domingo, 23 de outubro de 2011

URBANIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL E BRASILEIRO

     A urbanização deve ser entendida como um processo que resulta em especial da transferência de pessoas do campo para a cidade, ou seja, crescimento da população urbana em decorrência do êxodo rural.                             Um espaço pode ser considerado urbanizado, a partir do momento em que o percentual de população urbana for superior a rural.
     Sendo assim, podemos dizer que hoje o espaço mundial é predominantemente urbano. Mas isso não foi sempre assim, durante muito tempo à população rural foi superior a urbana, essa mudança se deve em especial, ao processo de industrialização iniciado no século XVIII, que impulsionou o êxodo rural nos locais em que se deu, primeiramente na Inglaterra, que foi o primeiro pais a se industrializar, e depois se expandiu para outros países, como os EUA, França, Alemanha, etc., a maioria desses países hoje já são urbanizados.
     Nos países subdesenvolvidos de industrialização tardia, esse processo só começou no século XX, em especial a partir da 2ª Guerra Mundial, e tem se dado até hoje de forma muito acelerada, o que tem se configurado como uma urbanização anômala trazendo uma série de conseqüências indesejadas para o espaço urbano desses países. Atualmente até mesmo os países de industrialização inexpressiva vivem um intenso movimento de urbanização, é o que ocorre em países africanos como a Nigéria.

FATORES QUE CONTRIBUEM COM O ÊXODO RURAL
Existem dois tipos de fatores que contribuem com o êxodo rural, são eles:
a)       Repulsivos: são aqueles que expulsam o homem do campo, como a concentração de terras, mecanização da lavoura e a falta de apoio governamental.
b)       Atrativos: são aqueles que atraem o homem do campo para as cidades, como a expectativa de emprego, melhores condições de saúde, educação, etc.
     Em países subdesenvolvidos como o Brasil, os fatores repulsivos costumam predominar sobre os atrativos, fazendo com que milhares de trabalhadores rurais tenham que deixar o campo em direção das cidades, o que em geral contribui com o aumento dos problemas urbanos na medida em que as cidades não tem estrutura suficiente para receber esses trabalhadores, com isso proliferam-se as favelas, aumenta a violência, faltam empregos, dentre outros problemas.

DIFERENÇAS NO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO
     Existem diferenças fundamentais no processo de urbanização de países desenvolvidos e subdesenvolvidos, abaixo estão relacionadas algumas delas:

a)       Desenvolvidos:
·         Urbanização mais antiga ligada em geral a primeira e Segunda revoluções industriais;
·         Urbanização mais lenta e num período de tempo mais longo, o que possibilitou ao espaço urbano se estruturar melhor;
·         Formação de uma rede urbana mais densa e interligada.
b)       Subdesenvolvidos:
·         Urbanização mais recente, em especial após a 2ª Guerra mundial;
·         Urbanização acelerada e direcionada em muitos momentos para um número reduzido de cidades, o que gerou em alguns países a chamada macrocefalia urbana";
·         Existência de uma rede urbana bastante rarefeita e incompleta na maioria dos países.
Obs. Nas metrópoles dos países desenvolvidos os problemas urbanos como violência, transito caótico, etc., também estão presentes.

AGLOMERAÇÕES URBANAS
A expansão da urbanização gerou o aparecimento de várias modalidades de aglomerações urbanas, além de termos que cada vez mais fazem parte de nosso cotidiano, abaixo definiremos algumas dessas modalidades e termos:
a)       Rede urbana: Segundo Moreira e Sene (2002), "a rede urbana é formada pelo sistema de cidades, no território de cada país, interligadas umas as outras através dos sistemas de transportes e de comunicações, pelos quais fluem pessoas, mercadorias, informações, etc." Nos países desenvolvidos devido a maior complexidade da economia a rede urbana é mais densa.
b)       Hierarquia urbana: Corresponde a influência que exercem as cidades maiores sobre as menores. O IBGE identifica no Brasil a seguinte hierarquia urbana: metrópole nacional, metrópole regional, centro submetropolitano, capital regional e centros locais.
c)       Conurbação: Corresponde ao encontro ou junção entre duas ou mais cidades em virtude de seu crescimento horizontal. Em geral esse processo dá origem a formação de regiões metropolitanas.
d)       Metrópole: Segundo Coelho e Terra (2001), metrópole seria à cidade principal ou cidade-mãe, isto é, a cidade que possui os melhores equipamentos urbanos do país (metrópole nacional), ou de uma grande região do país (metrópole regional)". No Brasil cidades como São Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles nacionais, e Belém, Manaus, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza são metrópoles regionais.
e)       Região metropolitana: Corresponde ao conjunto de municípios conurbados a uma metrópole e que desfrutam de infra-estrutura e serviços em comum.
f)         Megalópole: Corresponde a conurbação entre duas ou mais metrópoles ou regiões metropolitanas. As principais megalópoles do mundo encontram-se em países desenvolvidos como é o caso da Boswash, localizada no nordeste dos EUA, e que tem como principal cidade Nova Iorque; San San, localizada na costa oeste dos EUA, tendo como principal cidade Los Angeles; Chippits, localizada nos grandes lagos nos EUA; Tokaido, localizada no Japão; e a megalópole européia que inclui áreas de vários países. No Brasil temos a megalópole Rio-São Paulo, localizada no sudeste brasileiro, no vale do Paraíba, incluíndo municípios da região metropolitana das duas grandes cidades, o elo de ligação dessa megalópole é a Via Dutra, estrada que interliga as duas cidades principais.
g)       Megacidade: Corresponde ao centro urbano com mais de dez milhões de habitantes. Hoje em torno de 21 cidades do mundo podem ser consideradas megacidades, dessas 17 estão em países subdesenvolvidos. No Brasil São Paulo e Rio de Janeiro estão nessa categoria.
h)       Técnopolo: Corresponde a uma cidade tecnológica, ou seja, locais onde se desenvolvem pesquisas de ponta. Como exemplo temos o Vale do Silício na costa oeste dos EUA; Tsukuba, cidade japonesa, dentre outras. No Brasil, temos alguns técnopolos localizados em especial no estado de São Paulo, como Campinas (UNICAMP), São Carlos (UFSCAR), e a própria capital (USP, etc.).
i)         Cidade global: são as cidades que polarizam o país todo e servem de elo de ligação entre o país e o resto do mundo, possuem o melhor equipamento urbano do país, além de concentrarem as sedes das instituições que controlam as redes mundiais, como  bolsas de valores, corporações bancárias e industriais, companhias de comércio exterior, empresas de serviços financeiros, agências públicas internacionais. As cidades mundiais estão mais associadas ao mercado mundial do que a economia nacional.
j)         Desmetropolização: Processo recente associado à diminuição dos fluxos migratórios em direção das metrópoles. Esse processo se deve em especial a chamada desconcentração produtiva, que faz com que empresas em especial industrias, se retirem dos grandes centros onde os custos de produção são maiores, e se dirijam para cidades de porte médio e pequeno, onde é mais barato produzir, em função de vários fatores como, por exemplo, os incentivos fiscais. Hoje no Brasil cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo não são mais aquelas que recebem os maiores fluxos de migrantes, mas sim regiões como interior paulista, o sul do país ou até mesmo o nordeste brasileiro.
k)       Verticalização: Processo de crescimento urbano que se manifesta através da proliferação de edifícios. A verticalização demonstra valorização do solo urbano, ou seja, quanto mais verticalizado, mais valorizado.
l)         Especulação imobiliária: Os especuladores imobiliários são aqueles proprietários de terrenos baldios no espaço urbano que deixam estes espaços desocupados a espera de valorização. Uma das conseqüências da especulação é a falta de moradias em locais mais bem localizados, fazendo com que as populações de mais baixa renda tenham que viver em áreas distantes do centro (crescimento horizontal), ou em favelas.
m)     Condomínios de luxo e favelas: os dois estão aqui juntos, pois são fruto da segregação social e econômica que se vive nas cidades, sendo eles o reflexo espacial dessas. Os condomínios são áreas fechadas muito protegidas e bem estruturadas, onde em geral mora a elite; as favelas são áreas sem infra-estrutura adequada e com graves problemas como o tráfico de drogas, onde grande parte da população está desempregada, e a maioria dela é pobre.

TIPOS DE CIDADES
     As cidades podem ser classificadas da seguinte forma:
a) Quanto ao sítio: sítio urbano refere-se ao local no   qual está superposta a cidade, sendo assim a classificação quanto ao sítio leva em consideração a questão topográfica. Como exemplo temos: cidades onde o sítio é uma planície, um planalto, uma montanha, etc.
b) Quanto à situação: situação urbana corresponde à posição que ocupa a cidade em relação aos fatores geográficos. Como exemplo temos: cidades fluviais, marítimas, entre o litoral e o interior, etc.
c) Quanto à função: função corresponde à atividade principal desenvolvida na cidade. Como exemplo temos: cidades industriais, comerciais, turísticas, portuárias, etc.
d) Quanto à origem: pode ser classificada de duas formas: planejada e espontânea. Como exemplo temos: Brasília, cidade planejada e Belém, cidade espontânea.


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Agência Internacional de Energia afirma que é hora de iniciar uma revolução energética

Agência Internacional de Energia quer usar a crise econômica como trampolim para um novo modelo energético global, e sugere a destinação de US$ 10 trilhões até 2030 para realizar as transformações que o setor necessita.
SAIBA MAIS: http://ambienteja.info/ver_cliente.asp?id=154931

Quase 60% da população global não acessa energia limpa, diz estudo

Relatório da Agência Internacional de Energia foi divulgado nesta segunda. Secretário-geral da ONU pede por uma rápida revolução energética
SAIBA MAIS: http://ambienteja.info/ver_cliente.asp?id=174035

Conferência de Durban não evitará morte do Protocolo de Kyoto

Há poucas chances que a reunião de cúpula do mês que vem em Durban produza um acordo de redução das emissões – ou seja, o mundo em breve vai ficar sem metas obrigatórias para redução de CO2. A Europa pode logo estar sozinha na luta contra o aquecimento global.

Uma catástrofe climática se abateu sobre o Ministério de Relações Exteriores em Berlim, no início da semana passada. Políticos e diplomatas do mundo todo estavam participando de uma conferência para discutir como o aquecimento global afetará o mundo.
Eles examinaram cenários que mostravam como milhões de pessoas que habitam em áreas costeiras teriam que escapar do alagamento, o que aconteceria com os direitos de exploração de pesca e mineral de nações insulares quando elas não mais existirem e como a China e a Rússia se beneficiariam de um Ártico sem gelo.

Em uma declaração, o Ministério de Relações Exteriores disse que pretendia “abordar aberta e criativamente” os perigos da mudança climática. O exercício seria o de ajudar a “encontrar novos caminhos de cooperação internacional”.

Mas a crença que o aquecimento global pode ser detido por meio de cooperação internacional é enganosa. O Protocolo de Kyoto, o único acordo mundial do clima, em breve vai expirar. É muito provável que o meio mais importante até hoje para compelir nações industrializadas a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa torne-se uma mera nota de rodapé da história. Os atuais acordos de redução de CO2 vão expirar no final de 2012, e há uma enorme resistência a novas metas.

Os ministros do meio ambiente e negociadores de aproximadamente 200 nações que vão viajar para Durban, África do Sul, no final de novembro para a mais recente conferência de clima mundial, estão a uma longa distância de injetar nova vida ao processo de Kyoto.

Christiana Figueres, secretária executiva de Mudanças Climáticas da ONU, afirma audaciosamente que há “um forte desejo de todos os lados de que haja uma decisão política” em Durban. Mas essa decisão provavelmente não envolverá acordos de redução de CO2 obrigatória no futuro. “O encontro em Durban pode se tornar um momento de luto”, adverte Reimund Schwarze, do Centro de Serviços do Clima em Hamburgo, que analisa a política climática em nome do governo alemão.

Otimismo de Merkel esvaeceu-se
Quando Angela Merkel, então ministra do meio ambiente alemã, voltou da reunião de cúpula do clima da ONU em 1997, na cidade imperial japonesa de Kyoto, ela estava exausta após longas noites de negociações. Mas ela também estava orgulhosa. As nações industrializadas prometeram reduzir suas emissões de gases de efeito estufa pelo período de 2008 até 2012 em 5% em relação aos níveis de 1990.

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BRASIL: CRISE HÍDRICA E ENERGÉTICA

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