segunda-feira, 17 de março de 2014

Qual a importância estratégica da Crimeia?

Querido aluno, devemos saber um pouco mais sobre a questão da Crimeia. Nesse sentido, vamos em busca de mais informações a cerca da importância estratégica dessa região.

A Crimeia está localizada na região Sul da Ucrânia, faz parte de uma península situada nas proximidades do Mar Negro. Apesar de estar integrada ao território da Ucrânia possui, ainda, vínculos culturais e políticos com a Rússia. Isso torna difícil a diplomacia entre esses dois países. 

A Crimeia por ter abertura para o Mar Negro, é uma zona muito importante no plano comercial e militar para a Rússia, pois facilita a movimentação de cargas e garante o controle do canal que liga o Mar Negro ao Mar de Arzov. Comercialmente essa região é grande produtora de grãos e de vinhos, com uma avançada indústria alimentícia. Os portos da Crimeia também são responsáveis por boa parte do escoamento da produção agrícola ucraniana que segue em direção à Europa e à própria Rússia, além de ser o ponto onde o país realiza uma considerável parte de suas importações, incluindo o gás russo.

Em 2010, foi firmado um acordo em que a Rússia instalou uma base militar em Sebastopol, cidade localizada no sul da Crimeia, com a permanência prevista até o ano de 2042. Em troca, o governo de Moscou cedeu US$ 40 bilhões de dólares em gás natural, fonte de energia da qual a Ucrânia é extremamente dependente.
Além de todos esses fatores, na região concentra-se uma grande quantidade de povos ligados à Rússia, utilizando o idioma do país vizinho. Essa população corresponde a 60% dos mais de dois milhões de habitantes da região, que foi cedida à Ucrânia ainda na época da União Soviética pelo líder do Partido Comunista, Nikita Khrushchev. Nesse sentido, tanto o governo russo quanto o governo ucraniano procuram intensificar o sentimento nacionalista na região para ambos os lados a fim de ampliarem a influência ideológica local, atualmente polarizada entre os “pró-Rússia” e os “pró-Ucrânia”, esses últimos mais conhecidos como “pró-Europa”, por serem favoráveis a um estreitamento das relações comerciais com a União Europeia.
Nesse contexto, pode- se afirmar que a crise resultou em uma série de protestos que derrubou, respectivamente, o primeiro-ministro, Mykola Azarov, e o presidente, Viktor Yanukovich, com a instituição de um novo governo. Essa mudança de poder foi uma represália à ação do então presidente que se recusou a assinar um tratado que estreitaria as relações comerciais ucranianas com a União Europeia, preferindo aproximar-se economicamente da Rússia, o que desagradou os comandos pró-Europa. Vladimir Putin, então considerou essa tomada de poder como uma ação ilegítima. Assim, a região da Crimeia passou a ser dominada por um comando pró-Rússia, que vem procurando ampliar a autonomia da região e consolidar um centro de oposição ao novo governo instaurado. Assim, sob a justificativa de “normalizar” a situação e estabelecer uma proteção aos cidadãos russos, a Rússia enviou tropas para a Crimeia, ocupando aeroportos e bases militares na província.
Esse movimento desagradou profundamente os governos ocidentais, notadamente a União Europeia e os Estados Unidos, que não veem com bons olhos um eventual crescimento do imperialismo russo na região. Por esse motivo, o presidente estadunidense Barack Obama vem articulando uma série de sanções diplomáticas e comerciais contra a Rússia para enfraquecer Moscou e pressionar Putin a recuar, o que vem contribuindo para elevar a tensão tanto em nível local quanto em escala mundial.

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