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terça-feira, 22 de janeiro de 2019
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
ECLIPSE TOTAL DA SUPER LUA (21/01/2019)
[...] Na madrugada de 21 de
janeiro vai ocorrer um eclipse total da Lua, que se encontra em Super Lua. A
Lua entra na penumbra da Terra às 2h35min e a partir deste instante a Lua
escurece progressivamente adquirindo tons mais acinzentados. A seguir, às
3h34min a Lua entra na sombra da Terra, começando a ficar com tons mais
avermelhados e acastanhados.
O começo do eclipse
total ocorre às 4h41min, quando a Lua entra totalmente dentro do cone de sombra
da Terra. Embora fique totalmente na sombra, a Lua não deixa de ser visível mas
apresenta uma cor avermelhada e acastanhada. De facto, durante um eclipse lunar
os raios solares incidem na Lua após atravessarem a atmosfera terrestre onde
são dispersados e perdem uma grande quantidade de luz azul e verde. Assim,
durante o eclipse, a Lua não é iluminada com luz branca mas sim com luz mais
avermelhada.
O máximo do eclipse
ocorre às 5h12min e, passados 4 minutos, pelas 5h16min ocorre o instante da
fase de Lua Cheia. Como o instante de Lua Cheia ocorre próximo do do perigeu
(que atingirá no final do dia) teremos então um Eclipse Total da Super
Lua. Pelas 5h44min termina o eclipse
total e progressivamente a Lua sairá da sombra, perdendo o tom avermelhado e
ganhando o tom de cinzento-escuro e, por fim às 7h50min a Lua sai completamente
da penumbra voltando à sua tonalidade habitual. Mais tarde às 19h59min, a Lua
estará no perigeu da sua órbita a uma distância de 357342 km da Terra. Esta
proximidade faz com a Lua pareça 14% maior no céu do que quando a Lua cheia
ocorre no apogeu. [...]
OS TRÊS PODERES: EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO
Nas últimas décadas, com
diferentes ações na política, estamos sempre ouvindo falar nos três Poderes, Legislativo,
Executivo e Judiciário. Mas quais são as funções de cada um desses poderes e quais
são as responsabilidades de cada um?
A primeira divisão de
poderes na política foi instituída pelo filósofo grego Aristóteles e foi
reforçada pelo filósofo do liberalismo inglês John Locke em 1653. No entanto,
quem consolidou essa teoria foi o
francês Montesquieu, na obra O Espírito das Leis, publicada em 1748.
Nesse sentido, determinou-se
que um grupo ficaria responsável pela criação das leis (Poder Legislativo),
outro pela execução dessas leis (Poder Executivo) e um terceiro deveria
verificar se elas estão sendo cumpridas (Poder Judiciário).
Legislativo – Criação
das Leis
No Brasil quem cria a s
leis, é o Congresso Nacional, que é composto pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal. As características dessas duas casas são diferentes, mas o
poder é equivalente.
A Câmara dos Deputados
é formada pelo voto popular e a quantidade de deputados depende da população de
cada Estado. Já o Senado é sempre formado por três senadores por Estado,
independente da população. Mas também são eleitos por voto direto. Cada senador
é eleito com dois suplentes.
Nos Estados, os
deputados são eleitos também através de voto direto e a quantidade é
proporcional ao número da população. Os deputados estaduais são representados
pelas assembleias legislativas.
A Câmara dos Vereadores
representa o Poder Legislativo nos municípios através dos vereadores, que
também são eleitos por voto direto de forma proporcional à população.
A Câmara e o Senado têm
comissões, que podem ser permanentes ou especiais. Entre as permanentes podemos
citar a Comissão de Constituição e Justiça e a Comissão de Finanças e
Orçamento, responsável por analisar os gastos de um projeto, por exemplo. Já as
Comissões Parlamentares de Inquérito, conhecidas como CPIs, são especiais e têm
como objetivo investigar e julgar determinadas questões. Um caso recente é o
escândalo do mensalão.
Executivo – Execução
das Leis
O Presidente da
República é o representante do Poder Executivo no âmbito federal, os
governadores são os representantes no âmbito estadual e os prefeitos no âmbito
municipal. Eles são eleitos por voto direto e precisam de voto majoritário
(mais de 50%) para ganhar uma eleição em primeiro turno, caso contrário, a
eleição tem um segundo turno com os dois mais votados. No caso das eleições
para prefeito, somente os municípios com mais de 200 mil habitantes têm segundo
turno. Para se candidatar a um cargo do poder executivo ou do legislativo, é
preciso se filiar a algum partido.
O Poder Executivo é
composto ainda pelos ministros de Estado, que são nomeados pela presidência da
república. A principal função desse poder é administrar o Estado, aplicando a
lei. De maneira limitada, também legisla por meio da edição de medidas
provisórias.
Judiciário – Fiscaliza
o Cumprimento das Leis
Verificar a legalidade
das leis em relação à constituição é a principal função do poder judiciário. O Supremo
Tribunal Federal é um dos principais representantes em âmbito federal. Já o
Supremo Tribunal de Justiça, por exemplo, situado em Brasília, trabalha com
assuntos não constitucionais, como recursos, por exemplo.
Podemos citar outros
tribunais superiores na capital federal, que são mais especializados, como o
TSE – Tribunal Superior Eleitoral e o TST – Tribunal Superior do Trabalho. Os
juízes que trabalham nos tribunais são indicados pelo Poder Legislativo, e não
através de voto direto.
Já os desembargadores
trabalham nos tribunais de justiça dos estados. Eles trabalham apenas com o
direito comum, como direito civil, penas e da fazenda. Se alguém quer abrir uma
ação trabalhista, por exemplo, precisa recorrer ao tribunal à vara do trabalho.
O Poder Judiciário é
controlado pelo Conselho Nacional de Justiça.
Fontes: ENEM / G1
domingo, 20 de janeiro de 2019
REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL
Conforme o Estatuto da
Terra, criado em 1964, o Estado tem a obrigação de garantir o direito ao acesso
à terra para quem nela vive e trabalha. No entanto, esse estatuto não é posto
em prática, visto que várias famílias camponesas são expulsas do campo, tendo
suas propriedades adquiridas por grandes latifundiários.
No Brasil,
historicamente há uma distribuição desigual de terras. Esse problema teve
início em 1530, com a criação das capitanias hereditárias e do sistema de
sesmarias (distribuição de terra pela Coroa portuguesa a quem tivesse condições
de produzir, tendo que pagar para a Coroa um sexto da produção). Essa política de
aquisição da terra formou vários latifúndios. Em 1822, com a independência do
Brasil, a demarcação de imóveis rurais ocorreu através da lei do mais forte,
resultando em grande violência e concentração de terras para poucos
proprietários, sendo esse problema prolongado até os dias atuais.
A realização da reforma
agrária no Brasil é lenta e enfrenta várias barreiras, entre elas podemos
destacar a resistência dos grandes proprietários rurais (latifundiários),
dificuldades jurídicas, além do elevado custo de manutenção das famílias
assentadas, pois essas famílias que recebem lotes de terras da reforma agrária
necessitam de financiamentos com juros baixos para a compra de adubos, sementes
e máquinas, os assentamentos necessitam de infraestrutura, entre outros aspectos.
Porém, é de extrema importância a realização da reforma agrária no país,
proporcionando terra para a população trabalhar, aumentando a produção
agrícola, redução das desigualdades sociais, democratização da estrutura
fundiária, etc.
Nesse contexto, o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) exerce grande pressão para a
distribuição de terras, sendo a ocupação de propriedades consideradas
improdutivas sua principal manifestação.
As propriedades rurais
destinadas para a reforma agrária podem ser obtidas pela União de duas formas:
expropriação e compra. A expropriação é a modalidade original para a obtenção
de terras para a reforma. Está prevista na Lei 8.629/93, que diz: “a
propriedade rural que não cumprir a função social é passível de desapropriação”.
Quem estabelece se uma propriedade cumpre sua função social prevista na lei é o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que a partir de
índices de produtividade predeterminados avalia se a terra é produtiva ou não.
A outra forma de
aquisição da propriedade rural para fins de reforma agrária é a compra direta
de terras de seus proprietários. Conforme dados do INCRA, de 2003 a 2009, o
Governo do Brasil comprou mais de 40 milhões de hectares para realizar a
reforma, enquanto a expropriação atingiu apenas 3 milhões de hectares.
A obtenção de terras
através da compra é muito criticada, pois a União, ao pagar pelo imóvel rural,
proporciona as condições para permitir a reconversão do dinheiro retido na
terra em dinheiro disponível para os capitalistas-proprietários de terra.
Conforme dados do
INCRA, o Brasil destinou mais de 80 milhões de hectares para fins da reforma
agrária, realizando o assentamento de, aproximadamente, 920 mil pessoas.
AGROPECUÁRIA NO MUNDO
A agropecuária a a partir do século XX sofreu inúmeras transformações, decorrentes da introdução de novas tecnologias. O agronegócio passou a dominar a produção em diversos países. Mas nos países subdesenvolvidos, as atividades agrícolas não gera alimentos suficientes para acabar com a fome e a miséria. Entretanto, diversos países emergentes se tornaram celeiros agrícolas e a exemplo do Brasil, a agricultura familiar responde por boa parte da produção de alimentos, como mandioca, café, milho,arroz, feijão, soja e leite.
As nações
industrializadas apresentam alto grau de urbanização e agropecuária ocupa uma pequena
parcela de mão-de-obra.
A maior parte dos
países subdesenvolvidos não-industrializados possui baixos índices de
urbanização. Outra parte conta com intensa urbanização em virtude do elevado
êxodo rural, que se deve, entre outros fatores, ao baixo padrão de vida no
campo.
Nos casos da África e
da Ásia, grande parte da população economicamente ativa continua empregada no
setor primário, embora esses continentes sejam os que mais apresentam problemas
de fome e de subnutrição. Neles, a população rural ultrapassa a média de 62%,
chegando a representar mais de 80% da população total em muitos países, como
Burkina Faso, Burundi, Etiópia, Ruanda, Malavi, e Uganda, na África, e Butão,
Nepal, Camboja e Laos, na Ásia.
A agricultura nos
países subdesenvolvidos
Os sistemas agrícolas
nativos asiático, africano e latino-americano, fundamentados na apropriação e
na produção coletivas, foram desorganizados, d o século XVI, com a inserção
destas regiões no modo de produção capitalista
Como consequência, em
grande parte desses países predomina uma agricultura de subsistência
complementar à plantation, esta última desenvolvida nas melhores terras. O
aumento da produção se faz, na maioria das vezes pela extensão da área
cultivada, pois não contam com capital e tecnologia modernizadora para promover
aumento de produtividade. Esses países ainda constituem sociedades rurais de
baixo poder aquisitivo, com mercado interno muito fraco e submissão ao mercado
mundial de commodities.
Embora os produtos
primários representem mais de 50% do PNB de muitos países (como Afeganistão,
Burundi, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Etiópia,
Guiné-Bissau, Laos, Libéria, Mianma, Serra Leoa e Somália), nem sempre eles são
os maiores produtores ou exportadores
A agricultura nos
países Desenvolvidos
A tecnologia empregada
pelos países industrializados na agricultura permite grande produtividade e
coloca muitos deles entre os maiores produtores e exportadores mundiais, como é
o caso dos EUA.
Agrogropecuária dos
Estados Unidos
O país é o principal
representante da agricultura contemporânea, com produção excedente,
especializada, e essencialmente especulativa e de mercado.
A partir da segunda
metade do século XIX, a agricultura dos Estados Unidos alcançou grande desenvolvimento.
A preocupação europeia com a produção industrial acarretou uma crise
generalizada em sua produção agrícola.
Devido ao menor custo
de produção em relação à Europa, países como EUA, Austrália, Argentina e Canadá
passaram a conquistar o mercado europeu de produtos agropecuários.
O desenvolvimento da
agricultura estadunidense resultou, portanto, de seu caráter competitivo no
plano externo combinado a diversos outros fatores internos, como a abolição da
escravatura, a agilidade governamental no processo de acesso à terra, o elevado
contingente de imigrantes (sobretudo europeus), a conquista e a expansão
territorial (disponibilidade de terras), as grandes extensões de solos férteis
(principalmente pradarias) e a rápida modernização e mecanização da
agricultura.
Com exceção das regiões
Nordeste (de povoamento mais antigo e agricultura semelhante à europeia) e da
região Sul (lavouras subtropicais de plantation), a agricultura estadunidense
estruturou-se com base na produção especializada e na média e grande
propriedade familiar, os farmers.
A produção
especializada deu origem aos cinturões agrícolas (belts), tensas áreas do
território destinadas ao cultivo de um produto principal (monocultura), nas
quais se desenvolve uma moderna agricultura comercial, por exemplo, wheat belt
(trigo), cotton belt (algodão), corn belt (milho) ranching belt (pecuária
extensiva). A associação de produtores permite a integração entre agricultura,
comércio e indústria, garantindo contratos de exportação, fornecimento de
matérias-primas, utilização de tecnologia, máquinas etc. Os green belts ou
cinturões verdes são pequenas propriedades, geralmente em torno das cidades,
nas quais se pratica agricultura intensiva para abastecer os centros urbanos.
Apesar de contar com
Limitações naturais (montanhas, temperaturas baixas), os Estados Unidos possuem
disponibilidade de áreas agrícolas, coma as planícies e os baixos planaltos,
regiões de solos férteis. A pecuária extensiva é desenvolvida nas regiões
áridas e semi-áridas do Oeste, do país.
Apesar de a
agropecuária participar em 2002 com apenas 2% do PBN dos Estados Unidos e
absorver apenas 2% de sua população econômica ativa, o país é a principal
potência agrícola atual, o maior produtor e mundial de alimentos. Sua
agropecuária é muito produtiva, ocupando posição de vanguarda no
desenvolvimento de técnicas modernas, como a biotecnologia.
A influência
estadunidense no comércio agrícola internacional (preços e transações) é tão
grande que qualquer mudança na sua política agrícola tem conseqüências
mundiais.
Quanto aos demais
países e regiões cujo sistema agrícola assemelha-se ao dos EUA (agricultura
mecanizada, comercial e especializada), podemos citar Canadá, Austrália, África
do Sul, Argentina, Região Centro-Sul do Brasil, todos exportadores de cereais
(trigo, milho etc.) e outros produtos agropecuários (soja, carne, lã etc.) de
grande consumo mundial.
A agricultura europeia
O primeiro período de
grande desenvolvimento da agricultura europeia (por volta de 1780 a 1880)
coincide coma primeira fase da Revolução Industrial. Este desenvolvimento
deu-se principalmente graças à utilização de técnicas agrícolas como a rotação
de culturas (técnica que alterna em uma mesma área culturas diferentes ou
períodos de cultivo e de repouso, para não esgotar o solo e permitir que os
nutrientes sejam repostos). Também se deveu à maior utilização de máquinas e
ferramentas agrícolas (fornecidas pela indústria) e ao maior consumo de
alimentos pela população. Entretanto, a concorrência cada vez maior dos
produtos estrangeiros (mais baratos) levou a agricultura européia a uma grave
crise, que teve início no final do século XIX.
O período posterior a
essa crise generalizada (agravada pela Depressão econômica de 1929) foi marcado
por uma reorganização e modernização da agropecuária européia, cujas principais
características foram:
• substituição da
tradicional policultura pela agricultura especializada de mercado (trigo,
vinho, batata, entre outras);
• melhoria da infra-estrutura
do setor agropecuário (armazéns, silos, estábulos, escoamento e comercialização
da produção) e maior emprego da mecanização, da adubação química etc.;
• reagrupamento das
propriedades (concentração fundiária), maior participação empresarial no setor,
maior submissão do produtor ao capital e maior participação do Estado no
financiamento da produção;
• difusão do
cooperativismo agropecuário (em países como Dinamarca, Países Baixos, Suécia
etc.) tanto na compra de insumos agropecuários (adubos, máquina etc.) quanto na
comercialização dos produtos.
Essa grande
modernização tornou a agricultura européia mais eficiente e competitiva.
Entretanto, os países europeus ocidentais continuam sendo, em sua maioria,
deficitários na produção de alimentos.
Apesar da modernização
pela qual passou, a agricultura européia ainda emprega alguns métodos agrícolas
clássicos, como a rotação de culturas e a associação agricultura-pecuária.
Mudanças na paisagem
rural do mundo em transição: Rússia e China
Rússia
A partir da Revolução
de 1917 a propriedade privada foi abolida na Rússia e as terras foram
coletivizadas. Predominava o modelo de exploração agrícola baseado nos
kolkhozes (fazendas coletivas) e nos sovkhozes (fazendas estatais).
A antiga-URSS chegou a
se tornar uma das maiores potências agropecuárias do mundo (devido a fatores
como grande extensão territorial, mão-de-obra numerosa, mecanização etc.),
apesar das condições naturais desfavoráveis de grande parte de seu território
(secas e invernos muito rigorosos) e da prioridade dada à produção industrial e
bélica. A participação do capital estatal foi decisiva nesses avanços.
O
período que antecedeu as reformas (1981-1985) que deram origem à transição para
a
economia de mercado, a União Soviética passou por uma série de insucessos nas
colheitas, gastou suas reservas na importação de cereais e não investiu na
modernização para ampliar a produção.
A partir de 1990, com
os novos planos de transição para a economia de mercado, os kolkhozes foram
desativados (alguns abandonados), as lavouras foram arrendadas às famílias e as
terras do Estado foram privatizadas e distribuídas.
Em 1991 ocorreu a
dissolução da União Soviética e a criação da CEI (Comunidade dos Estados
Independentes).
Desde a década de 1990
têm sido elaborados planos de organização e modernização de empresas agrícolas
adaptadas às regras de mercado. Apesar de todos os problemas, a Rússia,
principal Estado da CEI, ainda é uma grande produtora agrícola, destacando-se
na produção mundial de cevada, aveia, centeio (primeiro lugar mundial), batata
(segundo lugar) e trigo (terceiro lugar).
CHINA
A Revolução Socialista
de 1949, a agricultura passou a ser vista como a base do desenvolvimento da
China. As terras e seu uso foram coletivizados. As tradicionais práticas de
agricultura comunitária deram origem inicialmente às cooperativas agrícolas e,
mais tarde (1957), às comunas populares (comunidades agrícolas coletivas).
Embora contando com o
maior contingente populacional do mundo (mais de 1,3 bilhão de habitantes) e
dispondo de condições naturais muito adversas na maior parte de seu território,
o desempenho da agricultura chinesa no período pós-revolução foi sem dúvida
excelente, contando com grandes projetos de irrigação e recuperação dos solos.
Em 1984 o governo
chinês anunciou oficialmente um conjunto de reformas econômicas que vinham
sendo experimentadas desde o final da década de 1970: permissão para a
exploração individual ou familiar da agricultura, introdução do conceito de
lucro nas atividades econômicas, adoção de tecnologias e capitais estrangeiros,
estímulo à produtividade do trabalhador, flutuação dos preços, criação do
cartão de crédito, criação da Bolsa de Valores, estímulo ao consumo etc.
Quanto à agricultura, e
mais especificamente às comunas populares, a principal mudança foi a permissão
dada às famílias de explorarem individualmente a terra e comercializarem
diretamente a produção excedente. A produção passou a ter três destinos: uma
parte é vendida ao Estado, outra é destinada à comunidade local e a terceira é
comercializada livremente pela família produtora. Este sistema tem propiciado
maior produtividade, maior produção e maiores ganhos.
A distribuição de
terras para plantio PUBLICIDADE A reforma agrária tem por objetivo proporcionar
a redistribuição das propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuição da
terra para a realização de sua função social. Esse processo é realizado pelo
Estado, que compra ou desapropria terras de grandes latifundiários
(proprietários de grandes extensões de terra, cuja maior parte aproveitável não
é utilizada) e distribui lotes de terras para famílias camponesas.
AGRICULTURA FAMILIAR
Entende-se por
agricultura familiar o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários
rurais, tendo como mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar, em contraste
com a agricultura patronal - que utiliza trabalhadores contratados (permanentes
ou temporários) em propriedades médias ou grandes.
No Brasil, a
agricultura familiar foi assim definida na Lei nº 11.326, de 24 de julho de
2006:
Art. 3º Para os efeitos
desta Lei, considera-se agricultor familiar (e empreendedor familiar rural)
aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos
seguintes requisitos:
I - não detenha, a
qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
II - utilize
predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas do
seu estabelecimento ou empreendimento;
III - tenha renda
familiar predominantemente originada de atividades econômicas vinculadas ao
próprio estabelecimento ou empreendimento
IV - dirija seu
estabelecimento ou empreendimento com sua família.
Segundo o economista
Ricardo Abramovay, da FEA-USP, tal oposição é de natureza social - entre a
agricultura que se apóia fundamentalmente na unidade entre gestão e trabalho de
família e aquela em que se separam gestão e trabalho. Para ele, o modelo adotado pelo Brasil, o
patronal, não foi o que prevaleceu em países como os Estados Unidos, onde,
historicamente, a ocupação do território baseou-se na unidade entre gestão e
trabalho, e a agricultura baseou-se inteiramente na estrutura familiar.
A produção da
agricultura familiar
Cerca de 60% dos
alimentos consumidos pela população brasileira são produzidos por agricultores familiares.
No Brasil, a agricultura familiar é responsável pela produção de 87% da
produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do
café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na
pecuária, 60% do leite, 59% do plantel de suínos e 50% das aves.
Segundo dados do Censo
Agropecuário de 2006, 84,4% do total de propriedades rurais do país pertencem a
grupos familiares. São aproximadamente 4,4 milhões de unidades produtivas,
sendo que a metade delas está na Região Nordeste. Esses estabelecimentos
representavam 84,4% do total, mas ocupavam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de
hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Já os
estabelecimentos não familiares representavam 15,6% do total e ocupavam 75,7%
da sua área.
Agricultura familiar -
área x estabelecimento IBGE - 2006
De acordo com a
Secretaria de Agricultura Familiar, aproximadamente 13,8 milhões de pessoas
trabalham em estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população
ocupada na agricultura.
Entre os estados
brasileiros, a agricultura familiar tem especial destaque no Paraná. Das 374
mil propriedades rurais no Estado, 320 mil pertencem a agricultores familiares.
Quase 90% dos trabalhadores estão vinculados à agricultura familiar. 1/3 das
terras do. Estado são agricultáveis, e a maior parte está em propriedades com
menos de 50 hectares.
RACISMO NO BRASIL
A questão racial é muito complexa, isso porque mexe com a cultura e origens dos indivíduos. Nesse sentido, é necessário buscar uma fundamentação científica em torno do tema para que não se faça julgamentos levianos ou superficiais.
Em se tratando do preconceito racial no Brasil, há que se dizer que o racismo existe, sim. No entanto, estudiosos afirmam que o nosso país não aplica o preconceito racial em relação ao outro, é a chamada democracia racial.
Em contrapartida, muitos pesquisadores relatam estudos que comprovam o racismo no Brasil em maior ou menor grau em diversas áreas da sociedade brasileira, como por exemplo, no trabalho, na educação, na política eleitoral, entre outros. Isso significa que se o Estado não assume o preconceito racial, ele não conseguirá cumprir as leis relacionadas à discriminação racial.
Mas é no mínimo contraditório, visto que somos um povo multirracial. Também é interessante ressaltar que o conceito de raça não pode ser aplicado devido à diversidade genética humana.
Mesmo assim, é fato que brancos, negros e índios continuam se inserindo de forma diversa na sociedade brasileira.
O IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística classifica os brasileiros em cinco grandes grupos de cor: brancos, pardos, negros e amarelos. Não há critério objetivo de distinção entre as cores, podendo, assim, cada brasileiro declarar-se pertencente a qualquer uma dessas categorias.
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