardeais por serem as principais indicações de direção. O termo em português "cardeal" vem do latim cardinalis que significa principal ou essencial. 

Mas, você sabia que existem outros nomes utilizados para se referir a esses pontos? 

Sim, são os seus sinônimos que vale a pena você, caro leitor (a), ficar ligado, pois eles costumam aparecer frequentemente em provas.

Indo direto ao ponto (nesse caso, cardeal hehe), listamos a seguir os pontos cardeais e seus sinônimos.

  1. Ponto cardeal Norte (N): também chamado Setentrional ou Boreal;
  2. Ponto cardeal Sul (S): também chamado Meridional ou Austral;
  3. Ponto cardeal Leste ou Este (L ou E): também chamado Oriente, Nascente ou Levante; e
  4. Ponto Cardeal Oeste (O): também chamado Ocidente ou Poente.

Na sequência, de modo a deixar essa elucidação mais didática possível e que o aprendizado ocorra de forma memorável, segue 4 memes do Mr. McMahon a respeito dos sinônimos dos pontos cardeais. 

 
Meme: Mr. McMahon e os sinônimos dos pontos cardeais  - Copyright © 2022, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados.
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Convém, também, a informação de que os pontos cardeais são ilustrados pela rosa dos ventos, que também inclui os pontos colaterais e subcolaterais. 

Bônus: Qual é a origem do nome dos pontos cardeais? 


Primeiramente, o ponto cardeal “Leste” deriva da palavra em PIE (proto indo-europeu) para “alvorada”, pois a direção em que o Sol nasce é um dado astronômico óbvio para qualquer civilização – e essa foi a origem da ideia. 

Já o ponto cardeal “Oeste”, claro, se refere à direção oposta – e, portanto, ao período do dia oposto. O termo tem a mesma raiz da palavra “vespertino” (a conexão fica óbvia em inglês: west). Em PIE, *wes- era “noite” ou “poente”. 

O ponto cardeal “Norte” vem do PIE *ner-, que significava “esquerda”, porque é a direção que fica à nossa esquerda quando olhamos o Sol nascente.

Por fim, o ponto cardeal “Sul” deriva da mesma raíz da palavra “Sol” – porque, no Hemisfério Norte, o Sol do meio-dia se posiciona no céu mais caído para o Sul que para o Norte (ideia reforçada pelo fato de que outra palavra para Sul é “meridional”, que tem origem latina e também se refere ao meio-dia).

sábado, 18 de junho de 2022

O conceito de Rugosidade Espacial (revisita à obra de Milton Santos)

Como consta no título desse post, será feito aqui uma revisita à obra "A Natureza do Espaço", do ilustríssimo geógrafo crítico Milton Santos, para que seja possível o seu entendimento acerca do conceito de Rugosidade Espacial. E aí, curtiu!? Segue o texto! 

Sendo uma ciência em permanente transformação, a Geografia vem buscando avançar na lapidação de seus objetos e objetivos. No curso deste processo, muitos autores e autoras contribuíram para seu avanço, entre eles, destaca-se o geógrafo brasileiro Milton Santos, conceituado pensador de questões fundamentais desta disciplina e/ou ciência, como a determinação precisa do objeto de estudo da Geografia, sua epistemologia e também a definição de espaço geográfico. 

Para ele, a Geografia deve ocupar-se da análise dos sistemas de objetos e sistemas de ações, que são inseparavelmente aliados ao tempo e compõem o espaço geográfico que é o objeto de estudo da ciência geográfica. Sua principal ferramenta metodológica é o estudo da técnica. 

A técnica registra no espaço seus diferentes momentos e está embutida no trabalho humano realizado, permitindo a reconstituição de seu processo formador. 

Assim, a noção de rugosidade assume papel importante, pois auxilia na identificação das técnicas e conjunturas sociais de tempos precedentes. Nas próprias palavras de Milton Santos, "chamemos de rugosidade ao que fica do passado como forma, espaço construído, paisagem, o que resta do processo de supressão, acumulação, superposição, com que as coisas se substituem e acumulam em todos os lugares". 

Em outras palavras, entende-se por rugosidade como sendo um objeto geográfico que persiste na paisagem como algo arcaico, como uma herança do passado. E, tanto sua obsolescência, quanto sua existência, ou sua permanência, se devem a fatores de natureza técnica e geográfica. As rugosidades impõem, então, um processo de inércia espacial

Uma outra conceituação assinala que o termo "rugosidade" refere-se aquelas formas espaciais do passado que, por algum motivo, duraram mais do que as relações sociais que as produziram, acabando, assim, como uma “herança” para a sociedade do presente e do futuro, as quais estabelecerão uma nova relação com essa forma espacial do passado, alterando, muitas vezes, a sua função.

Em resumo, as rugosidades, estabelecidas espacialmente (aí o nome de Rugosidade Espacial), são as feições moldadas num tempo anterior e que se mantém impondo às ações atuais suas possibilidades enquanto construções espaciais, sendo, portanto, válida a analogia às rugas dos seres humanos as quais denotam o envelhecimento da pele. Cada dobra da ruga "reflete" uma experiência que fora sido vivida em tempos passados, e assim é que, também, as formas espaciais pretéritas cristalizam-se na paisagem geográfica. 

Ideia esta que pode ser sintetizada na afirmação do geógrafo que revisitamos à sua obra neste post em que ele afirma que "o espaço geográfico é uma acumulação desigual de tempos". 

Rugas na pele Vs Rugosidade Espacial (Milton Santos) - Copyright © 2022, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados.

Referência do post: 

SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo. Razão e Emoção. 4. Ed 7ª reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012. 

quinta-feira, 24 de março de 2022

Você sabe o que (e quais) são os Usos Múltiplos da Água?

O dia 22 de março é o "Dia Mundial da Água". Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1993, a data tem como objetivo promover a reflexão sobre a importância da água e do gerenciamento sustentável dos recursos hídricos.

Isto é, o dia da água, celebrado anualmente, reverbera a importância (e a necessidade) de sermos mais conscientes e cuidadosos com esse bem natural que, além de compor em torno de 70% de nosso corpo e ser essencial à vida, a água é a substância que cobre aproximadamente 70% da superfície terrestre, totalizando 1,4 bilhões de km3 que se renovam há bilhões de anos por meio do CICLO HIDROLÓGICO - o princípio unificador de todos os processos que envolvem a água em nosso planeta -.

Mas, afinal, como a água do mundo está distribuída?

De fato, o Planeta Terra é inundado por água, formando a hidrosfera (oceanos, mares e águas continentais), sendo coerente a alcunha Planeta Água. No entanto, embora nosso planeta seja o único que apresente o recurso natural água em seus 3 estados físicos, de toda a água disponível 97,5% é água salgada; apenas 2,5% é água doce.

Água doce esta que não se apresenta distribuída uniformemente, variando conforme a presença de ecossistemas nas diferentes regiões. A água doce pode ser encontrada em geleiras e neves eternas, águas subterrâneas, rios e lagos e outros reservatórios, sendo a encontrada em rios e lagos a que é a maior fonte de uso da água, inclusive no Brasil.

O Brasil está entre os países que mais concentram água doce no mundo, juntamente com Rússia, Canadá, Estados Unidos, Índia, Colômbia, República Democrática do Congo e China. Estes países juntos possuem cerca de 60% da água doce existente no planeta.

Distribuição da água no Planeta Terra - Copyright © 2021, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados.


Teoricamente, por ser um país abundante em recursos hídricos, representando cerca de 12% do total mundial, as preocupações e os problemas referentes aos usos da água (tema desse post!) parecem distantes da realidade de nosso país. Bom se fosse! É na prática, porém, que percebemos o quão o Brasil precisa avançar quando o assunto é o gerenciamento e o manejo adequado da água que, ao contrário do que possam pensar, NÃO é infinita, ela é um recurso natural finito com capacidade de autodepuração limitada.

Sem contar que o país disfruta de uma distribuição não uniforme dessa substância ao longo do território, o que assevera ainda mais a necessidade de um plano eficiente para gestão das águas. Vê-se um nítido contraste entre a distribuição de água e a distribuição populacional. De forma rápida, a Região Norte (que detém o maior volume de água doce do país - 68%) é a região com menor densidade demográfica; enquanto a Região Sudeste, a mais povoada do país, conta com apenas 6% da disponibilidade de recursos hídricos.

Daí observa-se, de uma vez por todas, a preciosidade de se estabelecer ações de gestão das águas nas políticas do território. Agora sim, apresentarei a você, caro leitor (a), os Usos Múltiplos da Água!

Usos Múltiplos da Água

A água, além de compor boa parte do planeta e do nosso corpo, garantindo a existência de vida, possui também inúmeras utilidades, estando presente em quase todas as atividades humanas que permitem o desenvolvimento de uma sociedade.

A atividade que mais consome água no mundo é a agricultura, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Quase 70% do consumo de água é voltado ao setor agrícola. A segunda atividade que mais consome água doce é a indústria, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, representando cerca de 22% do consumo e depois o abastecimento doméstico correspondendo a aproximadamente 8% do consumo.

No Brasil, cerca de 60% da água consumida é destinada ao setor agrícola; 17% ao setor industrial e 9% ao abastecimento doméstico. Aí entram de vez em cena o debate sobre os Usos Múltiplos da Água! =)

Isso porque, ao passo que a sociedade se torna mais desenvolvida e complexa, os usos múltiplos ficam também mais diversificados, dando margem a potenciais conflitos entre um uso e outro.

A denominação "usos múltiplos" da água referem-se aos usos para várias atividades simultaneamente, o que significa que a água de um corpo hídrico pode ser usada ao mesmo tempo para as seguintes atividades:

1. Abastecimento público (em áreas urbanas e rurais); 
2. Dessedentação de animais
3. Geração de energia (hidroeletricidade); 
4. Irrigação, utilizando-se de águas superficiais e subterrâneas; 
5. Recreação e Turismo
6. Navegação (hidrovias); 
7. Pesca e aquicultura
8. Indústrias; e
9. Mineração.

           Como essas atividades são feitas simultaneamente, produzindo inúmeros problemas relativos às demandas de água e também gerando conflitos entre os usos múltiplos, tal diversificação dá à gestão das águas a tarefa de otimizar os usos múltiplos, de modo a usar a água da forma mais eficiente e econômica possível.

        Ademais, há de se considerar que, para assegurar os usos múltiplos, a proteção dos recursos hídricos é prioritária. Desse modo, é importante que se preze pela manutenção da vazão ecológica do manancial, uma vez que, para cumprir suas funções e garantir a vida, é necessário que a água esteja disponível tanto em quantidade quanto em qualidade adequadas.

Para isso, em 1997, foi aprovada no Brasil a Lei 9.433 ("Lei das Águas"), que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, com o objetivo assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos, permitindo a utilização racional e integrada dos recursos hídricos e visando ao desenvolvimento sustentável. Uma de suas diretrizes é justamente garantir o uso múltiplo das águas, de maneira que todos os setores usuários tenham igualdade de acesso aos recursos hídricos.

A única exceção dessa regra está relacionada a situações de escassez, quando o uso prioritário da água passa a ser o consumo humano e a dessedentação de animais.

A fim de dar suporte à legislação federal, o estado do Rio Grande do Sul, por meio da lei estadual 10.350 de 1994, busca promover a harmonização entre os múltiplos e competitivos usos dos recursos hídricos e sua limitada e aleatória disponibilidade temporal e espacial através da instituição do sistema estadual de recursos hídricos, propondo os instrumentos para o seu planejamento e a sua gestão.

Ainda assim, o múltiplo uso não é uma questão consensual. Daí emergem os conflitos. Quanto maior a economia e o desenvolvimento social, maior será o número de usos múltiplos e, potencialmente, de conflitos. Entre esses usos conflitantes estão a recreação e o turismo e o uso industrial, pois, se a água estiver contaminada, há ameaças à saúde humana, por exemplo.

Observe a imagem que sintetiza a discussão a respeito dos usos múltiplos:

Usos Múltiplos da Água - Copyright © 2021, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados.

sexta-feira, 4 de março de 2022

O que é o "Sol da meia-noite"?

Como todos sabemos, o verão é uma das quatro estações do ano. A estação se inicia com o solstício de verão, que acontece em 21 de dezembro no Hemisfério Sul e no dia 21 de junho no Hemisfério Norte.

Resumidamente, as características principais dessa estação são: ocorrência de temperaturas mais elevadas; maior tempo de luz solar; e maiores níveis pluviométricos (chuvas). 

Isso porque, durante o verão, a alta incidência de radiação solar, causada pelo movimento de translação, faz com que as temperaturas médias nessas estação sejam mais altas. Estando o clima estando mais quente, aumenta-se o nível de evaporação dos corpos d’água (rios, lagos e mares), ocasionando o aumento de ocorrências e de volume de chuvas. 

Lembro, aqui, que o eixo de inclinação da Terra também é responsável por esses fatores. Mais especificamente, o eixo define qual hemisfério receberá mais luz solar no período.

Diante de tudo isso, o verão traz consigo fenômenos climáticos distintos. Um deles é “sol da meia-noite”.

Este fenômeno é observado durante os meses de verão em regiões de alta latitude, como o Círculo polar Ártico e Círculo Polar Antártico, localizados nos Hemisférios Norte e Sul, respectivamente.

Estas regiões recebem tanta luz solar durante o verão que ficam por diversos dias com ela presente durante o dia inteiro. Neste período, é possível observar o Sol em horários incomuns, como tarde da noite ou até mesmo em toda a madrugada. Ou seja, durante alguns dias, é possível ver o Sol por vinte e quatro horas nessas regiões!

Observe a imagem:
Pessoas aproveitando o “sol da meia-noite” na Finlândia, país localizado próximo ao Círculo Polar Ártico, uma das poucas regiões do globo na qual é possível observar o fenômeno - Foto/Reprodução da Internet.


Questão de Geografia – Enem 2019 – Sol da Meia Noite


Tente resolver! E, depois, desça o texto para conferir o gabarito!

Os moradores de Utqiagvik passaram dois meses quase totalmente na escuridão.

Os habitantes desta pequena cidade no Alasca, o estado dos Estados Unidos mais ao norte, já estão acostumados a longas noites sem ver a luz do dia. Em 18 de novembro de 2018, seus pouco mais de 4 mil habitantes viram o último pôr do sol do ano. A oportunidade seguinte para ver a luz do dia ocorreu no dia 23 de janeiro de 2019, às 13 h 04 min (horário local).

Disponível em: http://www.bbc.com. Acesso em: 16 de maio de 2019 (adaptado).

O fenômeno descrito está relacionado ao fato de a cidade citada ter uma posição geográfica condicionada pela

A) continentalidade.

B) maritimidade.

C) longitude.

D) latitude.

E) altitude.

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Resposta: Alternativa D.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Divisão Internacional do Trabalho (DIT) - Geografia e Atualidades

A Divisão Internacional do Trabalho – ou DIT - é a distribuição de papéis que os países exercem frente à ordem econômica mundial, isto é, a distribuição de atividades que cada país deve executar a fim de exportar a produção e suprir a necessidade mundial de um certo ingrediente, insumo ou produto.

No sistema capitalista, desde o seu processo de surgimento e expansão colonial a partir do século XVI (que é o embrião da DIT) e até suas respectivas fases (para conferir a publicação do Blog sobre as Fases do Capitalismo, clique aqui), há a tese de que não é possível para um único país dispor de todo os tipos de produções, matérias-primas e mercadorias. 

Assim, estabeleceu-se uma especialização produtiva que, apesar de sofrer alterações ao longo do tempo, obedece às importâncias econômicas das nações desenvolvidas e subdesenvolvidas. 

A seguir, confira suas etapas: 
  
Primeira DIT

É conhecida como a DIT do Imperialismo. Ela funcionava em um contexto no qual existiam muitas colônias nos continentes da Ásia e da África. A relação era parecida com a do Pacto Colonial. As colônias produziam matérias-primas para as suas metrópoles se desenvolverem. 

Segunda DIT

É conhecida como a DIT Clássica. Lembra-se, aqui, do processo de descolonização africana e asiática. Com esse evento, novas nações surgiram e foi preciso incluí-las na organização mundial do trabalho. Esse período é marcado pelo endividamento das nações subdesenvolvidas, graças ao alto número de empréstimos. 

Terceira DIT ou "Nova DIT"

É conhecida como DIT da Nova Ordem Mundial e é marcada pelo advento da Globalização. Nela, há novas modalidades de comercialização que vão além de matérias-primas e produtos industrializados. Há o pagamento dos empréstimos mencionados anteriormente, o surgimento de novas tecnologias e a ocorrência de royalties. Abaixo, observe as figura que demonstram de maneira ainda mais didática o modo como a DIT se define ao decorrer de sua evolução à medida que a sociedade também muda (historicamente e geograficamente):
Copyright © 2021, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados.
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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Fases do Capitalismo - Geografia e Atualidades

O Capitalismo é um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e é movido pela força de trabalho livre e assalariado. É também um sistema fundamentado na busca incessante por lucros, obtidos primordialmente com a produção industrial e, cada vez mais, pelos setores de serviços e inovação.

Sua origem se deu na Europa após o declínio do Feudalismo e o surgimento de uma nova classe social: a burguesia, que buscava o lucro através de atividades comerciais. Com o advento das Grandes Navegações dos séculos XV e XVI, expandiu-se para outros lugares do mundo, que foram integrados à economia mundial como colônias. 

Embora nos referimos ao capitalismo como um sistema econômico, é válido considerar que ele também pode ser considerado como um modo de produção, já que, como tal, interfere diretamente em aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais na organização de uma sociedade.

Tais mecanismos desse sistema (ou modo de produção) não foram os mesmos ao longo da História, sendo alterados para se adaptarem às novas formas de relações políticas e econômicas estabelecidas entre as nações e expressas pela Divisão Internacional do Trabalho.

Nesse sentido, é por isso que o processo de evolução do Capitalismo pode ser dividido em quatro fases. São elas: Comercial, Industrial, Financeiro e Informacional.


Fases do Capitalismo


1ª fase: Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo

DADOS GERAIS:
• período: séculos XVI-XVIII
• contexto: Grandes Navegações e Colonialismo
• potências: Espanha, Portugal, Inglaterra, Holanda e França
• doutrina econômica: Mercantilismo

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

- intervenção do Estado na economia;
- protecionismo;
- balança comercial favorável;
- metalismo;
- trocas comerciais mediadas pelo Pacto Colonial.


2ª fase: Capitalismo Industrial

DADOS GERAIS:
• período: séculos XVIII - XIX
• contexto: 1° Revolução Industrial
• potências: Inglaterra
• doutrina econômica: Liberalismo

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
- Estado mínimo;
- baixa intervenção na economia;
- lei da oferta e procura;
- livre concorrência.


3ª fase: Capitalismo Financeiro ou Monopolista

DADOS GERAIS:
• período: séculos XIX - XX
• contexto: 2° Revolução Industrial e Imperialismo
• potências: EUA, Alemanha e Japão
• doutrina econômica: Keynesianismo (a partir de 1929)

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
- grande intervenção do Estado na economia para garantia dos direitos sociais básicos;
- Estado de bem-estar social;
- Estado cria e controla empresas;
- aumento de gastos públicos;
- capital bancário + capital industrial.


4ª fase: Capitalismo Informacional

DADOS GERAIS:
• período: séculos XX-XXI (1970 - hoje)
• contexto: 3° Revolução Industrial e Globalização
• potências: EUA, China, Japão e União Europeia
• doutrina econômica: Neoliberalismo

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
- Estado mínimo observador;
- privatização de estatais;
- flexibilização das leis trabalhistas;
- desregulamentação financeira;
- capital especulativo.

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Se os oceanos são o "pulmão do mundo", as florestas são os "brônquios do mundo" - Geografia e Atualidades



Relação Pulmão x Oceanos

O pulmão é o órgão do sistema respiratório especializado na troca de gases, sua principal função é oxigenar o sangue e eliminar o gás carbônico do corpo.

Os oceanos - em especial, as algas - são o "pulmão do mundo", pois as algas marinhas são responsáveis pela produção de 54% do oxigênio do mundo e os mares funcionam como reguladores do clima no planeta. São os oceanos que permitem que a Terra seja habitável devido aos seus organismos fotossintetizantes que produzem mais oxigênio para a fotossíntese do que precisam na respiração, sendo o excesso liberado no ambiente.

Relação Brônquios x Florestas

Os brônquios (que, coincidentemente, têm o formato similar a uma árvore) são responsáveis pelo transporte do ar até os pulmões, assegurando as trocas de oxigênio e gás carbônico entre os alvéolos e os pulmões.

As florestas, sobretudo a Amazônia, são os "brônquios do mundo", apesar de serem erroneamente chamadas de "pulmão do mundo". Isso porque a maior parte dos gases que produzem é consumido por elas mesmas, com isso, é liberado muito menos oxigênio em relação às algas. O que acontece é que as florestas por meio da fotossíntese de sua vegetação, capturam gás carbônico da atmosfera e transformam em oxigênio; funcionando, portanto, como um termorregulador natural que, da mesma forma que os brônquios no nosso corpo, participam das interações entre as condições climáticas do ar e do terreno onde estão e/ou influenciam.

Enfim, analogias didáticas à parte, o fato é que tanto os oceanos quanto as florestas são extremamente vitais para a humanidade. Cuide, preserve e proteja!

Observe a imagem que resume muito bem o que foi discorrido aqui:

Arte: "Se os oceanos são o 'pulmão do mundo', as florestas são os 'brônquios do mundo'." -  Copyright © 2021, Instagram @geography.planet (Por Vitor Colleto). Todos os direitos reservados. 

Por hoje é isso! Espero ter contribuído para seu aprendizado e, se quiser mais conteúdos diários de Geografia, siga minha página @geography.planet (no Instagram).

Saudações geográficas! 🌍

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Tipos de Intemperismo - Geografia e Atualidades

Primeiro, uma constatação daquele que vos escreve: eu tenho certeza que você já escutou alguém falar ou até já falou o ditado "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura", não é mesmo?

Reparou que destaquei as palavras pedra e bate? Não, não é porque o ditado está errado, mas - em um contexto mais técnico (mais próprio das geociências, sabe?!) - essas palavras são "comuns" demais.

Então, para corrigir isso e ter um ditado mais fiel aos conceitos estudados pela Geografia, Geologia e afins, adaptei o ditado. Ficou assim: "Água mole em rocha dura tanto intemperiza até que fura".

Melhorou, né? Mas, intemperi... o quê?

É o INTEMPERISMO! Segue o texto... 

O intemperismo (ou meteorização) consiste nada mais nada menos que no conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que provoca o desgaste/decomposição do solo e das rochas ao longo do tempo. São esses processos que fazem, por exemplo, que as rochas atingidas pelas ondas do mar transformem-se, gradualmente, nas areias das praias.

É diferente da erosão (outro fator exógeno de modificação do relevo), pois não há o transporte de sedimentos, sendo os agentes intempéricos, como a água, o vento e o clima, responsáveis por provocar o intemperismo. Dessa forma, existem três tipos de intemperismo: físico, químico e biológico. Veja-os a seguir:

INTEMPERISMO FÍSICO:
O intemperismo físico consiste na quebra mecânica das rochas, que se despedaçam em fragmentos menores. Essa quebra ou desagregação pode ser causada por alterações climáticas, pela água das chuvas, pelos ventos e até pelo gelo, entre outros fatores.

Intemperismo físico.

INTEMPERISMO QUÍMICO:
O intemperismo químico consiste na dissolução das rochas ou alteração química dos minerais que fazem parte delas. Esse processo é geralmente causado pela água, que se mistura com materiais orgânicos, reage com o gás carbônico e forma uma substância ácida que dissolve as rochas.

Intemperismo químico.

INTEMPERISMO BIOLÓGICO:
O intemperismo biológico consiste na quebra ou dissolução das rochas realizadas por seres vivos, geralmente pequenos insetos ou micro-organismos.

Intemperismo biológico.



quinta-feira, 29 de abril de 2021

Tipos de Erosão - Geografia e Atualidades

Erosão é o nome dado ao processo de desgaste, transporte e deposição de sedimentos pelo qual os solos e as rochas passam em decorrência das ações dos agentes exógenos ou externos do relevo. Ela pode ocorrer de forma natural, como pelo vento ou pela água, ou através dos chamados processos antrópicos (humanos). 

Funciona da seguinte forma: o solo ou a rocha sofre um desgaste causado por um agente erosivo, que transporta os sedimentos de um local ao outro (é o "transporte" que diferencia a erosão do intemperismo). Isso pode ser percebido de algumas formas, por exemplo, através da poeira - no caso da erosão pelo vento - ou da lama - no caso da erosão pela água. 

Existem vários tipos de erosão, que variam de acordo com o agente erosivo. Veja-os a seguir! 

EROSÃO PLUVIAL: 
Por meio da erosão pluvial (com "P"), as chuvas são capazes de transformar o relevo, especialmente em regiões conhecidas pela intensidade e frequência desse fenômeno como as áreas tropicais e equatoriais. Esse tipo de erosão pode ocorrer através dos próprios respingos da chuva, pelo escoamento da água ou pelo transporte de partículas do solo por meio de canais.
Erosão pluvial.

EROSÃO FLUVIAL: 
A erosão fluvial (com "F") ocorre quando o solo ou as rochas são desgastados através da força dos rios. A capacidade erosiva de um rio depende principalmente da sua velocidade, que, quanto maior for, maior será a rapidez com que o solo será transformado. Rios localizados em áreas de altitude elevada tendem a ser mais velozes por conta da gravidade.
Erosão fluvial.

EROSÃO EÓLICA: 
A erosão eólica é causada pelo vento que, sem dúvidas, é um poderoso agente de erosão, capaz de transportar poeira, areia e cinzas de um lugar para outro. Em áreas mais secas, a areia que é levada através do vento pode, até mesmo, desgastar certos tipos de rochas, mas vale lembrar que é um processo lento e que as modificações podem levar milhares de anos para acontecer.
Erosão eólica.

EROSÃO GLACIAL: 
A erosão glacial é causada pelas geleiras ou pela neve, que se tornam abrasivas quando entram em contato com as rochas. Um fato importante a ser considerado é que o poder da erosão glacial é bem maior do que o da fluvial, o que se deve aos processos de congelamento e descongelamento da água comum nos polos do planeta, comprimindo e dilatando o solo e as rochas.
Erosão glacial.

EROSÃO MARINHA: 
A erosão marinha - também chamada de abrasão marinha - ocorre através da força do mar, que impacta diretamente o relevo das áreas litorâneas. Falésias, cavernas, restingas, praias, arcos e colunas de rocha estão entre os principais elementos que compõem paisagens costeiras e que são gerados através desse tipo de erosão.
Erosão marinha.

EROSÃO ANTRÓPICA: 
A erosão antrópica ocorre através de ações do ser humano. O desmatamento de florestas para dar origem a pastos, a construção de estradas e o aplainamento de morros são exemplos dessas ações.

Erosão antrópica.

É bom sempre ter em mente que, ao contrário das erosões que acontecem através de forças naturais, a antrópica possui um ritmo acelerado e, por isso, é considerada como a mais danosa para a natureza. 

domingo, 11 de abril de 2021

Regionalização do Brasil: tudo o que você precisa saber! - Geografia e Atualidades

Inicialmente, vamos entender o conceito de regionalização. Em poucas palavras, regionalizar significa nada mais que dividir por critérios, isto é, divide-se um determinado espaço observando nele suas características comuns, a fim de serem regionalizadas, formando uma região (área que possui uma ou um conjunto de características comuns, diferenciada de outras).

Com isso, regionalização é o nome dado a todo e qualquer processo que divida um grande território em áreas menores. Essa divisão pode ser feita a partir de uma série de fatores, como: características de relevo; características das bacias hidrográficas; características sociais e culturais da população e características políticas.

Feito tal esclarecimento, quando falamos em regionalização brasileira, os modelos mais conhecidos para regionalizar nosso território são: o de Pedro Pinchas (as regiões geoeconômicas), o de Milton Santos e Maria Laura Silveira (Os Quatro Brasis) e o do IBGE (o oficial). Confira-os a seguir:

Regiões geoeconômicas do Brasil

Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais, baseando-se no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Desta forma, as regiões geoeconômicas do Brasil são:

  • Centro-sul: a região geoeconômica mais populosa, industrializada e desenvolvida do país. Compreende Mato Grosso do Sul, parte do Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, parte do Tocantins e os estados do Sudeste e Sul;
  • Nordeste: a primeira a ser povoada pelos colonizadores, é a região geoeconômica onde se verifica mais problemas sociais. Abrange parte de Minas Gerais e todos os estados do Nordeste, menos uma pequena porção do território maranhense;
  • Amazônia: menos povoada, é onde se encontra a fronteira agrícola e de povoamento do país. Compreende todos os estados do Norte (menos parte do Tocantins), uma porção do Maranhão e o Mato Grosso.

Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas de nosso país, uma vez que não só associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais, como também não se prende aos limites territoriais dos estados - é o caso, por exemplo, do norte de Minas Gerais que encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul.

Os Quatro Brasis

Milton Santos e Maria Laura Silveira são responsáveis pela elaboração desse modelo de regionalização. Eles adotaram  como critério a permeabilidade do meio técnico-científico-informacional, isto é, o quão presentes são a técnica, a ciência e a informação no território.

Com base nestas diferenças, definiu-se quatro áreas, da mais tecnificada para a menos tecnificada: Concentrada; Centro-Oeste; Nordeste e Amazônia.

  • Concentrada: a soma das regiões Sudeste e Sul do Brasil, que "concentra" a densidade técnica, espacial, financeira e econômica do território (especialmente São Paulo e Rio de Janeiro). Nesta área, estão os "espaços iluminados" que aglomeram as maiores empresas, indústrias e redes de transporte, comunicação e finanças do país;
  • Centro-oeste: com exceção do Tocantins, é exatamente igual a do IBGE. De ocupação recente, destaca-se o agronegócio mecanizado, que dada sua importância, recebe grande fluxo do meio técnico-científico-informacional;
  • Nordeste: ao contrário do Centro-Oeste, o Nordeste possui povoamento antigo, apesar de a introdução do meio técnico-científico-informacional ocorrer apenas de forma pontual, pouco densa e concentrada no litoral. No geral, sobretudo no sertão e no meio norte, há baixa densidade técnica;
  • Amazônia: polo oposto à Região Concentrada, é a menos tecnificada do país. Apresenta baixa fluidez de comunicação, transporte e circulação, caracterizando os chamados "territórios viscosos".
Regionalização do IBGE

É a regionalização oficial do Brasil, determinada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Criado na Era Vargas, em 1936, o IBGE logo começaria a pensar as formas de dividir o Brasil, tanto para conhecer o território quanto para seu ordenamento e gestão.

Em seguida, na década de 1940, surgiu a primeira regionalização, no entanto, muito diferente da atual. Foi somente na década de 1970, após muitos ajustes, que o mapa atual foi finalmente concebido em cinco regiões: Norte; Nordeste; Centro-Oeste; Sudeste; e Sul.

Desde então, a única mudança realmente impactante - além da emancipação de Mato Grosso do Sul e da extinção dos territórios federais - foi a criação do estado do Tocantins, em 1988, cujo território deixou de ser parte do Centro-Oeste (estado de Goiás) e passou a integrar a Região Norte.

Enfim, a regionalização do IBGE, apesar de algumas críticas, inovou ao considerar tanto aspectos antrópicos (economia, sociedade, cultura) quanto aspectos físicos (clima, relevo, hidrografia, etc), sendo teoricamente completa em sua composição.

Não é por acaso que, por exemplo, a Amazônia, de baixa densidade técnica e grande biodiversidade, "coincide" com a Região Norte; e que o Cerrado, agroexportador, "coincide" com o Centro-Oeste. Tudo foi pensado para ser exatamente assim, combinando natureza e sociedade.

As regiões brasileiras, de acordo com o IBGE, são:
  • Centro-Oeste: constituída por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, totaliza uma área de 1.604 852 km2 que abriga aproximadamente 14 milhões de pessoas;
  • Nordeste: região caracterizada pela seca ocupa uma área de 1.556.001 km2, onde vivem aproximadamente 53 milhões de pessoas. É composta pelos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão;
  • Norte: formada pelos estados do Acre, Tocantins, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará e Amapá. O território é constituído por uma área de 3.851 560 km2, ocupada por aproximadamente 15,8 milhões de pessoas;
  • Sudeste: região onde vivem cerca de 80,3 milhões de habitantes distribuídos em uma área de 927. 286 km2. O sudeste é constituído por quatro estados, são eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo;
  • Sul: ocupa uma extensão territorial de 575. 316 km2, onde se encontram distribuídos cerca de 27,3 milhões de habitantes. A menor das regiões brasileiras é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Esses são os principais modelos de regionalização do Brasil (ao menos, os mais cobrados nos concursos e vestibulares país afora). Agora, como prometido, segue a tabela de fixação desses modelos:

 Imagem meramente ilustrativa.

sábado, 3 de abril de 2021

É necessário desprender-se da visão eurocêntrica - Geografia e Atualidades

Atenção, atenção! Essa publicação possui um viés reflexivo e crítico, ou seja, é aquele tipo de texto que te faz olhar fora da caixa, sabe?! Ao menos, essa é a intenção daquele que vos escreve.

Para começar, observe a imagem:

    Imagem meramente ilustrativa.


Conseguiu entender a imagem acima? Caso não tenha entendido, saiba que é normal. O mapa que trouxe aqui é totalmente fora do padrão que estamos acostumados a ver nos demais, então não se assuste: você não aprendeu errado!

É tudo uma questão de referência - e perceber isso torna-se, com certeza, uma tarefa nada fácil, sobretudo pelo fato de sermos ensinados e/ou doutrinados sob os moldes de uma cultura europeia, mas também pela nossa nacionalidade. Afinal, o Brasil é a prova disso.

Assim, eu te convido a desprender-se da visão eurocêntrica a qual estamos habituados e, de fato, comprender a imagem em questão. Segue o texto, vem comigo!

O eurocentrismo é a perspectiva que coloca a Europa no centro do mundo. Nossa sociedade é toda baseada em um modelo europeu, inclusive na ciência. Para ser mais prático, basta olhar o mapa-mundi e ver qual é a linha que divide os hemisférios Ocidental e Oriental: é o meridiano de Greenwich.

Tal meridiano passa sobre a localidade de mesmo nome, Greenwich, onde fica o Observatório Real, nos arredores de Londres, e que, por convenção, divide o globo terrestre em ocidente e oriente, permitindo medir a longitude. Visualizou a influência do eurocentrismo na representação cartográfica?

E se, ao invés de Greenwich, o meridiano 0° passasse sobre Brasília (ou qualquer outra capital de país americano)? Sim, o mapa seria diferente, pois esse seria o "centro do mundo". No entanto, o grande problema dos mapas é que vemos o mundo como um começo, um meio e um fim, já que foi achatado e colocado num papel que o distorce. 

Lembre-se sempre que o planeta é redondo (não é uma esfera perfeita, mas é redondo) e, portanto, não tem "em cima" ou "embaixo", "lado certo" ou "lado errado" e - muito menos - um padrão a ser seguido. É nós que colocamos isso nele!

sábado, 27 de março de 2021

Recursos naturais: o que são, classificação e importância - Geografia e Atualidades

Em geral, são os recursos naturais a quem, nós - seres humanos -, recorremos para suprir/satisfazer nossas necessidades. Eles são úteis no dia a dia, fornecem alimento, energia e garantem o desenvolvimento da sociedade, bem como das diversas atividades que produzimos.

Os recursos naturais são também fundamentais para o desenvolvimento econômico. Junto a isso, está o fato de não estarem distribuídos de forma homogênea no planeta, havendo, assim, lugares com maior ou menor disponibilidade de determinado elemento. Tal fato faz com que determinadas áreas apresentem insuficiência de recursos naturais para suprir as necessidades da população, gerando conflitos entre os indivíduos, como é o caso do petróleo.

Voltando aos recursos naturais, eles são frequentemente divididos em recursos não-renováveis e renováveis. Confira-os a seguir:

Os recursos não-renováveis são aqueles que não se renovam ou demoram milhares de anos para que isso aconteça. É o caso, por exemplo, do petróleo: que é retirado da terra rapidamente, apesar de demorar longos períodos para que seja formado. Minérios como o cobre, ouro e ferro são exemplos de recursos com potencial para se esgotarem em um futuro próximo.

Os recursos renováveis, por sua vez, são aqueles que podem ser renovados/regenerados pela natureza ou até mesmo pela ação do homem. É o caso da vegetação, dos animais e da água.

Além de serem classificados em renováveis ou não, alguns recursos naturais são também considerados como inesgotáveis.

Os recursos naturais inesgotáveis (também renováveis) são aqueles disponibilizados pela natureza que não se esgotam ao longo do tempo, por mais que sejam utilizados/explorados economicamente pelo homem. Ou seja, os recursos inesgotáveis são aqueles que não acabam, sendo representados principalmente pelo vento e pela luz solar️.

Vale ter em mente que o termo "inesgotável" é utilizado para tais recursos, pois considera-se que os mesmos não virão a se esgotar no período em que a HUMANIDADE estiver habitando o planeta Terra.

Embora os recursos inesgotáveis não corram o risco de se extinguirem (ao menos, na escala temporal humana), é preciso que o uso dessas fontes esteja sempre associado a um gerenciamento adequado, uma vez que a exploração desses recursos pode gerar diversos impactos ambientais e sociais. O uso de energia eólica, por exemplo, embora não leve ao esgotamento do vento, pode afetar o comportamento de migração das aves e estar associado à poluição sonora: o vento que bate nas pás produz um ruído constante de aproximadamente 43 decibéis.

O mesmo pode ser aplicado à geração de energia solar️, que exige a instalação de usinas e equipamentos e pode culminar numa considerável degradação da área, que perde cobertura vegetal e sofre terraplanagem para receber os painéis solares para captação, geração e armazenamento de energia.

A imagem, a seguir, sintetiza a diferença entre recursos naturais renováveis, não-renováveis e inesgotáveis. Veja:


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