sábado, 23 de junho de 2012

PARAGUAI FORA DO MERCOSUL?

A crise política do Paraguai e o possível impeachment do presidente Fernando Lugo podem resultar na expulsão do país do Mercosul. Isso porque a decisão de afastar Lugo do cargo pode ser interpretada como contrária ao artigo 5º do Protocolo de Ushuaia, que criou o bloco econômico e obriga os países integrantes a manterem regimes democráticos de governo.

A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta sexta-feira que um processo sumário de impeachment ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, representando ameaça de ruptura da ordem democrática, violação da ordem constitucional ou qualquer situação que ponha em risco o legítimo exercício do poder e a vigência dos valores e princípios democráticos, pode levar a uma sanção ao país. O que pode ter como consequências o desligamento do Paraguai de organismos como Unasul e Mercosul.

Durante entrevista coletiva antes de encerrar a Conferencia Rio+20, Dilma foi questionada se o processo de impeachment de Lugo pode levar à expulsão do Paraguai desses organismos por não respeitar as cláusulas democráticas. A presidente respondeu que não queria raciocinar sob hipótese, mas emendou: "posso dizer o que está previsto no protocolo, que é a não participação nos órgãos multilaterais".

Para ela, não contribui, neste momento, a discussão de uma situação que ainda não ocorreu e que pode ser visto como uma forma de ameaça. Mas advertiu que "a atitudedos 12 chanceleres e dos 12 países representam uma atitude de muito respeito à soberania do Paraguai, mas é também uma atitude de muito respeito pela democracia". E avisou: "desta situação, asseguro que sai uma consequência".

Dilma lembrou que "nós que passamos por um processo muito doloroso de golpe, passamos por processo de retomada da democracia. Dar valor a ela é algo muito importante, mostra maturidade da América Latina".
Para o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e especialista em América Latina Moisés Marques, a possível saída de Lugo poderia ser encarada pelos países do Mercosul como um "golpe branco" e significaria "a morte econômica" do País vizinho. "Pelo que os governos dos outros países já sinalizaram, o Paraguai seria expulso do Mercosul e ficaria ilhado economicamente", avaliou Marques. "Além de ser um satélite brasileiro, principalmente na produção agrícola, o Paraguai é um país sem saída para o mar e depende dos vizinhos".

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