sexta-feira, 22 de agosto de 2025

GUIA DE ESTUDOS: SOLOS

 


GUIA DE ESTUDO: O SISTEMA TERRESTRE - 1º ANO TIRADENTES

Preparação para a Prova Trimestral de Geografia

Prezados(as) alunos(as),

Este guia foi desenvolvido para auxiliá-los(as) na revisão e aprofundamento dos conhecimentos sobre o Sistema Terrestre. Compreender como o nosso planeta se formou, como ele funciona internamente e como sua superfície é constantemente modificada é essencial para entender a Geografia e os fenômenos naturais que nos cercam.

Concentraremos nos principais eventos e processos geológicos que moldaram a Terra ao longo de bilhões de anos, na sua estrutura interna e nas forças que a mantêm em constante transformação, como a tectônica de placas, a erosão e o intemperismo. Adicionalmente, exploraremos o solo, sua formação e os processos de degradação que afetam esse recurso vital. Estes elementos são pilares para a compreensão de diversos aspectos da paisagem geográfica.


Capítulo 1: A Linha do Tempo Geológica: Os Grandes Capítulos da Terra

A história da Terra é vasta e complexa, estendendo-se por aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Para facilitar seu estudo, os geólogos a dividiram em grandes intervalos de tempo, conhecidos como Eras Geológicas, que são marcadas por eventos significativos na evolução do planeta e da vida. Para a Geografia, focamos nos eventos que moldaram as estruturas continentais e os recursos naturais.

1.1. Era Pré-Cambriana: As Origens Profundas (A mais Antiga)

  • Período: Abarca o maior tempo da história da Terra, desde sua formação (há 4,6 bilhões de anos) até aproximadamente 541 milhões de anos atrás.

  • Eventos Geográficos Relevantes:

    • Formação dos Escudos Cristalinos (Cratons): São as porções mais antigas e estáveis da crosta continental. Atuam como os "núcleos" dos continentes atuais. São compostos por rochas magmáticas e metamórficas muito antigas.

    • Importância: Os escudos cristalinos são ricos em minerais metálicos (como ferro, ouro, manganês), sendo a base de importantes jazidas minerais que utilizamos hoje. A formação desses escudos marca o início da estabilização das massas continentais.

1.2. Era Paleozoica: A Vida Antiga e a Formação do Carvão

  • Período: De 541 a 252 milhões de anos atrás.

  • Eventos Geográficos Relevantes:

    • Período de grande diversificação da vida marinha e terrestre.

    • Período Carbonífero: Este período (aproximadamente entre 359 e 299 milhões de anos atrás) é de especial interesse geográfico. Foi caracterizado por vastas florestas pantanosas. A intensa acumulação de matéria vegetal nessas condições resultou na formação de grandes jazidas de carvão mineral (combustível fóssil fundamental para a Revolução Industrial).

    • Início da formação de grandes cadeias de montanhas antigas (como os Apalaches, na América do Norte), resultantes da colisão de massas continentais.

1.3. Era Mesozoica: O Domínio dos Dinossauros e Grandes Eventos

  • Período: De 252 a 66 milhões de anos atrás.

  • Eventos Geográficos Relevantes:

    • Pangeia: O supercontinente Pangeia, que se formou no Paleozoico, começa a se fragmentar e os continentes iniciam sua deriva para as posições atuais. Esse processo abriu oceanos e influenciou padrões climáticos.

    • Surgimento e Extinção dos Dinossauros: Os dinossauros dominaram a vida terrestre durante esta era. Sua extinção em massa (evento K-Pg) marcou o final do Mesozoico, abrindo caminho para a ascensão dos mamíferos.

    • Formação de Petróleo: A abundância de vida marinha (plâncton e algas) e as condições geológicas propícias (sedimentação em bacias, alta pressão e temperatura) levaram à formação de grandes reservas de petróleo e gás natural (outros combustíveis fósseis cruciais) durante essa era.

    • Grande Vulcanismo: A intensa atividade tectônica associada à fragmentação da Pangeia resultou em períodos de grande vulcanismo, liberando vastas quantidades de lava e gases, que impactaram o clima global.

1.4. Era Cenozoica: A Era dos Mamíferos e o Surgimento Humano

  • Período: Inicia há 66 milhões de anos e se estende até o presente.

  • Eventos Geográficos Relevantes:

    • Período Terciário (Paleógeno e Neógeno): Dobramentos Modernos: A continuidade da deriva continental e a colisão entre as placas tectônicas causaram a formação dos Dobramentos Modernos. São as grandes cadeias de montanhas que conhecemos hoje, como os Andes (América do Sul), o Himalaia (Ásia), as Montanhas Rochosas (América do Norte) e os Alpes (Europa). Essas formações são geologicamente jovens e ainda estão sujeitas a intensa atividade sísmica e vulcânica.

    • Período Quaternário (Pleistoceno e Holoceno): O Surgimento dos Seres Humanos: Este é o período mais recente (últimos 2,6 milhões de anos). Foi marcado por alternâncias de grandes glaciações e períodos interglaciais. O surgimento e a evolução dos seres humanos ocorreram neste período, adaptando-se e, posteriormente, transformando significativamente a superfície terrestre.


Capítulo 2: A Estrutura Interna da Terra: Um Planeta em Camadas

A Terra não é um corpo homogêneo; ela é composta por camadas concêntricas, cada uma com características físicas e químicas distintas. Compreender essa estrutura é fundamental para entender os fenômenos geológicos que ocorrem em sua superfície.

2.1. As Camadas Principais:

  • Crosta (ou Litosfera): É a camada mais externa e fina, onde vivemos. Divide-se em crosta continental (mais espessa e menos densa) e crosta oceânica (mais fina e mais densa).

  • Manto: Localizado abaixo da crosta, é a camada mais volumosa. Composto por rochas em estado semifundido (pastoso), o magma. O manto superior, chamado Astenosfera, é onde ocorrem as correntes de convecção que impulsionam o movimento das placas tectônicas.

  • Núcleo: A camada mais interna e densa. Divide-se em núcleo externo (líquido, composto principalmente por ferro e níquel, responsável pelo campo magnético da Terra) e núcleo interno (sólido, sob imensa pressão e temperatura elevadíssima).

2.2. As Descontinuidades: São limites ou zonas de transição entre as diferentes camadas da Terra, onde ocorrem mudanças bruscas nas propriedades físicas (densidade, velocidade das ondas sísmicas) das rochas. Elas são detectadas através do estudo das ondas sísmicas geradas por terremotos.

  • Descontinuidade de Mohorovičić (Moho): Marca o limite entre a crosta e o manto.

  • Descontinuidade de Gutenberg: Marca o limite entre o manto e o núcleo externo.

  • Descontinuidade de Lehmann: Marca o limite entre o núcleo externo (líquido) e o núcleo interno (sólido).


Capítulo 3: Dinâmica Terrestre: Deriva Continental e Tectônica de Placas

A superfície da Terra está em constante movimento, resultado de forças internas poderosas.

3.1. Teoria da Deriva Continental (Alfred Wegener): Proposta por Alfred Wegener no início do século XX, esta teoria afirmava que os continentes, hoje separados, estiveram unidos no passado formando um único supercontinente (Pangeia) e, ao longo do tempo geológico, se separaram e "deram à deriva" até suas posições atuais.

  • Evidências de Wegener:

    • Encaixe dos continentes: Semelhança entre as linhas de costa da América do Sul e da África.

    • Fósseis: Presença de fósseis de mesmas espécies em continentes hoje separados por oceanos.

    • Tipos de rochas e estruturas geológicas: Correlação de formações rochosas e cadeias montanhosas em continentes distantes.

    • Paleoclima: Evidências de antigas glaciações em regiões tropicais, sugerindo que essas áreas estavam em latitudes mais elevadas no passado.

  • Limitação: Wegener não conseguiu explicar o mecanismo que movia os continentes, o que gerou ceticismo em sua época.

3.2. A Teoria da Tectônica de Placas: Esta teoria, desenvolvida a partir da década de 1960, superou as limitações da Deriva Continental ao explicar o mecanismo do movimento. Ela postula que a litosfera terrestre (crosta + porção rígida do manto superior) é fragmentada em grandes blocos, as placas tectônicas, que flutuam e se movem sobre a astenosfera (manto pastoso). O movimento dessas placas é impulsionado pelas correntes de convecção no manto.

3.2.1. Tipos de Limites de Placas e Fenômenos Associados: Os limites entre as placas são as regiões mais geologicamente ativas do planeta.

  • Limites Divergentes:

    • Movimento: Placas se afastam uma da outra.

    • Processo: Magma ascende do manto, solidifica e forma nova crosta oceânica.

    • Fenômenos: Formação de dorsais oceânicas (grandes cadeias de montanhas submarinas), vulcanismo e terremotos de baixa intensidade. Ex: Dorsal Mesoatlântica.

  • Limites Convergentes:

    • Movimento: Placas se chocam, se aproximam.

    • Tipos de Colisão:

      • Subducção: Uma placa (geralmente a oceânica, por ser mais densa) mergulha sob outra (oceânica ou continental).

        • Fenômenos: Formação de fossas oceânicas (depressões profundas), intensa atividade vulcânica (arcos de ilhas vulcânicas ou cadeias de montanhas vulcânicas como os Andes) e terremotos de alta intensidade.

      • Obducção: Este é um processo menos comum onde uma placa oceânica é forçada a se mover por cima de uma placa continental. É o oposto da subducção, onde a placa oceânica normalmente afundaria. Embora mais rara em grande escala, ocorre em contextos específicos de colisão de placas, expondo rochas do fundo oceânico em terra.

      • Colisão Continental-Continental: Duas placas continentais (menos densas) colidem, e nenhuma subduz completamente.

        • Fenômenos: Formação de grandes cadeias de montanhas de dobramento, como o Himalaia, e terremotos de alta intensidade.

  • Limites Transformantes:

    • Movimento: Placas deslizam lateralmente uma em relação à outra. Não há destruição nem criação de crosta.

    • Fenômenos: Falhas geológicas (como a Falha de San Andreas, na Califórnia) e terremotos de intensidade variada.


Capítulo 4: A Modelagem da Superfície: Erosão e Intemperismo

Enquanto as forças internas (tectônicas) constroem e movem as grandes estruturas da Terra, as forças externas atuam modelando e esculpindo o relevo.

4.1. Intemperismo (Meteorização):

  • Definição: É o conjunto de processos que causam a desagregação (quebra) e a decomposição (alteração química) das rochas na superfície terrestre, sem que haja transporte do material. É o primeiro passo para a formação dos solos e para a erosão.

  • Tipos:

    • Intemperismo Físico (ou Mecânico): Quebra a rocha em fragmentos menores sem alterar sua composição química. Causado por variações de temperatura (dilatação/contração), congelamento da água em fissuras, crescimento de raízes de plantas, etc.

    • Intemperismo Químico: Altera a composição química da rocha, transformando seus minerais em outros. Causado principalmente pela água (hidrólise, dissolução), oxigênio (oxidação) e dióxido de carbono (carbonatação). Mais intenso em climas quentes e úmidos.

    • Intemperismo Biológico: Ação de seres vivos (raízes de plantas, microrganismos) que podem causar a desagregação física ou a alteração química das rochas.

4.2. Erosão:

  • Definição: É o processo de remoção e transporte do material rochoso ou do solo que já foi desagregado ou decomposto pelo intemperismo. O material é transportado e depositado em outro local.

  • Principais Agentes de Erosão:

    • Água:

      • Pluvial: Erosão causada pela chuva (impacto das gotas, escoamento superficial).

      • Fluvial: Erosão causada pelos rios (escavação do leito, transporte de sedimentos).

      • Glacial: Erosão causada pelas geleiras (arraste de rochas, formação de vales em "U").

      • Marinha: Erosão causada pelas ondas e correntes oceânicas (formação de falésias, praias).

    • Vento (Eólica): Erosão causada pelo vento (transporte de partículas finas, abrasão de rochas). Comum em desertos e áreas secas.

    • Gravidade (Movimentos de Massa): Deslizamentos de terra, quedas de blocos, rastejamento, onde a força da gravidade move materiais morro abaixo.


Capítulo 5: O Solo: Formação e Degradação

O solo é um recurso natural de extrema importância, fundamental para a vida na Terra, agricultura e ecossistemas. Ele resulta da interação complexa de diversos fatores ao longo do tempo.

5.1. Formação do Solo (Pedogênese):

  • Definição: É o processo lento e contínuo de formação do solo a partir da rocha matriz (material de origem), influenciado por agentes físicos, químicos e biológicos.

  • Agentes de Formação do Solo:

    • Material de Origem: A rocha que dá origem ao solo (rocha matriz) influencia diretamente sua composição mineral, textura e fertilidade inicial. Ex: solos derivados de basalto são diferentes de solos derivados de arenito.

    • Clima: É o fator mais importante. A temperatura e a umidade (chuva, neve) determinam o tipo e a intensidade do intemperismo. Climas quentes e úmidos promovem intemperismo químico intenso, formando solos mais profundos e alterados.

    • Organismos Vivos (Flora e Fauna): Plantas, microrganismos (bactérias, fungos) e animais (vermes, insetos) contribuem para a decomposição da matéria orgânica, incorporação de nutrientes, aeração e formação de estruturas no solo (húmus).

    • Relevo: A inclinação e a forma da superfície afetam o escoamento da água, a erosão e a profundidade do solo. Em áreas planas, a acumulação de material e a infiltração de água são maiores, formando solos mais profundos. Em encostas íngremes, a erosão tende a ser maior, resultando em solos rasos.

    • Tempo (Tempo Decorrido): A pedogênese é um processo lento. Solos mais antigos geralmente são mais desenvolvidos, mais profundos e com horizontes mais distintos, enquanto solos jovens são mais rasos e se assemelham à rocha matriz.

5.2. Horizontes do Solo: São camadas que se desenvolvem no perfil do solo ao longo do tempo, cada uma com características físicas, químicas e biológicas distintas.

  • Horizonte O (Orgânico): Camada mais superficial, composta por folhas, galhos e matéria orgânica em diferentes estágios de decomposição.

  • Horizonte A (Mineral Escuro/Topsoil): Camada superior do solo mineral, rica em matéria orgânica (húmus), que lhe confere coloração escura. É onde a maioria das raízes das plantas se desenvolve.

  • Horizonte B (Subsolo/Acúmulo): Camada de acúmulo de argila, óxidos de ferro e alumínio, e outros minerais lavados do horizonte A. Geralmente mais denso e de cor mais clara que o A.

  • Horizonte C (Material de Origem): Composto por rocha matriz parcialmente intemperizada.

  • Horizonte R (Rocha Matriz): A rocha inalterada que deu origem ao solo.

5.3. Processos de Degradação do Solo: A degradação do solo refere-se à perda de sua capacidade produtiva, causada por fatores naturais e, principalmente, por atividades humanas inadequadas.

  • Lixiviação:

    • Definição: É a lavagem e o transporte (para camadas mais profundas do solo ou para cursos d'água) de nutrientes e minerais solúveis pela água que percola o solo.

    • Causas: Chuvas intensas, manejo inadequado do solo (ex: desmatamento que expõe o solo).

    • Efeitos: Empobrecimento do solo (perda de fertilidade), tornando-o menos produtivo para a agricultura.

  • Assoreamento:

    • Definição: É o acúmulo de sedimentos (areia, silte, argila) no leito de rios, lagos, reservatórios e outros corpos d'água, diminuindo sua profundidade e capacidade de armazenamento.

    • Causas: Erosão do solo nas margens e bacias hidrográficas (resultante de desmatamento, agricultura inadequada), despejo de resíduos sólidos.

    • Efeitos: Inundações, perda de volume d'água, prejuízos à navegação e à vida aquática.

  • Ravinas e Voçorocas:

    • Definição: São formas de erosão do solo em estágio avançado, causadas pela concentração e velocidade do escoamento superficial da água.

    • Ravinas: Pequenas valetas e sulcos formados pela erosão.

    • Voçorocas: Grandes e profundas crateras ou sulcos, que podem atingir metros de profundidade e largura. Resultam do aprofundamento e alargamento das ravinas, expondo camadas mais profundas do solo e subsolo.

    • Causas: Desmatamento de encostas, uso inadequado do solo, impermeabilização do solo urbano.

    • Efeitos: Perda irreversível de solo fértil, degradação da paisagem, deslizamentos de terra.

  • Arenização:

    • Definição: É um processo natural de transformação de solos férteis em solos arenosos improdutivos, sem que haja uma mudança climática significativa. Geralmente ocorre em regiões de clima úmido ou semiúmido, onde a retirada da vegetação expõe solos já naturalmente arenosos, intensificando a erosão e a lixiviação, resultando na perda de matéria orgânica e finos, e no acúmulo de areia.

    • Causas: Desmatamento, agricultura inadequada em solos arenosos, pecuária extensiva.

    • Efeitos: Perda de produtividade agrícola, degradação ambiental, formação de "desertos" de areia em áreas que não são climaticamente desérticas.

    • Diferença da Desertificação: A arenização ocorre em climas úmidos ou semiúmidos e é mais ligada à exposição de solos arenosos.

  • Desertificação:

    • Definição: É a degradação da terra em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultando na perda de sua produtividade biológica ou econômica. É um processo mais amplo que a arenização, sempre associado a zonas climáticas específicas e à combinação de fatores climáticos (secas prolongadas) e humanos (uso insustentável da terra).

    • Causas: Desmatamento, queimadas, monoculturas intensivas, pastoreio excessivo, salinização do solo por irrigação inadequada, secas prolongadas.

    • Efeitos: Perda irreversível da fertilidade do solo, colapso de ecossistemas, deslocamento de populações, insegurança alimentar.


Conclusão: A Dinâmica Contínua do Planeta Vivo e a Vitalidade do Solo

Ao final deste guia, esperamos que você compreenda que a Terra é um sistema dinâmico, onde forças internas e externas atuam em conjunto, e muitas vezes em longas escalas de tempo geológico, para moldar as paisagens que vemos hoje. A linha do tempo geológica nos mostra a grandiosidade desses eventos, a estrutura interna revela as fontes de energia para esses processos, e a tectônica de placas explica os movimentos dos continentes e a ocorrência de fenômenos como terremotos e vulcões. Por fim, a erosão e o intemperismo, em escalas diárias, continuam a esculpir o relevo, criando a diversidade de formas que caracteriza a superfície do nosso planeta.

Acima de tudo, é crucial entender que o solo é um componente vivo e vulnerável, resultado de um processo lento e influenciado por diversos fatores. Sua degradação, por lixiviação, assoreamento, formação de ravinas e voçorocas, arenização ou desertificação, representa uma séria ameaça à sustentabilidade ambiental e à segurança alimentar global. Entender esses processos é essencial para analisar e interpretar o espaço geográfico e para promover práticas de uso e conservação adequadas.


SIMULADO: O SISTEMA TERRESTRE - 1º ANO

Instruções:

  1. Leia cada questão atentamente.

  2. Escolha a alternativa que melhor responde ao que é perguntado.

  3. Marque sua resposta.


Questão 1. 

A história da Terra é dividida em grandes intervalos de tempo, e a era mais antiga e que abrange o maior tempo geológico é a Era Pré-Cambriana. Qual das características abaixo é a principal marca geológica dessa era, relevante para a formação dos continentes? A) Formação dos grandes depósitos de petróleo e gás natural. B) Início da fragmentação do supercontinente Pangeia. C) Surgimento dos primeiros mamíferos e aves. D) Formação dos escudos cristalinos (cratons), núcleos estáveis dos continentes. E) Intenso período de dobramentos modernos, formando as maiores cadeias de montanhas.

Questão 2.

 A Era Paleozoica é de grande importância para a Geografia econômica devido à formação de um recurso mineral estratégico. Em qual período específico dessa era e qual recurso é diretamente associado à intensa acumulação de matéria vegetal em florestas pantanosas? A) Período Triássico – Formação de diamantes. B) Período Permiano – Formação de sal-gema. C) Período Carbonífero – Formação de carvão mineral. D) Período Devoniano – Formação de minério de ferro. E) Período Cambriano – Formação de gás natural.

Questão 3. 

A Era Mesozoica é conhecida como a "Era dos Dinossauros" e por grandes transformações geográficas. Qual fenômeno crucial para a atual distribuição dos continentes e qual recurso fóssil são majoritariamente associados a esta era, conforme o guia? A) Formação dos dobramentos modernos e jazidas de carvão. B) Início da fragmentação da Pangeia e formação de petróleo. C) Resfriamento do planeta e formação de grandes geleiras. D) Surgimento dos escudos cristalinos e depósitos de ouro. E) Aumento da atividade sísmica interna e formação de rochas magmáticas.

Questão 4. 

A Era Cenozoica, a mais recente na linha do tempo geológica, é subdividida em períodos que testemunharam eventos geológicos e biológicos significativos. As grandes cadeias de montanhas como os Andes e o Himalaia, conhecidas como Dobramentos Modernos, se formaram em qual período dessa era? A) Quaternário. B) Paleógeno. C) Neógeno. D) Terciário. E) Holoceno.

Questão 5.

A crosta terrestre, a camada onde vivemos, é apenas uma das partes da estrutura interna do planeta. A camada mais volumosa da Terra, composta por rochas em estado semifundido e onde ocorrem as correntes de convecção responsáveis pelo movimento das placas tectônicas, é denominada:

A) Núcleo Interno.B) Núcleo Externo. C) Crosta Continental. D) Manto. E) Litosfera.

Questão 6. 

A Terra apresenta descontinuidades que são limites ou zonas de transição entre suas camadas internas, identificadas pela variação na velocidade das ondas sísmicas. Qual descontinuidade marca o limite entre a crosta e o manto? A) Descontinuidade de Lehmann. B) Descontinuidade de Gutenberg. C) Descontinuidade de Mohorovičić (Moho). D) Descontinuidade de Conrad. E) Descontinuidade de Repetti.

Questão 7. 

A Teoria da Tectônica de Placas explica o movimento das placas litosféricas. Em limites convergentes, onde as placas se chocam, diferentes fenômenos podem ocorrer. Qual processo descreve uma situação menos comum, onde uma placa oceânica é forçada a se mover por cima de uma placa continental, em vez de mergulhar? A) Subducção. B) Dorsal oceânica. C) Obducção. D) Transformante. E) Vulcanismo de ponto quente.

Questão 8. 

Alfred Wegener, ao propor a Teoria da Deriva Continental, apresentou diversas evidências que apoiavam sua ideia de que os continentes estiveram unidos no passado. Qual das opções abaixo NÃO foi uma evidência utilizada por Wegener? A) O encaixe quase perfeito das costas da América do Sul e da África. B) A presença de fósseis de mesmas espécies em continentes hoje separados. C) A correlação de tipos de rochas e estruturas geológicas em continentes distantes. D) A ocorrência de terremotos e vulcões nas bordas das placas. E) Evidências de antigas glaciações em regiões tropicais.

Questão 9. 

A superfície terrestre é constantemente modelada por processos que atuam sobre as rochas. Qual processo se refere à desagregação (quebra) e/ou decomposição (alteração química) das rochas na superfície, sem que haja transporte do material? A) Erosão fluvial. B) Intemperismo. C) Erosão eólica. D) Vulcanismo. E) Sedimentação.

Questão 10. 

As forças geológicas que modelam a Terra podem ser divididas em internas e externas. Enquanto as forças internas, como a tectônica de placas, atuam na construção de grandes estruturas, qual par de processos atua primariamente na remoção e transporte de material rochoso ou solo, modificando o relevo na superfície? A) Correntes de convecção e magnetismo. B) Vulcanismo e terremotos. C) Deriva continental e dobramentos. D) Intemperismo e erosão. E) Campo magnético e glaciações.

Questão 11. 

O solo é um recurso natural vital que se forma a partir da rocha matriz. Qual dos fatores abaixo é considerado o mais importante na pedogênese (formação do solo), pois sua temperatura e umidade determinam o tipo e a intensidade do intemperismo? A) Relevo. B) Material de Origem. C) Organismos Vivos. D) Clima. E) Tempo Decorrido.

Questão 12.

O perfil do solo é composto por diferentes camadas, cada uma com características específicas. A camada mais superficial, composta por folhas, galhos e matéria orgânica em diferentes estágios de decomposição, é conhecida como:

A) Horizonte A. B) Horizonte B. C) Horizonte C. D) Horizonte O. E) Horizonte R.

Questão 13. 

A degradação do solo pode ocorrer por diversos processos. A "lavagem e o transporte de nutrientes e minerais solúveis pela água que percola o solo" é um fenômeno que leva ao empobrecimento e à perda de fertilidade. Como é denominado esse processo? A) Assoreamento. B) Erosão pluvial. C) Lixiviação. D) Arenização. E) Desertificação.

Questão 14. 

O acúmulo de sedimentos no leito de rios e outros corpos d'água, diminuindo sua profundidade e capacidade, é um problema ambiental sério, frequentemente causado pela erosão do solo nas bacias hidrográficas. Qual termo descreve esse fenômeno? A) Ravinas. B) Voçorocas. C) Assoreamento. D) Lixiviação. E) Intemperismo.

Questão 15. 

Ravinas e voçorocas são formas avançadas de erosão do solo. Enquanto as ravinas são pequenas valetas, as voçorocas são grandes e profundas crateras que resultam do aprofundamento e alargamento das ravinas, expondo camadas mais profundas do solo e subsolo. Qual é uma das principais causas desses processos, de acordo com o guia? A) Baixa intensidade de chuvas. B) Presença de densa cobertura vegetal. C) Ausência de declividade no terreno. D) Desmatamento de encostas e uso inadequado do solo. E) Alta taxa de infiltração de água no solo.

Questão 16. 

A "arenização" e a "desertificação" são dois processos de degradação do solo que, embora possam parecer semelhantes, apresentam diferenças cruciais. Qual é a principal distinção entre arenização e desertificação, conforme o guia de estudos? A) A arenização ocorre em regiões áridas, enquanto a desertificação ocorre em regiões úmidas. B) A arenização é um processo natural de formação de dunas, enquanto a desertificação é sempre causada por ação humana. C) A arenização ocorre em climas úmidos ou semiúmidos em solos arenosos expostos, enquanto a desertificação é a degradação da terra em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas. D) A arenização resulta da salinização do solo, enquanto a desertificação é a perda de matéria orgânica. E) A arenização leva à formação de voçorocas, enquanto a desertificação é um tipo de lixiviação.

Questão 17. A rocha matriz, também conhecida como material de origem, é um dos fatores da pedogênese. Como ela influencia a formação do solo? 

A) Determina unicamente o relevo da área onde o solo se formará. B) Controla a quantidade de matéria orgânica que o solo receberá. C) Influencia diretamente a composição mineral, textura e fertilidade inicial do solo. D) Define o tipo de clima que atuará sobre o solo. E) Acelera ou retarda o tempo necessário para a formação completa do solo.

Questão 18. O tempo é um agente fundamental na formação do solo. Qual a relação entre o tempo decorrido e o desenvolvimento do solo, segundo o guia? 

A) Solos jovens são mais profundos e com horizontes mais distintos. B) O tempo afeta apenas a cor do solo, não sua estrutura. C) Solos mais antigos geralmente são mais desenvolvidos, profundos e com horizontes mais distintos. D) O tempo é irrelevante para a formação do solo, que é um processo instantâneo. E) Solos mais jovens tendem a ter maior fertilidade.

Questão 19. Além do clima, organismos vivos (flora e fauna) desempenham um papel crucial na pedogênese. Como esses organismos contribuem para a formação do solo? 

A) Apenas através da erosão e transporte de sedimentos. B) Por meio da decomposição da matéria orgânica, incorporação de nutrientes e aeração. C) Exclusivamente alterando a temperatura da rocha matriz. D) Formando novas rochas por compactação. E) Atuando como agentes de intemperismo físico apenas.

Questão 20. 

A desertificação é um grave problema ambiental global. Qual das seguintes opções apresenta uma das principais causas humanas da desertificação, conforme o guia? A) Aumento da cobertura vegetal e reflorestamento. B) Uso de técnicas agrícolas de conservação do solo. C) Desmatamento, queimadas e pastoreio excessivo. D) Construção de barragens para controle de inundações. E) Implementação de sistemas de irrigação eficientes e sustentáveis.


Gabarito e Justificativas

Questão 1.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: Conforme o Capítulo 1, subitem 1.1 do guia, a Era Pré-Cambriana é marcada pela "Formação dos Escudos Cristalinos (Cratons)", que são as porções mais antigas e estáveis da crosta continental e atuam como os "núcleos" dos continentes atuais.

Questão 2.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: O Capítulo 1, subitem 1.2 do guia, detalha que o "Período Carbonífero" da Era Paleozoica foi caracterizado por vastas florestas pantanosas que resultaram na "formação de grandes jazidas de carvão mineral".

Questão 3.

  • Gabarito: B

  • Justificativa: No Capítulo 1, subitem 1.3 do guia, a Era Mesozoica é associada à "Pangeia: O supercontinente Pangeia (...) começa a se fragmentar..." e à "Formação de Petróleo: A abundância de vida marinha (...) levou à formação de grandes reservas de petróleo e gás natural".

Questão 4.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: O Capítulo 1, subitem 1.4 do guia, especifica que na Era Cenozoica, o "Período Terciário (...) Dobramentos Modernos: A continuidade da deriva continental e a colisão entre as placas tectônicas causaram a formação dos Dobramentos Modernos".

Questão 5.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: Conforme o Capítulo 2, subitem 2.1 do guia, o "Manto: Localizado abaixo da crosta, é a camada mais volumosa. Composto por rochas em estado semifundido (pastoso), o magma. O manto superior, chamado Astenosfera, é onde ocorrem as correntes de convecção que impulsionam o movimento das placas tectônicas."

Questão 6.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: O Capítulo 2, subitem 2.2 do guia, descreve que a "Descontinuidade de Mohorovičić (Moho): Marca o limite entre a crosta e o manto."

Questão 7.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: No Capítulo 3, subitem 3.2.1, ao descrever os limites convergentes, a "Obducção" é definida como "um processo menos comum onde uma placa oceânica é forçada a se mover por cima de uma placa continental."

Questão 8.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: O Capítulo 3, subitem 3.1 do guia, lista as "Evidências de Wegener" para a Deriva Continental. Embora terremotos e vulcões ocorram nas bordas das placas, eles são fenômenos explicados pela Teoria da Tectônica de Placas (desenvolvida posteriormente) e não foram uma evidência original de Wegener.

Questão 9.

  • Gabarito: B

  • Justificativa: Conforme o Capítulo 4, subitem 4.1 do guia, "Intemperismo (Meteorização): É o conjunto de processos que causam a desagregação (quebra) e a decomposição (alteração química) das rochas na superfície terrestre, sem que haja transporte do material."

Questão 10.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: O Capítulo 4 do guia é intitulado "A Modelagem da Superfície: Erosão e Intemperismo". Ele explica que "Enquanto as forças internas (tectônicas) constroem e movem as grandes estruturas da Terra, as forças externas atuam modelando e esculpindo o relevo" através do "Intemperismo (Meteorização)" (desagregação e decomposição) e da "Erosão" (remoção e transporte do material).

Questão 11.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: O Capítulo 5, subitem 5.1 ("Agentes de Formação do Solo"), afirma que o "Clima: É o fator mais importante. A temperatura e a umidade (...) determinam o tipo e a intensidade do intemperismo".

Questão 12.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: Conforme o Capítulo 5, subitem 5.2 ("Horizontes do Solo"), o "Horizonte O (Orgânico)" é a "Camada mais superficial, composta por folhas, galhos e matéria orgânica em diferentes estágios de decomposição."

Questão 13.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: O Capítulo 5, subitem 5.3 ("Lixiviação"), define o processo como "a lavagem e o transporte (para camadas mais profundas do solo ou para cursos d'água) de nutrientes e minerais solúveis pela água que percola o solo."

Questão 14.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: No Capítulo 5, subitem 5.3 ("Assoreamento"), o guia explica que é o "acúmulo de sedimentos (areia, silte, argila) no leito de rios, lagos, reservatórios e outros corpos d'água, diminuindo sua profundidade e capacidade de armazenamento."

Questão 15.

  • Gabarito: D

  • Justificativa: O Capítulo 5, subitem 5.3 ("Ravinas e Voçorocas"), lista o "Desmatamento de encostas, uso inadequado do solo" como causas desses processos.

Questão 16.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: O Capítulo 5, subitem 5.3 ("Arenização" e "Desertificação"), explica que "A arenização ocorre em climas úmidos ou semiúmidos (...) onde a retirada da vegetação expõe solos já naturalmente arenosos", enquanto a "Desertificação: É a degradação da terra em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas".

Questão 17.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: O Capítulo 5, subitem 5.1 ("Agentes de Formação do Solo" - Material de Origem), descreve que "A rocha que dá origem ao solo (rocha matriz) influencia diretamente sua composição mineral, textura e fertilidade inicial."

Questão 18.

  • Gabarito: C

  • Justificativa: No Capítulo 5, subitem 5.1 ("Agentes de Formação do Solo" - Tempo), o guia afirma que "Solos mais antigos geralmente são mais desenvolvidos, mais profundos e com horizontes mais distintos".

Questão 19.

  • Gabarito: B

  • Justificativa: O Capítulo 5, subitem 5.1 ("Agentes de Formação do Solo" - Organismos Vivos), detalha que esses organismos "contribuem para a decomposição da matéria orgânica, incorporação de nutrientes, aeração e formação de estruturas no solo (húmus)."

Questão 20.

  • Gabarito: C

Justificativa: O Capítulo 5, subitem 5.3 ("Desertificação"), lista "Desmatamento, queimadas, monoculturas intensivas, pastoreio excessivo" como causas da desertificação.

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