domingo, 24 de junho de 2012

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGROPECUÁRIA

 Atividade agropecuária e meio ambiente:
Inicialmente, a preocupação ambiental se confundia com a luta pela defesa de nossas florestas. Durante os quatro primeiros séculos de ocupação humana, no Centro-sul e no Nordeste, o desenvolvimento do País e dessas regiões se fazia à custa da derrubada das florestas.
Os cerrados e os campos rupestres, bem como as caatingas, eram considerados áreas marginais e recebiam atenção também marginal. O desenvolvimento agrícola exigia a destruição das matas. Assim, até os anos de 1950, o café respondia por aproximadamente 90% de nossas exportações.
Os cafeeiros são plantas vorazes, que exaurem o solo e exigem terras muito férteis. A cafeicultura de expressão econômica se iniciou junto ao Rio de Janeiro, onde Dom João VI estabeleceu a capital real. Depois, a cafeicultura migrou através do Vale do Paraíba do Sul. Em seguida, tangenciou São Paulo, para ocupar Campinas e se espraiou pelo oeste do Estado.
Mais tarde ocupou o noroeste do Paraná. Ocupou também o sul de Minas Gerais e partes do estado do Espírito Santo. No Nordeste a produção agrícola principal era e ainda é a plantação de cana para a fabricação de açúcar e álcool, também muito importante no Sudeste. O Brasil era, até meados do século XX, uma nação basicamente agrícola.
Após a Primeira Guerra Mundial, o segmento da agropecuária e indústria começaram a se desenvolver de forma mais dinâmica, principalmente através das atividades de agrícolas, pecuárias e agroindustriais, visando atender às novas demandas do consumo das atividades humanas.
Desde a década de 50, o impacto que a agropecuária produz no ambiente tem sido visto no mundo inteiro com preocupação por segmentos crescentes da sociedade. Por sua vez, três tipos de influências, ainda não completamente integradas à análise, estão mudando a demanda por pesquisa agropecuária no Brasil (Quirino et al. 1999). Primeiramente, a globalização lançou a agricultura brasileira em competição direta com a de outros países. Já não é mais o mercado externo monopolista do ciclo do café, nem o mercado interno urbano industrial do recente surto de desenvolvimento que regem sozinhos os arranjos entre a produção rural e seus mercados. As incertezas e a volatilidade da nova dinâmica de comunicação e de mobilidade do capital, a facilidade de transporte de longa distância e a crescente familiaridade com os aspectos administrativos de um mercado cada vez mais globalizado devem afetar o setor agropecuário, inclusive as suas prioridades de pesquisa.
Em seguida, os avanços e perspectivas da ciência e tecnologia abriram expectativas de desenvolvimento mais sustentável de novas tecnologias agropecuárias, cujas possibilidades e impactos ainda não estão muito bem claros para certas naturezas de atividades antrópicas.
Por fim, o crescimento da influência do paradigma ambientalista está fazendo com que segmentos da sociedade local, nacional e internacional definam condições de produção e especifiquem requerimentos para os produtos agropecuários que até recentemente não faziam parte das demandas recebidas por produtores e pesquisadores.
Em tais condições de incertezas e sob a influência de padrões de desenvolvimento sustentáveis anteriormente desconhecidos, torna-se necessário determinar técnicas de produção e prioridades de pesquisa relevantes, que por ora não é uma tarefa fácil, uma vez que existe a necessidade de adoção de um planejamento estratégico ambiental no setor rural para lidar pro - ativamente com o problema de sobreviver e de se adaptar às circunstâncias cambiantes rumo ao Século XXI.
As possíveis configurações da interface entre as atividades agropecuárias, o meio ambiente e a sociedade definem diferentes cenários futuros. A caracterização desses cenários futuros e a identificação das possíveis rotas de transição entre a situação atual e um cenário sustentável desejado, é de extrema importância como contribuição para a definição de estratégias setoriais positivas, com relação à qualidade ambiental, exploração de recursos naturais, produção de alimentos de origem animal-vegetal e seguraa alimentar.
A correta aplicação da técnica de cenários pressupõe que é impossível prever o futuro com seguraa, pois o futuro não é predeterminado, mas será construído através da conjugação de diferentes forças sociais, econômicas, políticas, ambientais e tecnológicas que atuam ao longo do tempo. Para tanto, o uso de cenários alternativos procura reduzir a incerteza sobre o futuro, retratando um conjunto de situações distintas sobre o que poderá ocorrer. Esses cenários não constituem previsões em sentido rigoroso, pois é provável que diferentes aspectos de cada um deles predominem em diferentes regiões e diferentes momentos no futuro. No entanto, cada cenário procura apresentar de maneira plausível e consistente as grandes linhas de um contexto futuro que, ao ocorrer, certamente influencia as decisões a serem tomadas no setor agropecuário.
Embora os ecossistemas naturais tenham certa capacidade de se reajustar, uma série de modificações provocadas pelo homem no meio ambiente tem ultrapassado esta capacidade, gerando desequilíbrios (Cavalcanti, 1999).
As alterações no meio ambiente pelas atividades agropecuárias podem resultar em uma série de problemas, como: o surgimento de novas espécies nos ecossistemas naturais, a extinção de espécies nativas e a introdução de substâncias de natureza prejudicial (Quirino et al. 1999).
Quanto ao impacto agroambiental, passa ser notório o surgimento de novas espécies em um ecossistema já formado e de certa forma equilibrado, pode resultar em sua competição com as espécies nativas, causando toda sorte de desequilíbrios, em um habitat ajustado ao longo de muitos anos {Grifo do autor].
Igualmente, a extinção de uma determinada espécie de um ecossistema pode ocasionar uma série de desequilíbrios, principalmente na cadeia alimentar de outras espécies.
Nas atividades agropecuárias são utilizados diversos produtos químicos na produção agrícola e pecuária, de maneira que a introdução de tais substâncias no ambiente natural provocará reações diferentes, de acordo com o tipo de substância e o habitat afetado, a maior dificuldade refere-se às substâncias poluentes, que representam perigo à saúde dos organismos vivos, pois atingem, principalmente, as populações que ocupam os níveis mais altos dos ecossistemas, mas ameaçam a sobrevivência de todas as espécies (Cavalcanti, 1999).
Por outro lado, os principais poluentes da água e do solo são, em geral, o laamento de dejetos de animais na pecuária em quantidades excessivas e sem prévio tratamento, o laamento de resíduos industriais tóxicos e o uso inadequado de agrotóxicos e/ou inseticidas na agricultura convencional.
Já, como poluentes do ar atmosférico, podemos mencionar: o monóxido de carbono, o óxido de enxofre e de nitrogênio, os hidrocarbonetos e a matéria particulada em suspensão oriundos de processos físicos, químicos e biológicos nos resíduos agropecuários laados no meio ambiente.
Ora, o meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum e indispensável à sobrevivência humana, deve ser preservado, não só pelo poder público, mas por toda sociedade como prescreve a Constituição Federal.
[...]
Neste contexto, é interessante para o entendimento humano de que os recursos ambientais não são inesgotáveis, tornando-se inadmissível o desenvolvimento das atividades econômicas de forma alheia a tal fato. É necessária a coexistência harmônica entre produção agroambiental, economia e meio ambiente, através de um desenvolvimento praticado de forma sustentável, voltado para a preservação dos recursos existentes atualmente (Cavalcanti, 1999).
Fonte: UNIFEOB- ÉDER CLENTINO DOS SANTOS

sábado, 23 de junho de 2012

PARAGUAI FORA DO MERCOSUL?

A crise política do Paraguai e o possível impeachment do presidente Fernando Lugo podem resultar na expulsão do país do Mercosul. Isso porque a decisão de afastar Lugo do cargo pode ser interpretada como contrária ao artigo 5º do Protocolo de Ushuaia, que criou o bloco econômico e obriga os países integrantes a manterem regimes democráticos de governo.

A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta sexta-feira que um processo sumário de impeachment ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, representando ameaça de ruptura da ordem democrática, violação da ordem constitucional ou qualquer situação que ponha em risco o legítimo exercício do poder e a vigência dos valores e princípios democráticos, pode levar a uma sanção ao país. O que pode ter como consequências o desligamento do Paraguai de organismos como Unasul e Mercosul.

Durante entrevista coletiva antes de encerrar a Conferencia Rio+20, Dilma foi questionada se o processo de impeachment de Lugo pode levar à expulsão do Paraguai desses organismos por não respeitar as cláusulas democráticas. A presidente respondeu que não queria raciocinar sob hipótese, mas emendou: "posso dizer o que está previsto no protocolo, que é a não participação nos órgãos multilaterais".

Para ela, não contribui, neste momento, a discussão de uma situação que ainda não ocorreu e que pode ser visto como uma forma de ameaça. Mas advertiu que "a atitudedos 12 chanceleres e dos 12 países representam uma atitude de muito respeito à soberania do Paraguai, mas é também uma atitude de muito respeito pela democracia". E avisou: "desta situação, asseguro que sai uma consequência".

Dilma lembrou que "nós que passamos por um processo muito doloroso de golpe, passamos por processo de retomada da democracia. Dar valor a ela é algo muito importante, mostra maturidade da América Latina".
Para o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e especialista em América Latina Moisés Marques, a possível saída de Lugo poderia ser encarada pelos países do Mercosul como um "golpe branco" e significaria "a morte econômica" do País vizinho. "Pelo que os governos dos outros países já sinalizaram, o Paraguai seria expulso do Mercosul e ficaria ilhado economicamente", avaliou Marques. "Além de ser um satélite brasileiro, principalmente na produção agrícola, o Paraguai é um país sem saída para o mar e depende dos vizinhos".

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Presidente do Haiti critica desigualdade social na Rio+20

Estou chefiando um país devastado”, disse o presidente, cujo país é considerado o mais pobre das Américas e ainda sofre de desastres naturais.

Estou chefiando um país devastado”, disse o presidente do Haiti, que considerado o país mais pobre das Américas e tem a situação econômica agravada pelos desastres naturais e transtornos sociais provocados por grupos criminosos organizados. Para ele, são questões relacionadas à desigualdade social. “A desigualdade social tem um efeito corrosivo. É a patologia da nossa época.”
Segundo Martelly, são diversos os desafios dos chefes de Estado e de Governo, entre eles a erradicação da pobreza e a reinvenção de um modelo de desenvolvimento sustentável.
SAIBA MAIS: EXAME
Rio de Janeiro O presidente do Haiti, Michel Martelly, alertou hoje (21) para o efeito corrosivo da desigualdade social, que, para ele, é "a patologia da época atual”. Ao participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, Martelly fez um rápido balao de suas ações e lembrou que o Haiti ainda sofre as consequências do terremoto de janeiro de 2010.

Rio+20: líderes mundiais divergem em propostas para preservar meio ambiente.

Manuel Pérez Bella. Rio de Janeiro, 20 jun (EFE).- A cúpula da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20 começou nesta quarta-feira no Rio de Janeiro com um amplo consenso na urgência da preservação do planeta, mas com grandes diferenças nas propostas dos países para atingir este objetivo. Chefes de Estado e de Governo e altos representantes de 193 países se reuniram no Rio para reafirmar o compromisso com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, num encontro que vai se prolongar até sexta-feira. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou no [...]
[...] A presidente Dilma Rousseff, na qualidade de anfitriã, pronunciou o discurso mais caloroso a favor do acordo assinado nesta terça-feira, cujo conteúdo foi proposto pelo Brasil e que teve os pontos mais polêmicos eliminados para evitar o fracasso das negociações. Dilma celebrou a aprovação do compromisso de erradicar a pobreza e a renovação do princípio de "responsabilidades comuns mas diferenciadas", que transfere a pressão de interromper a mudança climática principalmente para os ombros dos países mais ricos. O otimismo, porém, desapareceu no discurso do presidente francês, François Hollande, que afirmou que o acordo que será assinado pelos governantes é "insuficiente" para dar às questões ambientais uma maior importância na agenda global. CONTINUE LENDO: R7

Economia Verde

Pesquisadores colocam e economia verde em xeque

Pesquisadores debateram o conceito e a viabilidade da compatibilização do crescimento econômico com o meio ambiente na Rio+20.

São Paulo - “Economia verde” costuma ser usada para descrever a compatibilização do crescimento econômico com o meio ambiente, um dos blocos do crescimento sustentável. Segundo a Green Economy Initiative, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançada em 2008, a economia verde resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, enquanto reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica.
Apesar de ser usada há mais de 20 anos, a expressão “economia verde” ainda é controversa, assim como seu próprio conceito. Enquanto para alguns é perfeitamente possível, para os mais críticos ela seria uma tentativa de viabilizar a sociedade de consumo e adiar mudanças estruturais.
Essa foi a tônica de um painel que reuniu cientistas de diversos países no Rio de Janeiro durante as discussões para a Rio+20. No encontro, os pesquisadores debateram as possibilidades de uma economia verde, se esse modelo requer uma mudança de paradigma nos padrões econômicos ou se é compatível com os mercados competitivos, com a mercantilização de recursos e com a expansão do consumo.
A economista Elizabeth Stanton, do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo, Suécia, pontuou que é preciso analisar para quem os benefícios desse novo paradigma econômico seriam distribuídos. “A tendência é fazer os pobres ficarem mais ricos ou os ricos ainda mais ricos?”, questionou.
CONTINUE LENDO: EXAME

O Brasil, o Pré- Sal e o desenvolvimento sustentável.

Queridos (as) alunos (as), a descoberta da camada do Pré- Sal no Brasil, é de fato, um salto muito importante para o crescimento econômico de nosso país, visto que, vivemos em um mundo capitalista e competitivo. Mas o que realmente me preocupa, é como conciliar com o tão esperado desenvolvimento sustentável, já que a prioridade deve ser a energia limpa em detrimento da poluente. Nesse sentido, o Brasil sempre foi benquisto em âmbito mundial, justamente porque sempre utilizou biocombustíveis, e pela possibilidade de geração de energias eólicas e solar. Gostaria de saber se, o foco, ao longo de diferentes governos, não mudará de alvo, pois é possível que a descoberta do petróleo, retarde a busca por matrizes energéticas “mais limpas”.
Não estou querendo, com isso, dizer que não acho importante que o Brasil cresça no cenário mundial, mesmo porque, é uma grande oportunidade de resolvermos parte de nossos problemas. Será preciso, porém, saber administrar as riquezas com responsabilidade e consciência ambiental, mas como encontrar um ponto de equilíbrio entre o capitalismo consumista e o meio ambiente?  Como conciliar a ideologia capitalista com a sustentabilidade? Quem poderá responder a essas perguntas com segurança? Isso só o tempo dirá.
Lúcia Helena.

O BRASIL PODERÁ PARTICIPAR DA OPEP


Queridos (as) alunos (as), muitos entendidos (especialistas) em petróleo defendem a entrada do Brasil na OPEP, após a descoberta de petróleo na camada pré-sal na Bacia de Santos. Com esta descoberta, a produção de petróleo poderá triplicar, caso isso ocorra, o país poderá solicitar sua participação na Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Leia, logo abaixo, algumas reportagens referentes ao assunto.


O Brasil foi chamado por suas reservas futuras e pela experiência de sucesso com biocombustíveis, que concorrem com o petróleo. É também por essa razão que os árabes querem atrair o Brasil para a Opep."É um namoro", diz Lobão. Ele conta com orgulho o tratamento VIP que recebeu do governo saudita, com direito a jantar oferecido pela família Bin Laden, a mais rica do país. O convite, para ele, marca o reconhecimento do Brasil como um playerinternacional de destaque no mercado de petróleo. A possibilidade de reservas de até 70 bilhões de barris - segundo as previsões de consultorias, ainda não confirmadas - coloca o Brasil como uma nova fronteira, num momento em que as reservas de petróleo estão se esgotando em várias partes do mundo e que produtores como a Venezuela vêem a produção cair por falta de investimento.

Logo após a descoberta do pré-sal, o venezuelano Hugo Chávez classificou o presidente Lula como um "magnata petroleiro". É assim que o Brasil se sente nessa recente condição de "novo rico do petróleo". As conversas sobre a adesão ao cartel ainda são preliminares e não há propostas oficiais para serem analisadas. Mas, dentro do governo, a decisão política já foi tomada: o Brasil quer, sim, participar da Opep, apesar das restrições que isso trará para a autonomia do País nas decisões sobre as exportações do produto. Os integrantes têm que seguir as orientações do grupo em relação a cotas de exportação, embora a desobediência aos acordos seja prática comum. Dos 15 maiores exportadores mundiais, apenas dez estão na Opep. Estão fora o segundo e terceiro maiores - Rússia e Noruega. "Se a Opep não fosse boa, a Arábia Saudita não estaria lá", raciocina o ministro. O país tem cerca de um quarto das reservas mundiais comprovadas, um total de 1,2 trilhão de barris. O Brasil, sem o pré-sal, tem 13 bilhões de barris.

Postagem em destaque

BRASIL: CRISE HÍDRICA E ENERGÉTICA

A 6ª edição da Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo – trará especialistas nacionais e internacionais para falarem de tem...