sábado, 23 de fevereiro de 2013

Mare nostrum ( os artistas do Mediterrâneo)

Querido (a) estudante, é de suma importância compreender que o conhecimento é uno, e  por esse motivo faz-se necessário, relacionar diferentes áreas do conhecimento num assunto específico, como por exemplo, a interpretação da origem da globalização, a partir do estudo do Mar Mediterrâneo, sob a visão histórica e geográfica, analisada e evidenciada em obras de diversos artistas contemporâneos.

Quando se fala em Mediterrâneo que já foi, no passado, um mar dominado por gregos e romenos e posteriormente pelos árabes, que se estabeleceram na península ibérica, parece ser obrigatório voltarmos a um dos maiores historiadores do século XX, Fernand Brauduel e sua obra angular " O espaço e a história no Mediterrâneo". Foi Brauduel quem percebeu que o Mediterrâneo possibilitou uma das primeiras globalizações efetivas na história do Ocidente. Apontou, com total pertinência, que o Mediterrâneo "é uma encruzilhada muito antiga. Há milênios tudo converge em sua direção, confundindo e enriquecendo sua história". Não só mercadorias eram transportadas em suas águas, mas também ideias, religiões e artes de viver, acrescentará o historiador. O Mediterrâneo possibilitou, portanto, um sistema complexo de circulação onde tradições cristãs antigas e muçulmanas ainda convivem em tradições pagãs. Então, estamos aqui com interessantíssima experiência de hibridismo cultural que se processa ininterruptamente, por milênios, até os dias de hoje.
Nesse sentido, num mundo totalmente conectado pela internet, é importante questionar qual seria ainda a influência desse Mediterrâneo na produção de artistas emergentes oriundos de diversos países. Há uma base cultural do Mediterrâneo ancestral que influi no inconsciente coletivo destes artistas, mesclando o passado com a contemporaneidade virtual. Juntamente com essa memória ancestral e social surge um sentimento contemporâneo que fala diretamente aos dias de hoje, de maneira singular, em cada obra apresentada. A tecnologia digital é o novo grande mar. Instalações de videoarte atualizam, agora, o suporte de alguns desses artistas. Eles pertencem, portanto, a um mundo globalizado, muito além do Mediterrâneo. É o caso da francesa Ange Leccia com seu víde´-instalação La Mer, imagens abstratas em contante mutação como o próprio mar, qualquer mar, não importa onde.

Fonte: revista- Filosofia ciência&vida (adaptado)

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