A era cenozoica iniciou-se há 65 milhões de anos e ainda hoje está, por assim dizer, em pleno vigor, portanto, trata-se da última etapa da nossa longa viagem através do nosso passado geológico. O Rio Grande do Sul vai adquirindo um aspecto cada vez mais familiar, ou seja, parecido com o atual. A serra basáltica, devido à erosão, fica individualizada, e é a erosão que expõe novamente rochas mais antigas, como as do escudo, e as rochas sedimentares, incluíndo-se aí o carvão. Com isso individualizam-se, ao longo dos milhões de anos da era cenozoica, as unidades geomorfológicas que hoje caracterizam o Estado. Por unidade ou província geomorfológica entende-se uma região caracterizada por um tipo especial de rocha, que em resposta à erosão forma um relevo típico. Temos a região central do estado, onde granitos e metamorfitos da época de colisão dos crátons formam um relevo de coxilhas, pontuado por elevações e terrenos maiores. Por outro lado temos uma região alta e relativamente plana ocupando praticamente a metade norte do Rio Grande do Sul- a Serra Gaúcha. Entre a região central a a Serra fica uma faixa de terreno menos acidentado, uma espécie de planície rebaixada, formada pelas rochas sedimentares da bacia do Paraná. Essa é chamada de Depressão Periférica, porque é topográficamente mais baixa que a área do Escudo e é periférica a este, ou seja, fica na margem do Escudo Sul-riograndense. Temos, portanto, o Escudo sul-riograndense, a Depressão Periférica e o Planalto. A Planície Costeira no litoral gaúcho está aí para ser aproveitado, e do jeito que cidades como Tramandaí e Capão da Canoa lotam nos meses de verão não se tem dúvida de que a praia é para nós gaúchos muito, mas muito importante.
Fonte: Do Mar ao Deserto (Michel Holz)- Pg. 131