A América do Sul iniciou sua formação com uma série de choques entre as massas continentais, começada há aproximadamente um bilhão de anos. Nessa época a movimentação das placas no planeta era muito intensa, de forma que muitas áreas continentais hoje existentes foram moldadas nesse período. Na Geologia este evento é conhecido como CICLO BRASILIANO, que afetou e controlou a formação de toda a América do Sul. E o Rio Grande do Sul como era nessa época? Estes eventos, uma vez que não podem ser reproduzidos em laboratórios ou testados de outra forma direta, são lidos e interpretados a partir das rochas existentes em vários locais da região Sul do Brasil. Há aproximadamente um bilhão de anos (no período Proterozoico), existiam, aqui no Hemisfério Sul, duas massas continentais, o Cráton Rio de La Plata e o Cráton de Kalahari, denominados assim de acordo com as localidades em que as rochas antiquíssimas destes crátons foram encontradas: uma na Região Sul da atual América do Sul e outra na África. Esses dois pedaços de continentes eram separados por um oceano, de configuração certamente muito diferente daquela do atual Oceano Atlântico Sul, tanto que ele merece um nome destacado: OCEANO ADAMASTOR. ESTE MAR SEPARANDO AS ÁREAS CRATÔNICAS RIO DE LA PLATA E KALAHARI, ERA CONDENADO AO DESAPARECIMENTO por uma razão muito simples: os crátons estavam em rota de colisão. A atividade tectônica do proterozoico era a responsável por isso: enquanto lugares desconhecidos cadeias mesoceânicas se instalavam e espalhavam crosta oceânica para seus dois flancos, em outro lugares massas continentais eram empurradas saindo de sua posição original e vindo a chocar-se com outras. Foi desse modo que o oceano Adamastor desapareceu. Foi mais ou menos assim que o Rio Grande do Sul iniciou sua história de existência. Restos das rochas que testemunharam esse evento de choques encontramos atualmente não apenas no território gaúcho, mas também mais ao Norte e mais ao Sul: em Santa Catarina e no Uruguai, caracterizando bem a magnetude regional desse evento.
Fonte de pesquisa: Coleção: Explorando o Ensino- Geografia