domingo, 11 de abril de 2021

Regionalização do Brasil: tudo o que você precisa saber! - Geografia e Atualidades

Inicialmente, vamos entender o conceito de regionalização. Em poucas palavras, regionalizar significa nada mais que dividir por critérios, isto é, divide-se um determinado espaço observando nele suas características comuns, a fim de serem regionalizadas, formando uma região (área que possui uma ou um conjunto de características comuns, diferenciada de outras).

Com isso, regionalização é o nome dado a todo e qualquer processo que divida um grande território em áreas menores. Essa divisão pode ser feita a partir de uma série de fatores, como: características de relevo; características das bacias hidrográficas; características sociais e culturais da população e características políticas.

Feito tal esclarecimento, quando falamos em regionalização brasileira, os modelos mais conhecidos para regionalizar nosso território são: o de Pedro Pinchas (as regiões geoeconômicas), o de Milton Santos e Maria Laura Silveira (Os Quatro Brasis) e o do IBGE (o oficial). Confira-os a seguir:

Regiões geoeconômicas do Brasil

Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais, baseando-se no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Desta forma, as regiões geoeconômicas do Brasil são:

  • Centro-sul: a região geoeconômica mais populosa, industrializada e desenvolvida do país. Compreende Mato Grosso do Sul, parte do Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, parte do Tocantins e os estados do Sudeste e Sul;
  • Nordeste: a primeira a ser povoada pelos colonizadores, é a região geoeconômica onde se verifica mais problemas sociais. Abrange parte de Minas Gerais e todos os estados do Nordeste, menos uma pequena porção do território maranhense;
  • Amazônia: menos povoada, é onde se encontra a fronteira agrícola e de povoamento do país. Compreende todos os estados do Norte (menos parte do Tocantins), uma porção do Maranhão e o Mato Grosso.

Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas de nosso país, uma vez que não só associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais, como também não se prende aos limites territoriais dos estados - é o caso, por exemplo, do norte de Minas Gerais que encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul.

Os Quatro Brasis

Milton Santos e Maria Laura Silveira são responsáveis pela elaboração desse modelo de regionalização. Eles adotaram  como critério a permeabilidade do meio técnico-científico-informacional, isto é, o quão presentes são a técnica, a ciência e a informação no território.

Com base nestas diferenças, definiu-se quatro áreas, da mais tecnificada para a menos tecnificada: Concentrada; Centro-Oeste; Nordeste e Amazônia.

  • Concentrada: a soma das regiões Sudeste e Sul do Brasil, que "concentra" a densidade técnica, espacial, financeira e econômica do território (especialmente São Paulo e Rio de Janeiro). Nesta área, estão os "espaços iluminados" que aglomeram as maiores empresas, indústrias e redes de transporte, comunicação e finanças do país;
  • Centro-oeste: com exceção do Tocantins, é exatamente igual a do IBGE. De ocupação recente, destaca-se o agronegócio mecanizado, que dada sua importância, recebe grande fluxo do meio técnico-científico-informacional;
  • Nordeste: ao contrário do Centro-Oeste, o Nordeste possui povoamento antigo, apesar de a introdução do meio técnico-científico-informacional ocorrer apenas de forma pontual, pouco densa e concentrada no litoral. No geral, sobretudo no sertão e no meio norte, há baixa densidade técnica;
  • Amazônia: polo oposto à Região Concentrada, é a menos tecnificada do país. Apresenta baixa fluidez de comunicação, transporte e circulação, caracterizando os chamados "territórios viscosos".
Regionalização do IBGE

É a regionalização oficial do Brasil, determinada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Criado na Era Vargas, em 1936, o IBGE logo começaria a pensar as formas de dividir o Brasil, tanto para conhecer o território quanto para seu ordenamento e gestão.

Em seguida, na década de 1940, surgiu a primeira regionalização, no entanto, muito diferente da atual. Foi somente na década de 1970, após muitos ajustes, que o mapa atual foi finalmente concebido em cinco regiões: Norte; Nordeste; Centro-Oeste; Sudeste; e Sul.

Desde então, a única mudança realmente impactante - além da emancipação de Mato Grosso do Sul e da extinção dos territórios federais - foi a criação do estado do Tocantins, em 1988, cujo território deixou de ser parte do Centro-Oeste (estado de Goiás) e passou a integrar a Região Norte.

Enfim, a regionalização do IBGE, apesar de algumas críticas, inovou ao considerar tanto aspectos antrópicos (economia, sociedade, cultura) quanto aspectos físicos (clima, relevo, hidrografia, etc), sendo teoricamente completa em sua composição.

Não é por acaso que, por exemplo, a Amazônia, de baixa densidade técnica e grande biodiversidade, "coincide" com a Região Norte; e que o Cerrado, agroexportador, "coincide" com o Centro-Oeste. Tudo foi pensado para ser exatamente assim, combinando natureza e sociedade.

As regiões brasileiras, de acordo com o IBGE, são:
  • Centro-Oeste: constituída por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, totaliza uma área de 1.604 852 km2 que abriga aproximadamente 14 milhões de pessoas;
  • Nordeste: região caracterizada pela seca ocupa uma área de 1.556.001 km2, onde vivem aproximadamente 53 milhões de pessoas. É composta pelos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão;
  • Norte: formada pelos estados do Acre, Tocantins, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará e Amapá. O território é constituído por uma área de 3.851 560 km2, ocupada por aproximadamente 15,8 milhões de pessoas;
  • Sudeste: região onde vivem cerca de 80,3 milhões de habitantes distribuídos em uma área de 927. 286 km2. O sudeste é constituído por quatro estados, são eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo;
  • Sul: ocupa uma extensão territorial de 575. 316 km2, onde se encontram distribuídos cerca de 27,3 milhões de habitantes. A menor das regiões brasileiras é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Esses são os principais modelos de regionalização do Brasil (ao menos, os mais cobrados nos concursos e vestibulares país afora). Agora, como prometido, segue a tabela de fixação desses modelos:

 Imagem meramente ilustrativa.

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