Queridos estudantes, os vestibulares e o ENEM, costumam cobrar os conteúdos de forma contextualizada. Nesse sentido, é importante sair da forma tradicional de estudar, ou seja, é necessário, especialmente na Geografia, buscar o entendimento no processo histórico e, ao mesmo tempo, relacionar com os fenômenos naturais e sociais ocorridos na contemporaneidade.
A partir do entendimento do processo histórico será fácil identificar as transformações na distribuição do espaço geográfico, assim como, identificar a ideologia da sociedade atual.
Nessa linha de raciocínio, para o entendimento da política atual brasileira, é necessário compreender o que se passa em âmbito mundial, nesse momento, a partir da ditadura militar e da Guerra Fria.
Entendendo o processo histórico:
A partir de 1961:
a - Construção do Muro de Berlim;
b- Cuba se declara socialista: os Estados Unidos (capitalista) se preocupa, pois Cuba faz parte de sua área de influência. Nesse contexto, os Estados Unidos direcionam sua atenção à América Latina. Em consequência desse fato ocorre a invasão da Baía dos Porcos, no sul de Cuba. Os Estados Unidos tentam derrubar o regime socialista cubano, mas fracassam. Ocorre a aproximação de Cuba com a União Soviética (socialista).
1962 é considerado o ano mais tenso da história, pois os Estados Unidos e a União Soviética quase declaram guerra. A União Soviética começa a construir uma base de mísseis em Cuba. Os Estados Unidos reagem e começam a pressionar a União Soviética para que parem com a construção da base. Nesse momento, surge uma grande tensão diplomática entre os dois países com o intuito de se decidir o que será feito. A iminência da guerra é praticamente inevitável, contudo, graças a habilidade política de John Fitzgerald Kennedy (presidente dos Estados Unidos) e Nikita Krushchov (primeiro- ministro da União Soviética), acabaram fazendo um acordo. A partir daí os Estados Unidos começam a prestar mais atenção na América Latina, o que torna difícil não ser aliado dos Estados Unidos. É nesse contexto histórico que, o então presidente do Brasil, João Goulart (Jango) conhecido como o herdeiro da ideologia nacionalista de Getúlio Vargas, passa a ser entendido como antiamericano ou comunista, mesmo não sendo comunista. Por esse motivo o governo de Jango vai passar por dificuldades, pois sua aproximação com os setores populares vai causar descontentamento aos segmentos mais conservadores da sociedade (a oposição).
Nos primeiros três meses de 1964 a radicalização política chegou ao seu auge. A sociedade se dividiu a favor ou contra o governo de Jango, que fez uma proposta polêmica a partir de um conjunto de reformas estruturais no Brasil que pregam a reforma administrativa, tributária, reforma agrária, educacional e urbana, ou seja, reformas de base. Foi o início do golpe de 1964 e o surgimento de duas posições: uma de apoio ao governo e outra contra o presidente:
a) O Comício Central do Brasil (em apoio ao presidente) e a favor da reforma de base, no Rio de Janeiro (dia 13 de março).
b) A Marcha da família com Deus pela Liberdade (seis dias depois do comício), em São Paulo (dia 19 de março): apoiada pela igreja católica, conservadores, civis e militares.
A Reforma Agrária foi o principal motivo que levou a queda de Jango.
Em 31 de março para 1º de abril de 1964 ocorre o GOLPE CIVIL-MILITAR (os civis apoiam os militares). A invasão do exército em Juiz de Fora próximo ao Rio de Janeiro, liderada pelo comandante Olímpo Morão Filho, faz com que Jango fuja para o Rio Grande do Sul ( seu estado natal). Por não entender o contexto da Guerra Fria, João Goulart acreditava que seria reeleito da mesma forma que Getúlio Vargas, mas isso não aconteceu.
Foram planejadas uma sequência de marchas para pressionar Jango a sair do governo, mas isso não foi necessário, pois o golpe aconteceu na primeira marcha. A segunda marcha iria acontecer em 2 de abril. Ocorreu, mas com uma denominação diferente: a Marcha da Vitória (antes Marcha da Família com Deus pela Liberdade) celebrando o golpe que havia sendo dado no país.
Na opinião dos civis que apoiavam os militares, o golpe seria dado para salvar as pessoas e resgatar o Brasil do caos econômico e político em que o país vivia. E segundo eles, somente os militares poderiam consertar o Brasil.
Foram 21 anos de regime militar, sendo 5 presidentes:
1- CASTELO BRANCO (1964- 1967)- Moderado
1º ATO INSTITUCIONAL (1964): documento que faz previsão de eleições pro ano seguinte, o que não acontece.
2º ATO INSTITUCIONAL (1965): o BIPARTIDARISMO: ARENA: civis favoráveis ao militarismo; MDB: oposição moderada (não pode fazer críticas fortes).
Em 1967 é convocada uma nova Assembleia Constituinte.
2- COSTA E SILVA (1967- 1969) - linha dura
Em 1968: DITADURA (é importante relacionar com outras partes do mundo: revolta dos estudantes, no Japão; Nos EUA: revoltas dos negros, das feministas, grande guerra civil. Na França revolta dos trabalhadores e Guerra do Vietnã nos EUA.)
Passeata dos cem mil em que o seu estopim foi um estudante (Edson Luis) morto por engano no restaurante universitário do RJ, em que a polícia militar atira sem questionar.
Costa e Silva reage de forma drástica criando o 5º Ato Institucional:
- Fechamento do Legislativo;
- Cassação de Mandatos;
- Fim do Habeas Corpus;
- Proibição das Manifestações;
- Liberdade vigiada- SNI (Agência Brasileira de Inteligência) que procura punir pessoas contrárias à ideologia do governo.
3- MÉDICI (1969- 1973)- linha dura
O milagre econômico: o PIB cresce 14%, atualmente o crescimento é de 2%; as multinacionais recebem desconto fiscal; as pessoas possuem empregos.
É o auge da repressão, pois o Brasil desenvolve muito sua economia, mas muitas pessoas são presas e torturadas. Por ironia, é o momento de maior apoio ao governo.
Em 1973- A crise do petróleo e a crise no milagre econômico. Aumento da inflação e aumento da dívida externa (os países credores começam a cobrar juros altos).
A partir desse momento a população passa a não apoiar mais o governo.
4- GEISEL (1974- 1979)- Moderado
- Fim do AI 2: Fim do Bipartidarismo- ARENA vira PDS; MDB vira PT, PTB, PMDB e PDT
- Fim do AI (1978):
- Lei da Anistia
5- FIGUEIREDO (1979- 1985)- Moderado