Alunos, é preciso se atentar às reações das pessoas ao redor do mundo, quando fatos relevantes acontecem em um determinado local. Isso por que, pessoas se identificam com algumas causas reagindo de forma similar. No caso do separatismo na Escócia, já existe repercussão em outros países. Nesse sentido, esse tema pode ser foco do Enem.
ENTENDA O QUE ACONTECE NA ESCÓCIA:
A região da Escócia,
lutou durante os primeiros séculos de sua existência para se manter como Estado
independente. Foi quando, em 1707, os Ingleses ameaçaram interromper o comércio
e a livre circulação na fronteira comum. Os Parlamentos da Escócia e da
Inglaterra promulgaram os Atos de União que criaram o Reino Unido da Grã- Bretanha.
Desde então, a Escócia passou a ser parte do reino Unido.
Em 1997 a Escócia
conseguiu restituir um Parlamento independente, que havia sido extinto 300 anos
antes. Apesar de ter ganhado mais independência para decidir sobre algumas
questões, a parte fiscal ainda é centralizada pelo Parlamento britânico – ou
seja, a decisão sobre onde e quanto gastar é do Reino Unido, não da Escócia.
Questão Econômica
Os pró-independência
afirmam que seria possível a Escócia se manter com a receita do petróleo do Mar
do Norte. Os ganhos deixariam de ser divididos entre o Reino Unido. A Escócia
também poderia figurar entre as 35 maiores exportadoras de petróleo e
uísque, por exemplo, e criar um sistema financeiro mais saudável.
Segundo alguns
críticos, seria muito arriscado depender de apenas uma grande fonte de renda
cujas reservas são finitas. Além disso, o mercado de petróleo não é exatamente
estável e o preço do produto varia conforme o cenário econômico e político.
Uma questão relevante é
em relação à moeda. Pois, Salmond insiste em manter a libra, mas com a
separação do Reino Unido não haveria mais uma união monetária. Ou seja, como
manter a moeda sem controle sobre a política monetária? E se ocorrer uma crise?
Outra possibilidade, incerta, seria a adoção do euro. Mas ainda não se sabe
como ficaria uma Escócia independente na União Européia. A quem proponha a criação
de uma moeda própria.
Por causa dessa
insegurança, a libra esterlina se desvalorizou e algumas empresas ameaçaram se
mudar para a Inglaterra caso a população vote pela independência da Escócia.
Questão
Diplomática
Os
escoceses se baseiam no artigo 48 do tratado europeu para dizer que seria
possível negociar sua manutenção. Já quem se opõe à independência afirma que
eles teriam que se candidatar e passar por um processo normal - e longo - de
adesão. Essa questão está em aberto.
Outra dúvida é em relação aos armamentos
nucleares britânicos. Quatro submarinos ficam estacionados em uma base naval
escocesa e Salmond já avisou que caso a Escócia se torne independente não vai
mais mantê-los em seu território. Isso significaria custo e tempo para a
Inglaterra construir outra base marítima e transferir os equipamentos.
Finalizando, há a questão das fronteiras. A Escócia é
um país com a população envelhecida que tende a incentivar a imigração. Se o
país for rapidamente aceito na União Europeia e passar a fazer parte do Acordo
de Schengen (convenção que permite a livre circulação de pessoas, do qual o
Reino Unido não faz parte), pode ser que se crie um conflito com a Inglaterra.
SAIBA MAIS:
ESTADÃO
conjur.com.br
O sentimento separatista ganha força na Europa.