domingo, 4 de março de 2012

Jurandyr Ross e a classificação do relevo brasileiro

Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma outra classificação do relevo, dessa vez usando como critério três importantes fatores geomorfológicos:
- a morfoestrutura- origem geológica;
- o paleoclima- ação de antigos agentes climáticos;
- o morfoclima- influência dos atuais agentes climáticos.
Trata-se de uma divisão inovadora, que conjuga o passado geológico e o passado climático com os atuais agentes escultores do relevo. Com base nesses critérios, o professor Ross classifica três tipos de relevo:
- planaltos- porções residuais salientes do relevo, que oferecem mais resistência ao processo erosivo;
- planícies- superfícies essencialmente planas, nas quais o processo de sedimentação supera o de erosão;
- depressões- áreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se entre estas e os maciços cristalinos. Esse três tipos de relevo compõem, em conjunto, 28 unidades, identificadas no mapa abaixo:



Fonte: geografia do Brasil, Jurandyr L. S. Ross, org.

COMPARAÇÃO ENTRE AS CLASSIFICAÇÕES DE AROLDO DE AZEVEDO E AB'SABER

Compare as duas classificações:

AROLDO DE AZEVEDO
AZIZ AB’SABER
Planaltos:
Planaltos:
1- das Guianas
1- das Guianas, englobando a região serrana e o planalto Norte- Amazônico
2- Brasileiro, subdividido em:
-Atlântico
- Central
- Meridional
2- Brasileiro, subdividido em:
- Central
- Meridional
- Nordestino
- Serras e planaltos do Leste e do Sudeste
- do Maranhão-Piauí
3- Uruguaio-rio-grandense
Planícies:
1-     Amazônica
2-     Do Pantanal
3-     Costeira
Planícies:
1-     Planícies e terras baixas amazônicas
2-     Planície do Pantanal
3-   Planícies de terras baixas costeiras 

Queridos (as) alunos (as), é muito importante entender que a aprendizagem é fruto do “querer aprender,” e faz-se necessário estar constantemente pesquisando, ou seja, buscando mais de uma fonte de pesquisa (web, livros, jornais, revistas), isto é, diferentes opiniões. Cresce a necessidade de estar em sintonia com a ciência de referência, nesse caso, a Geografia.


sábado, 3 de março de 2012

Ab'Saber e a classificação do relevo brasileiro

No final da década de 1962, o professor Ab'Saber aperfeiçoou a divisão do professor Aroldo de Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos, especialmente as noções de sedimentação e de erosão. As áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que a sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em que os processos de sedimentação supera o de erosão foram denominadas planícies. Nota-se, assim, que essa classificação não leva em conta as cotas altimétricas do relevo, mas os aspectos de sua modelagem, ou seja, a geomorfologia.
Nessa classificação, o relevo brasileiro passa de 7 para 10 unidades. Isso em decorrência da compartimentação do Planalto Atlântico em Planalto Nordestino e Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste. Algumas outras áreas foram subdivididas, originando o Planalto do Maranhão-Piauí e o Uruguaio- Sul-rio-grandense.



Fonte de pesquisa: Aziz Nacib Ab'Saber, Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil.
In: Revista Orientação.

Aroldo de Azevedo e a classificação do relevo brasileiro

Uma das mais antigas divisões do relevo foi na década de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo que serviu de base para todas as outras divisões feitas posteriormente. Ao elaborar sua divisão, ele levou em conta principalmente as diferenças de altitude. Desse modo as planícies foram classificadas como as partes do relevo relativamente planas com altitudes inferiores a 200 metros. Por sua vez, os planaltos foram considerados as formas de relevo levemente onduladas. Essa classificação divide todo o território brasileiro em planaltos, cuja área total ocupa 59% de toda a superfície do país, e planícies, que ocupam os 51% restantes.



Fonte de pesquisa: Aroldo de Azevedo, O planalto Brasileiro e o problema de classificação de suas formas de relevo.
In: Boletim da AGB, 1949.

A BASE DO TERRITÓRIO: A ESTRUTURA GEOLÓGICA DO TERRENO

Estrutura geológica é a base de um território. Corresponde à sua composição rochosa. Já o relevo é a forma apresentada pelo território aos nossos olhos: montanhas mais altas, montanhas rebaixadas, planícies, depressões. O território brasileiro é parte integrande da placa sul-americana. No Brasil só ocorrem dois dos três tipos de relevo encontrados na crosta terrestre:
1- MACIÇOS ANTIGOS OU ESCUDOS CRISTALINOS- são o embasamento mais antigo da crosta terrestre. Formados no período geológico Pré- cambriano, apresentam rochas cristalinas magmáticas e metamórficas. Os afloramentos dos escudos cristalinos correspondem a 36% do território brasileiro. São áres ricas em ocorrências minerais de grande valor comercial. Esses minerais podem ser não-metálicos, como o granito e as pedras preciosas, ou metálicos, como o ferro e a bauxita. Os materiais metálicos são abundantes no Brasil. Encontrados principalmente no Quadrilátero ferrífero, em Minas Gerais, e na Serra dos Carajás, no Pará; o manganês, cujas principais jazidas situam-se no maciço do Urucum (MS) e na Serra do Navio (AP); a extração, porém, é maior em Conselheiro Lafayette (MG) e na Serra dos Carajas (PA); a bauxita, explorada no vale do rio Trombetas, no Pará, e a cassiterita, principalmente em Rondônia e Minas Gerais.
2- BACIAS SEDIMENTARES- formadas por rochas originárias da deposição de sedimentos nas concavidades da crosta terrestre. Por isso essas rochas recebem o nome de sedimentares, tendo sido formadas no Paleosoico, Mesosoico e Cenosoico a a partir de sedimentos transportados pelos agentes externos que moldam o relevo: chuva, vento, neve etc. Durante a era Mesosoica, quando a bacia sedimentar do Paraná estava sendo formada, ocorreu uma imensa atividade vulcânica no território brasileiro, sob a forma de imensos derrames de lava. Esses derrames vulcânicos formaram rochas basálticas, cuja a decomposição originou a terra roxa, solo extremamente fértil que determinou a vocação agropecuária do oeste do estado de São Paulo e norte do estado do Paraná. A bacia sedimentar do Paraná também se destaca por um imenso depósito de água potável. Trata-se do Aquífero Guarani, um gigantesco lençól frático que ocupa uma área de 1.200.000 Km² estendendo-se por terras brasileiras e dos outros três países do Mercosul.
3- DOBRAMENTOS MODERNOS OU MONTANHAS JOVENS: essas montanhas ocorrem nas áreas de contato entre placas tectônicas (o que não é o caso do Brasil) que são também os locais mais vulneráveis à pressão que ainda hoje é exercida pelas forças internas oriundas do magma. Nessas áreas, costumam ser frequentes abalos sísmicos (terremotos) e atividades vulcânicas (vulcões ativos).

Fonte: Geografia Geral e do Brasil- James e Mendes

sexta-feira, 2 de março de 2012

O início da formação da América do Sul.

A América do Sul iniciou sua formação com uma série de choques entre as massas continentais, começada há aproximadamente um bilhão de anos. Nessa época a movimentação das placas no planeta era muito intensa, de forma que muitas áreas continentais hoje existentes foram moldadas nesse período. Na Geologia este evento é conhecido como CICLO BRASILIANO, que afetou e controlou a formação de toda a América do Sul. E o Rio Grande do Sul como era nessa época? Estes eventos, uma vez que não podem ser reproduzidos em laboratórios ou testados de outra forma direta, são lidos e interpretados a partir das rochas existentes em vários locais da região Sul do Brasil.  Há aproximadamente um bilhão de anos (no período Proterozoico), existiam, aqui no Hemisfério Sul, duas massas continentais, o Cráton Rio de La Plata e o Cráton de Kalahari, denominados assim de acordo com as localidades em que as rochas antiquíssimas destes crátons foram encontradas: uma na Região Sul da atual América do Sul e outra na África. Esses dois pedaços de continentes eram separados por um oceano, de configuração certamente muito diferente daquela do atual Oceano Atlântico Sul, tanto que ele merece um nome destacado: OCEANO ADAMASTOR. ESTE MAR SEPARANDO AS ÁREAS CRATÔNICAS RIO DE LA PLATA E KALAHARI, ERA CONDENADO AO DESAPARECIMENTO por uma razão muito simples: os crátons estavam em rota de colisão. A atividade tectônica do proterozoico era a responsável por isso: enquanto lugares desconhecidos cadeias mesoceânicas se instalavam e espalhavam crosta oceânica para seus dois flancos, em outro lugares massas continentais eram empurradas saindo de sua posição original e vindo a chocar-se com outras. Foi desse modo que o oceano Adamastor desapareceu. Foi mais ou menos assim que o Rio Grande do Sul iniciou sua história de existência. Restos das rochas que testemunharam esse evento de choques encontramos atualmente não apenas no território gaúcho, mas também mais ao Norte e mais ao Sul: em Santa Catarina e no Uruguai, caracterizando bem a magnetude regional desse evento.
Fonte de pesquisa: Coleção: Explorando o Ensino- Geografia

 

Vídeo: Telecurso - o processo de formação do relevo e a linha do tempo geológica.


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