Assim como a maior parte da África, as fronteiras do Sudão foram definidas artificialmente pelas potências ocidentais durante o processo de implantação do colonialismo e, por isso, desde sua independência em relação ao Reino Unido no ano de 1956, o país vivencia profundas crises políticas, que confluíram para uma série de guerras civis. Um desses conflitos armados, por exemplo, já durava 12 anos e só foi solucionado graças a grande pressão internacional, estabelecendo acordos em 2005 na cidade de Nairóbi, Nigéria, onde se decidiu pelo referendo de 2011, que culminou na separação e na emancipação da parte meridional do país.
Feita essa divisão do Sudão em dois países (Sudão e Sudão do Sul), as diferenças entre os dois territórios continuaram batendo na mesma tecla tanto nos aspectos físicos quanto nas composições étnicas, já que enquanto o norte é majoritariamente composto por regiões desérticas, com escassez de água e recursos naturais; o sul, por sua vez, possui uma maior quantidade de vegetação e pântanos. Além disso, o Sudão do Sul é basicamente composto por povos cristãos e animistas, que não aceitavam a dominação política e legislativa dos povos do norte, de maioria islâmica. Apesar dessas diferenças étnico-culturais, a razão para a existência dos conflitos está plenamente centrada na disputa pelos recursos naturais, principalmente o petróleo, produto do qual os dois países são dependentes e - neste quesito - podemos observar que boa parte da produção petrolífera na região é detida pelos povos do Sudão do Sul, que, em contrapartida, necessitam dos oleodutos localizados no Sudão para escoar suas produções.
Acampamento de refugiados no Sudão
Imagem: Brasil Escola
Texto:Vitor Colleto
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