sexta-feira, 10 de maio de 2024

CAI NO ENEM 2024: Causas e Consequências das Inundações no Rio Grande do Sul

 CAI NO ENEM!!!

I- PARTE

AS ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL

No que se refere ao ENEM, compreender as atualidades é de suma importância para demonstrar seu domínio sobre os conteúdos que são contextualizados por fatos recentes. Um exemplo marcante é o das enchentes no Rio Grande do Sul, que nos convida a explorar uma ampla gama de temas interligados. 

Nesse contexto, serão abordados conceitos fundamentais de Geografia Física, como a influência da topografia e da dinâmica climática - incluindo o papel das massas de ar e das regiões de alta e baixa pressão - no fenômeno das enchentes. Discutiremos também a importância da Floresta Amazônica e dos chamados rios voadores, além dos fenômenos El Niño e La Niña. Vamos mergulhar nas características das bacias hidrográficas, evidenciando processos como a erosão laminar e o assoreamento dos rios e tipos de solos, assim como, conceitos de bacia hidrográfica, regimes pluvial e fluvial, interflúvio, planície, planalto e depressão.

Avançando para a Geografia Política e Econômica, serão estudados a logística das estradas e a infraestrutura urbana, refletindo sobre o processo de urbanização brasileiro e a necessidade de políticas públicas voltadas para a justiça social. 

As enchentes na região de Porto Alegre, na região do Rio Grande e na Serra no Rio Grande do Sul podem ter um impacto significativo na produção e exportação do arroz e da soja, os principais produtos agrícolas do estado e do país. 

Vamos explorar os motivos:

1. Destruição de Culturas: As enchentes podem levar à destruição direta das lavouras de arroz. A submersão das plantações impede o desenvolvimento normal das plantas, podendo resultar em perda total ou parcial da produção. Esse é o efeito mais imediato e visível das enchentes sobre a agricultura.

2. Prejuízos ao Solo: As enchentes podem causar erosão do solo e remover camadas férteis, essenciais para o cultivo do arroz e de soja. Além disso, o excesso de água pode alterar a estrutura do solo, afetando sua capacidade de reter nutrientes e água, o que é crucial para o crescimento das plantas. A compactação do solo pelo acúmulo de sedimentos pode dificultar o cultivo em ciclos subsequentes.

3. Problemas de Infraestrutura: As enchentes também podem danificar a infraestrutura essencial para a produção e exportação de arroz e soja, como estradas, pontes e instalações de armazenamento. Esses danos podem dificultar o transporte do arroz das áreas produtoras para os centros de processamento e exportação, aumentando os custos de logística e atrasando as entregas.

4. Impacto na Qualidade do Produto: Mesmo em áreas onde as lavouras de arroz e soja não são completamente destruídas, a qualidade do produto pode ser afetada. A exposição prolongada à água pode levar a problemas como fungos e doenças, reduzindo a qualidade do arroz e da soja, consequentemente, seu valor de mercado.

5. Interrupção da Cadeia de Suprimentos: A produção e exportação de arroz dependem de uma cadeia de suprimentos eficiente, que pode ser interrompida por enchentes. Atrasos na plantação ou na colheita devido a enchentes podem desencadear efeitos em cascata, afetando a disponibilidade do produto para exportação e os preços no mercado internacional.

6. Impacto Econômico: Além dos impactos diretos na produção, as enchentes podem ter um efeito econômico mais amplo, afetando a renda dos produtores de arroz e de soja, os empregos na região e a economia local. A diminuição na receita das exportações de arroz e soja pode afetar o balanço comercial do estado e do país.

As fortes chuvas que ocorreram no Rio Grande do Sul no final de abril provocaram não apenas inundações em diversas cidades, mas também impactaram severamente a produção agrícola do estado, com o arroz e a soja sendo particularmente afetados. O podcast "De onde vem o que eu como" procurou esclarecer as consequências dessas inundações para o abastecimento alimentar, conversando com Gedeão Pereira, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

No cenário nacional, o estado gaúcho é o principal fornecedor de arroz, contribuindo com cerca de 70% do total consumido em todo o país. Segundo as informações, antes das inundações, 80% dessa safra já havia sido colhida, salvando uma grande parte da produção. Contudo, as águas atingiram o que restava nos campos e causaram danos aos silos de armazenagem. Apesar de ainda não se ter um cálculo preciso das perdas, a indústria e o governo já estão em negociações para importar arroz, possivelmente da Tailândia, para prevenir problemas de abastecimento. Contudo, Pereira tranquiliza, indicando que não há previsão de falta de arroz no Brasil para os próximos 10 meses.

Quanto à soja, cuja produção colocava o Rio Grande do Sul como o segundo maior produtor nacional, esperava-se colher 21,8 milhões de toneladas na safra atual, conforme projeções da Conab. No entanto, as enchentes podem ter reduzido a colheita em até 6%, de acordo com análises da Datagro. Essa diminuição não só afeta financeiramente os agricultores da região, mas também pode ter repercussões no mercado nacional e até global, considerando a posição do Brasil como um dos principais exportadores de soja.

Os problemas são exacerbados pelas dificuldades de transporte e logística causadas pelo desastre natural, com a destruição de estradas e danos a centrais de distribuição, o que complica o envio de alimentos para outras partes do país. Esses contratempos sublinham como a produção agrícola e a infraestrutura logística estão suscetíveis a eventos climáticos extremos, ressaltando a necessidade de medidas de mitigação e sistemas de gestão de risco mais eficazes.

A crise provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul destaca a urgência de adaptar-se e preparar-se para as mudanças climáticas, que vêm aumentando a intensidade e a frequência de fenômenos extremos, como as inundações. Para o setor agropecuário, isso implica adotar práticas de cultivo mais resilientes, aprimorar a infraestrutura de armazenamento e transporte e elaborar planos de emergência que assegurem a continuidade do suprimento alimentar diante dos desafios climáticos futuros.

Em resumo, as enchentes na região de Porto Alegre e outras áreas do Rio Grande do Sul representam um desafio significativo para a produção e exportação de grãos. A gestão eficaz dos recursos hídricos, a implementação de sistemas de alerta precoce e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis são medidas cruciais para mitigar esses impactos e garantir a segurança alimentar e econômica da região.

Como se cultiva o arroz? O cultivo do arroz pode variar conforme a região e as condições climáticas, mas geralmente segue alguns passos básicos:

1. Preparação do Solo: A terra é preparada através de aração e gradagem para tornar o solo fino e solto, facilitando o plantio das sementes e a absorção de nutrientes.

2. Escolha da Semente: A seleção de uma semente de qualidade é crucial para garantir uma boa colheita. As sementes podem ser tratadas antes do plantio para evitar doenças.

3. Plantio: O arroz pode ser plantado de forma manual, mecanizada ou através do sistema de semeadura direta. Em muitas regiões, o arroz é cultivado em áreas alagadas, conhecidas como paddy fields ou campos de arrozal.

4. Irrigação: O arroz geralmente requer muita água, especialmente nas fases iniciais de crescimento. O método de irrigação por inundação é comum, onde os campos são mantidos alagados até perto da colheita.

5. Manejo de Pragas e Doenças: O controle de pragas e doenças é realizado através do uso cuidadoso de pesticidas e práticas agrícolas integradas.

6. Colheita: Quando os grãos de arroz amadurecem, a água é drenada dos campos, e o arroz é colhido manualmente ou com máquinas.

O que é Fiscal de Água? Um fiscal de água, também conhecido como guardião da água ou zelador de águas, é um profissional ou funcionário público responsável por monitorar e regular o uso da água dentro de uma determinada área ou comunidade, especialmente em regiões agrícolas. Suas responsabilidades incluem garantir a distribuição justa da água para irrigação, monitorar o cumprimento das leis de águas, e às vezes, administrar conflitos relacionados ao uso da água.

O que é Água de Barragens? Água de barragens refere-se à água armazenada em reservatórios criados por barragens. Barragens são estruturas construídas para reter água de rios e córregos, criando um reservatório que pode ser utilizado para diversos fins, incluindo irrigação agrícola, abastecimento de água potável, geração de energia hidrelétrica e controle de cheias. A água de barragens desempenha um papel crucial na gestão dos recursos hídricos, especialmente em regiões áridas ou durante períodos de seca.

Curvas de Nível

Curvas de nível são linhas imaginárias que conectam pontos de mesma altitude em um mapa topográfico, representando a inclinação e o relevo do terreno. Elas são uma ferramenta essencial na agricultura para planejar o uso do solo, sistemas de irrigação e drenagem, e para evitar a erosão. As curvas de nível ajudam a determinar as melhores práticas de cultivo em terrenos inclinados.

O tipo de agricultura descrito, que combina técnicas avançadas de jardinagem com mão de obra qualificada para o cultivo do arroz, pode ser mais adequadamente classificado como intensiva. Existem várias razões para esta classificação, as quais justificam essa abordagem como intensiva:

1. Uso Eficiente do Solo: A preparação meticulosa do solo, a criação de canteiros elevados ou camas de plantio, e a gestão cuidadosa da água refletem uma tentativa de maximizar a produtividade por unidade de área. A agricultura intensiva visa obter o maior rendimento possível do solo disponível.

2. Entrada de Recursos: Esse método de cultivo requer investimentos significativos em termos de mão de obra qualificada, sementes de alta qualidade, sistemas de irrigação controlada, e práticas sustentáveis de manejo de pragas e doenças. A agricultura intensiva é caracterizada pelo alto nível de entrada de recursos para aumentar a produtividade.

3. Tecnologia e Conhecimento Especializado: A aplicação de conhecimentos especializados em agronomia, uso de tecnologias de irrigação e controle biológico de pragas indicam uma abordagem técnica e científica no manejo das culturas. A agricultura intensiva frequentemente se baseia no uso intensivo de tecnologias e conhecimento especializado para otimizar a produção.

4. Sustentabilidade e Conservação de Recursos: Embora a agricultura intensiva muitas vezes seja criticada por seus impactos ambientais, o modelo descrito mostra uma tentativa de equilibrar alta produtividade com práticas sustentáveis, como a conservação da água e o manejo integrado de pragas, o que é um aspecto progressivo da agricultura intensiva focada na sustentabilidade.

5. Foco na Produtividade: A ênfase em obter a máxima produção possível, utilizando práticas que garantam a saúde e a produtividade das plantas, é um traço distintivo da agricultura intensiva. O objetivo é aumentar a eficiência produtiva para atender à demanda de mercado.

Dinâmica do Relevo e Impacto nas Inundações na região

O relevo do Rio Grande do Sul é caracterizado por sua diversidade, apresentando áreas mais altas e mais baixas que influenciam diretamente no escoamento das águas, especialmente em períodos de chuvas intensas. No norte do estado, destaca-se o Planalto Norte Rio-Grandense, também conhecido como Serra Gaúcha, onde se localizam cidades turísticas como Gramado e Canela. Essa região, sendo uma das mais altas, atua como uma área de nascente para diversos rios.

Segue-se uma área de depressão, que marca uma transição para outra região elevada, o Planalto Sul-Rio-Grandense. Ao sul, estende-se uma ampla planície litorânea, onde se situa Porto Alegre, a capital do estado. Essa configuração topográfica é crucial para entender como o relevo influencia no processo de inundações, uma vez que as águas das chuvas e os rios, seguindo a gravidade, fluem das áreas mais altas em direção às mais baixas.

Os principais rios, como o Jacuí, o Caí, o das Antas e o Pardo, nascem nas regiões elevadas e seguem em direção à planície, onde se encontra Porto Alegre, desaguando no Guaíba e, posteriormente, na Lagoa dos Patos. Este movimento cria uma espécie de funil, direcionando um grande volume de água para a capital e suas adjacências, o que pode levar a inundações significativas, especialmente em períodos de chuvas volumosas.

Ações sobre as inundações no Rio Grande do Sul:

As inundações no Rio Grande do Sul, particularmente em Porto Alegre, são fenômenos recorrentes que podem ser exacerbados pela configuração do relevo estadual. A dinâmica de escoamento das águas é diretamente influenciada pela alternância de áreas mais altas e mais baixas, fazendo com que, em eventos de chuvas intensas, os rios transbordem, especialmente na região da planície litorânea, onde a água tende a se acumular.

A situação é agravada pelo fato de que a região de Porto Alegre funciona como uma área de confluência para os rios que descem das partes mais altas do estado, aumentando o volume de água que chega à cidade e à Laguna dos Patos. Historicamente, Porto Alegre já enfrentou inundações significativas, com níveis de água excepcionalmente altos.

Explicando:

Essa região foi devastada por enchentes que destruíram cidades inteiras. Tudo isso ocorre devido a um grave desafio geográfico e a eventos climáticos extremos. Então, isso acontece por conta da localização geográfica e como ela impulsiona catástrofes como essas. O nosso planeta é dividido em zonas climáticas: as tropicais, as temperadas e as polares. As zonas tropicais geram massas de ar quente e, perto dos polos, formam-se massas de ar frio. O Rio Grande do Sul está exatamente na transição dessas zonas, em uma região subtropical, e é aí que o desafio começa. No final de abril de 2024, uma massa de ar frio vinda da Argentina movia-se em direção ao norte. Mas, por semanas, outra massa, de ar quente, dominava completamente o Brasil. Quando essa massa de ar frio se chocou com a de ar quente, não houve mistura. A massa de ar quente foi empurrada para cima, formando assim uma frente fria. À medida que o ar quente sobe, ele esfria rapidamente, dando origem a nuvens, especialmente do tipo cumulonimbus, frequentemente associadas a fortes precipitações, ou seja, mais chuvas. Eventos climáticos extremos como esse são anormais. 

O Rio Grande do Sul torna-se um foco de catástrofes climáticas. Isso porque o Rio Grande do Sul possui dezenas de bacias hidrográficas, com rios que deságuam no mesmo local. Mas as mais afetadas, são as localizadas no vale do Taquari e na bacia do Rio Taquari-Antas. A bacia estende-se por 530 quilômetros desde as nascentes, com 390 quilômetros no Rio das Antas e 140 no Rio Taquari. Como as chuvas aumentaram significativamente na região, os rios consequentemente transbordaram. O vale do Taquari foi o mais afetado por uma característica geográfica intrínseca ao Rio Grande do Sul e ao Brasil. O Planalto Atlântico é uma formação de uma grande área plana e alta, cerca de 300 a 2.000 metros acima do nível do mar. Junto ao Planalto Atlântico, o Planalto Meridional compõe a geografia do Brasil. Ambos alcançam seu fim no Rio Grande do Sul, onde estão localizados os planaltos do norte do estado. O Rio das Antas e o Rio Taquari, por sua vez, acompanham o planalto e desembocam nas regiões mais planas do estado. No entanto, ao longo de seu curso, os rios atravessam centenas de vales, onde se situam dezenas de cidades. Por exemplo, a cidade de Muçum, com o Rio Taquari correndo paralelo a ela. Outra descrição é de Roca Sales, e há também uma de Encantado. Assim, o Rio Taquari corre paralelo a dezenas de cidades. O efeito disso é que, como as cidades estão a poucos metros dos rios, quando a água sobe devido às intensas chuvas, isso leva a um aumento do nível da água. Nesse caso, o nível subiu além do esperado, atingindo a cidade. E, como a maioria das cidades dessa região está em um vale, a água muitas vezes não tem para onde escoar, ficando retida na região, dentro do vale, exatamente onde estão as cidades.

A situação piora em Porto Alegre, a capital do estado, pois é uma região extremamente propensa a alagamentos. Historicamente, a enchente de 1941 atingiu todo o Rio Grande do Sul. Apesar disso, Porto Alegre foi uma das cidades mais afetadas, em função de sua posição geográfica às margens do Lago Guaíba. No total, setenta mil habitantes ficaram desabrigados, quase um quarto da população de Porto Alegre na época, que era de duzentos e setenta mil habitantes. Cerca de seiscentas empresas suspenderam as atividades e os prejuízos foram calculados, em 1941, em cinquenta milhões de dólares. Porto Alegre tem uma extensa lista de enchentes, como as de 1833, 1914, 1928, 1941, 1984, 2002, 2015, 2017, 2026, 2023 e, agora, em 2024. Foi por isso que, em 1974, concluiu-se a construção do Muro da Mauá para tentar proteger Porto Alegre das inundações. Mas por que exatamente isso acontece em Porto Alegre? A resposta é bem simples. A maioria dos rios deságuam no Lago Guaíba, que cerca Porto Alegre. Como é muita água e ela fica represada no lago, acaba inundando a cidade, já que, após o lago, está a Laguna dos Patos, e a única saída para toda essa água é pela cidade de Rio Grande, no extremo sul, onde a lagoa se conecta com o Oceano Atlântico. Toda essa água fica retida próximo a Porto Alegre até que possa escoar para o Atlântico. E é por conta desses problemas que Porto Alegre é tão afetada, além, é claro, de sua altitude quase ao nível do mar e de a cidade estar localizada em uma região de mangues. É por essa sequência de fatores que, atualmente, o Rio Grande do Sul está enfrentando uma das piores catástrofes naturais da história.

Para mitigar os impactos dessas inundações, é necessário um planejamento urbano e ambiental que considere a topografia e a hidrografia da região. Medidas como a canalização de rios, aumento da profundidade dos leitos fluviais e a criação de áreas de absorção de água podem ajudar a controlar o fluxo de água em direção às áreas mais baixas. Contudo, essas intervenções devem ser realizadas com responsabilidade e baseadas em conhecimento técnico, para não alterar de forma prejudicial a dinâmica natural dos rios e do ecossistema local. O planejamento deve visar o bem-estar da população e a sustentabilidade ambiental, priorizando soluções que conciliem o desenvolvimento urbano com a preservação dos recursos naturais.

Os meteorologistas e o poder público desempenham papéis cruciais na prevenção e mitigação dos impactos de catástrofes naturais, como as inundações em Porto Alegre e região. A seguir, detalham-se ações e estratégias que podem ser adotadas por esses atores antes da ocorrência de eventos extremos:

Ações dos Meteorologistas:

1. Monitoramento e Previsão Precisos: Utilizar tecnologias avançadas para monitorar padrões climáticos e prever eventos extremos com a maior antecedência possível. Isso inclui o uso de satélites, radares e modelos climáticos computadorizados.

2. Alertas Antecipados: Emitir alertas e comunicados de risco para as autoridades e a população assim que houver indicação de possíveis inundações, permitindo preparações e evacuações preventivas.

3. Comunicação Efetiva: Trabalhar em conjunto com os meios de comunicação e plataformas digitais para disseminar informações claras e precisas sobre os riscos, orientações de segurança e medidas de evacuação.

4. Educação Pública: Participar de campanhas de educação pública sobre os riscos de inundações e como a população deve se preparar e reagir em tais situações.

Ações do Poder Público:

1. Planejamento Urbano e Ordenamento Territorial: Implementar políticas de uso do solo que restrinjam construções em áreas de alto risco de inundação e promovam a preservação de áreas verdes e sistemas de drenagem naturais.

2. Infraestrutura de Prevenção: Investir em infraestrutura hídrica, como barragens de controle, sistemas de drenagem urbana aprimorados, canais de desvio e bacias de retenção para controlar o escoamento das águas pluviais e dos rios.


O relevo do Rio Grande do Sul é caracterizado por sua diversidade, apresentando áreas mais altas e mais baixas que influenciam diretamente no escoamento das águas, especialmente em períodos de chuvas intensas. No norte do estado, destaca-se o Planalto Norte Rio-Grandense, também conhecido como Serra Gaúcha, onde se localizam cidades turísticas como Gramado e Canela. Essa região, sendo uma das mais altas, atua como uma área de nascente para diversos rios.

Segue-se uma área de depressão, que marca uma transição para outra região elevada, o Planalto Sul-Rio-Grandense. Ao sul, estende-se uma ampla planície litorânea, onde se situa Porto Alegre, a capital do estado. Essa configuração topográfica é crucial para entender como o relevo influencia no processo de inundações, uma vez que as águas das chuvas e os rios, seguindo a gravidade, fluem das áreas mais altas em direção às mais baixas.

Os principais rios, como o Jacuí, o Caí, o das Antas e o Pardo, nascem nas regiões elevadas e seguem em direção à planície, onde se encontra Porto Alegre, desaguando no Guaíba e, posteriormente, na Lagoa dos Patos. Este movimento cria uma espécie de funil, direcionando um grande volume de água para a capital e suas adjacências, o que pode levar a inundações significativas, especialmente em períodos de chuvas volumosas.

Ações sobre as inundações no Rio Grande do Sul:

As inundações no Rio Grande do Sul, particularmente em Porto Alegre, são fenômenos recorrentes que podem ser exacerbados pela configuração do relevo estadual. A dinâmica de escoamento das águas é diretamente influenciada pela alternância de áreas mais altas e mais baixas, fazendo com que, em eventos de chuvas intensas, os rios transbordem, especialmente na região da planície litorânea, onde a água tende a se acumular.

A situação é agravada pelo fato de que a região de Porto Alegre funciona como uma área de confluência para os rios que descem das partes mais altas do estado, aumentando o volume de água que chega à cidade e à Laguna dos Patos. Historicamente, Porto Alegre já enfrentou inundações significativas, com níveis de água excepcionalmente altos.

Explicando:

Essa região foi devastada por enchentes que destruíram cidades inteiras. Tudo isso ocorre devido a um grave desafio geográfico e a eventos climáticos extremos. Então, isso acontece por conta da localização geográfica e como ela impulsiona catástrofes como essas. O nosso planeta é dividido em zonas climáticas: as tropicais, as temperadas e as polares. As zonas tropicais geram massas de ar quente e, perto dos polos, formam-se massas de ar frio. O Rio Grande do Sul está exatamente na transição dessas zonas, em uma região subtropical, e é aí que o desafio começa. No final de abril de 2024, uma massa de ar frio vinda da Argentina movia-se em direção ao norte. Mas, por semanas, outra massa, de ar quente, dominava completamente o Brasil. Quando essa massa de ar frio se chocou com a de ar quente, não houve mistura. A massa de ar quente foi empurrada para cima, formando assim uma frente fria. À medida que o ar quente sobe, ele esfria rapidamente, dando origem a nuvens, especialmente do tipo cumulonimbus, frequentemente associadas a fortes precipitações, ou seja, mais chuvas. Eventos climáticos extremos como esse são anormais. 

O Rio Grande do Sul torna-se um foco de catástrofes climáticas. Isso porque o Rio Grande do Sul possui dezenas de bacias hidrográficas, com rios que deságuam no mesmo local. Mas as mais afetadas, são as localizadas no vale do Taquari e na bacia do Rio Taquari-Antas. A bacia estende-se por 530 quilômetros desde as nascentes, com 390 quilômetros no Rio das Antas e 140 no Rio Taquari. Como as chuvas aumentaram significativamente na região, os rios consequentemente transbordaram. O vale do Taquari foi o mais afetado por uma característica geográfica intrínseca ao Rio Grande do Sul e ao Brasil. O Planalto Atlântico é uma formação de uma grande área plana e alta, cerca de 300 a 2.000 metros acima do nível do mar. Junto ao Planalto Atlântico, o Planalto Meridional compõe a geografia do Brasil. Ambos alcançam seu fim no Rio Grande do Sul, onde estão localizados os planaltos do norte do estado. O Rio das Antas e o Rio Taquari, por sua vez, acompanham o planalto e desembocam nas regiões mais planas do estado. No entanto, ao longo de seu curso, os rios atravessam centenas de vales, onde se situam dezenas de cidades. Por exemplo, a cidade de Muçum, com o Rio Taquari correndo paralelo a ela. Outra descrição é de Roca Sales, e há também uma de Encantado. Assim, o Rio Taquari corre paralelo a dezenas de cidades. O efeito disso é que, como as cidades estão a poucos metros dos rios, quando a água sobe devido às intensas chuvas, isso leva a um aumento do nível da água. Nesse caso, o nível subiu além do esperado, atingindo a cidade. E, como a maioria das cidades dessa região está em um vale, a água muitas vezes não tem para onde escoar, ficando retida na região, dentro do vale, exatamente onde estão as cidades.

A situação piora em Porto Alegre, a capital do estado, pois é uma região extremamente propensa a alagamentos. Historicamente, a enchente de 1941 atingiu todo o Rio Grande do Sul. Apesar disso, Porto Alegre foi uma das cidades mais afetadas, em função de sua posição geográfica às margens do Lago Guaíba. No total, setenta mil habitantes ficaram desabrigados, quase um quarto da população de Porto Alegre na época, que era de duzentos e setenta mil habitantes. Cerca de seiscentas empresas suspenderam as atividades e os prejuízos foram calculados, em 1941, em cinquenta milhões de dólares. Porto Alegre tem uma extensa lista de enchentes, como as de 1833, 1914, 1928, 1941, 1984, 2002, 2015, 2017, 2026, 2023 e, agora, em 2024. Foi por isso que, em 1974, concluiu-se a construção do Muro da Mauá para tentar proteger Porto Alegre das inundações. Mas por que exatamente isso acontece em Porto Alegre? A resposta é bem simples. A maioria dos rios deságuam no Lago Guaíba, que cerca Porto Alegre. Como é muita água e ela fica represada no lago, acaba inundando a cidade, já que, após o lago, está a Laguna dos Patos, e a única saída para toda essa água é pela cidade de Rio Grande, no extremo sul, onde a lagoa se conecta com o Oceano Atlântico. Toda essa água fica retida próximo a Porto Alegre até que possa escoar para o Atlântico. E é por conta desses problemas que Porto Alegre é tão afetada, além, é claro, de sua altitude quase ao nível do mar e de a cidade estar localizada em uma região de mangues. É por essa sequência de fatores que, atualmente, o Rio Grande do Sul está enfrentando uma das piores catástrofes naturais da história.

Para mitigar os impactos dessas inundações, é necessário um planejamento urbano e ambiental que considere a topografia e a hidrografia da região. Medidas como a canalização de rios, aumento da profundidade dos leitos fluviais e a criação de áreas de absorção de água podem ajudar a controlar o fluxo de água em direção às áreas mais baixas. Contudo, essas intervenções devem ser realizadas com responsabilidade e baseadas em conhecimento técnico, para não alterar de forma prejudicial a dinâmica natural dos rios e do ecossistema local. O planejamento deve visar o bem-estar da população e a sustentabilidade ambiental, priorizando soluções que conciliem o desenvolvimento urbano com a preservação dos recursos naturais.

Os meteorologistas e o poder público desempenham papéis cruciais na prevenção e mitigação dos impactos de catástrofes naturais, como as inundações em Porto Alegre e região. A seguir, detalham-se ações e estratégias que podem ser adotadas por esses atores antes da ocorrência de eventos extremos:

Ações dos Meteorologistas:

1. Monitoramento e Previsão Precisos: Utilizar tecnologias avançadas para monitorar padrões climáticos e prever eventos extremos com a maior antecedência possível. Isso inclui o uso de satélites, radares e modelos climáticos computadorizados.

2. Alertas Antecipados: Emitir alertas e comunicados de risco para as autoridades e a população assim que houver indicação de possíveis inundações, permitindo preparações e evacuações preventivas.

3. Comunicação Efetiva: Trabalhar em conjunto com os meios de comunicação e plataformas digitais para disseminar informações claras e precisas sobre os riscos, orientações de segurança e medidas de evacuação.

4. Educação Pública: Participar de campanhas de educação pública sobre os riscos de inundações e como a população deve se preparar e reagir em tais situações.

Ações do Poder Público:

1. Planejamento Urbano e Ordenamento Territorial: Implementar políticas de uso do solo que restrinjam construções em áreas de alto risco de inundação e promovam a preservação de áreas verdes e sistemas de drenagem naturais.

2. Infraestrutura de Prevenção: Investir em infraestrutura hídrica, como barragens de controle, sistemas de drenagem urbana aprimorados, canais de desvio e bacias de retenção para controlar o escoamento das águas pluviais e dos rios.

Por Lúcia Helena Barbosa Ávila (lucinhahb)


domingo, 15 de outubro de 2023

"Hamas e Israel: Decifrando o Conflito Palestino"

Gaza, Faixa, Palestina













Nem sempre as coisas são como aparentam! É por isso que a investigação e a busca por diversas fontes confiáveis são de extrema importância. Dessa maneira, as opiniões serão embasadas e mais justas em relação aos fatos.

Analisando mais profundamente a questão: 

A ideologia do Hamas inclui elementos políticos, religiosos e militares, e seu objetivo declarado inclui a resistência à ocupação israelense e a busca de um Estado palestino independente. No entanto, a natureza dessa resistência, muitas vezes envolvendo o uso da força militar, tem sido uma fonte de controvérsia.

O Hamas é frequentemente descrito como um grupo islâmico e suas políticas são influenciadas pela interpretação do Islã que eles seguem. Sua ideologia inclui a rejeição do Estado de Israel e a insistência na soberania palestina sobre toda a terra historicamente conhecida como Palestina.

A forma como o Hamas busca alcançar esses objetivos, incluindo o uso de táticas militares e governança na Faixa de Gaza, tem sido alvo de críticas. Algumas pessoas argumentam que suas abordagens podem ser autoritárias e não estão em linha com princípios democráticos. Outras veem o Hamas como uma resposta à falta de progresso nas negociações de paz e como uma expressão da frustração palestina.

É crucial distinguir entre a liderança política do Hamas e a população palestina em geral. Nem todos os palestinos apoiam o Hamas, e há uma diversidade significativa de opiniões dentro da comunidade palestina sobre a melhor abordagem para alcançar uma resolução do conflito.

Os objetivos do Hamas são diferentes dos objetivos da população de Gaza, e dos palestinos como um todo. 

Pesquisas destacam a complexidade das dinâmicas dentro da Faixa de Gaza e da percepção da população em relação ao Hamas. Mostram que a opinião pública não é homogênea, e há uma diversidade de perspectivas e sentimentos em relação ao grupo.

O medo de criticar o Hamas pode refletir a natureza autoritária de seu controle na Faixa de Gaza, enquanto o desejo por mudanças na retórica anti-Israel pode indicar uma desconexão entre as prioridades percebidas da liderança do Hamas e as aspirações da população

A questão da corrupção dentro das instituições do Hamas é uma preocupação séria e pode afetar negativamente a confiança da população na liderança. Isso destaca os desafios enfrentados por organizações que tentam governar em meio a conflitos prolongados e condições difíceis 

Além disso, relatórios de abusos de direitos humanos dentro da Faixa de Gaza, incluindo alegações contra o Hamas, são preocupantes e apontam para a necessidade de uma atenção cuidadosa aos direitos e bem-estar da população. 

Essa diversidade de opiniões e experiências destaca a importância de se abordar o conflito israelo-palestino e as questões relacionadas de maneira holística, considerando as preocupações legítimas da população, a governança responsável e a busca por soluções justas e sustentáveis.

Por: Lúcia Helena Barbosa Ávila / Lucinhahb

Fontes bibliográficas: 

Livro:

  • Lajst, André. Hamas: Política, Carisma e Terror. 2015.

Artigo Acadêmico:

  • Braga, Maria do Socorro. "O Hamas e a Política Externa Palestina." Revista Brasileira de Política Internacional, 2018.

Livro:

  • Zero, Marcelo. Conflitos Internacionais do Século XXI: Israel e Palestina. 2019.

Artigo Científico:

  • Oliveira, Camila. "Dinâmicas Políticas na Faixa de Gaza: Uma Análise da Influência do Hamas." Caderno CRH, 2017.

Livro:

  • Gelvin, James L. O Conflito Israel-Palestina: Uma Introdução. 2019.

Artigo de Opinião:

  • Xavier, Luiza. "O Hamas e as Perspectivas de Paz no Oriente Médio." Jornal de Relações Internacionais, 2020.

Livro:

  • Scalércio, Márcio. Israel e Palestina: O Espelho das Duas Faces. 2016.

Artigo Acadêmico:

  • Santos, Carolina. "Governança e Desafios Políticos na Faixa de Gaza." Revista de Estudos Internacionais, 2018.

Livro: Tavares, Rui. 

  • Além do Conflito: Reflexões sobre Israel e Palestina. 2017.

Artigos Científicos:

  • Lima, Renata. "Direitos Humanos na Faixa de Gaza: Um Estudo de Caso sobre Abusos e Desafios." Revista de Direitos Humanos, 2019:

  • RIBEIRO, Laura Aízys Mafra. Táticas Utilizadas pelo Hamas para Conter as Ocupações Israelenses na Palestina: Análise com Base nas Convenções de Genebra. Florianópolis, 2022.


Saiba mais: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cz97v20dv4eo 

https://www.intercept.com.br/2023/10/08/israel-palestina-jornalismo-comete-erros-gaza-hamas/

sábado, 14 de outubro de 2023

Um conflito pela água? A questão árabe-israelense do ponto de vista dos recursos hídricos

Um dia para entrar na História. Sem dúvida alguma, o 07 de outubro de 2023 marcou mais um triste capítulo no conflito árabe-israelense quando o Hamas (grupo extremista palestino e que controla a Faixa de Gaza) promoveu um ataque surpresa à Israel e com armas e mísseis de alta tecnologia. Episódio este que vem sendo chamado de "11 de setembro israelense", para alguns, ou "Terceira Intifada", para outros.

Em resposta, o governo de Israel vem desde então promovendo uma contraofensiva ao Hamas em um declarado estado de guerra, deixando um rastro de destruição ainda maior e levando à fuga ou até a morte de milhares de civis - de ambos os lados do conflito. Não se quer, aqui, fazer juízo de valor no sentido de apontar um lado "certo" ou "errado", mas, antes de qualquer análise, vale pontuar que repudiamos qualquer ato de violência, vindo de ambos os lados, que vitime populações civis.

Objetiva-se aqui, entretanto, tratar da importante questão da escassez de água a qual possui implicações no conflito árabe-israelense e na Questão Palestina.

Isso porque, em uma região do globo onde predomina condições climáticas desérticas como o Oriente Médio, a água torna-se um recurso ainda mais precioso e, consequentemente, fonte de conflito. Portanto, mais do que nunca, os conflitos pela água são uma realidade cada vez mais frequente em um mundo que vem sofrendo com as consequências do aquecimento global e da mudança do clima.

Um destes "conflitos pela água" é o conflito árabe-israelense! Isso mesmo, o conflito, que carrega consigo disputas históricas entre árabes (palestinos) e judeus (israelenses) e cujas suas diferentes religiões são um combustível a mais nas tensões, tem a disputa pelo controle das reservas de água da região mais um agravante para a paz definitiva na região. Afinal, não é apenas de petróleo que a economia e a sociedade sobrevivem, a água é crucial para a esmagadora maioria das atividades humanas.

No caso do conflito árabe-israelense, a disputa pela água tem como marco a Guerra dos Seis Dias, ocorrida no ano de 1967, quando Israel invade territórios de nações árabes. Isso se dá devido aos países árabes terem travado, alguns anos antes, a Guerra da Independência, pró Palestina, por não reconhecerem a criação de Israel pela ONU em 1947-48.

A bacia do rio Jordão.
Voltando ainda mais no tempo, após a Segunda Guerra Mundial e os horrores enfrentados pelos judeus durante o "holocausto", as Nações Unidas determinou a criação de dois Estados: o Estado Judeu e o Estado Palestino, ambos na chamada "Terra Santa" - Jerusalém, a cidade sagrada para as três grandes religiões monoteístas, ficara sob jurisdição internacional. No entanto, na prática, as fronteiras entre os dois Estados nunca foram totalmente respeitadas e são, como podem acompanhar, alvo de tensões até os dias atuais.

Retomando a questão da água, é na Guerra dos Seis Dias que Israel conquista a Península do Sinai (hoje retomada pelo Egito), a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã (parte do território da Síria) e, diga-se de passagem, é aí que 'mora o perigo'. Acontece que as terras tomadas pela guerra, especialmente as da Cisjordânia e Colinas de Golã, deram a Israel acesso às cabeceiras do rio Jordão, assim como o controle de importantes reservas de águas subterrâneas (aquíferos), aumentando os seus recursos hídricos em quase 50%.

A Figura acima ilustra a bacia do rio Jordão, das áreas de nascente no sul do Líbano e Colinas de Golã até desaguar na depressão do mar Morto, fazendo um comparativo aos territórios que Israel vem anexando - muitos de forma ilegal - nas últimas décadas.

Para tanto, fica evidente o quanto o rio Jordão e seus afluentes são fonte permanente de tensão entre os países drenados por eles, sobretudo Israel e Palestina. Considerando que, para Israel, a água é um problema de segurança nacional, isso constitui, por si só, um dos maiores obstáculos para que se chegue a um acordo de paz com os palestinos.

A falta de água ameaça o futuro próximo de Israel, pois são necessários volumes crescentes para garantir a agricultura irrigada no deserto de Neguev, ao sul do país, a expansão urbana e a política de assentamentos de colonos, sobretudo na Cisjordânia ocupada.

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Por: Vitor Colleto dos Santos.


ENTENDENDO O A GUERRA NA UCRÂNIA

 







Guerra, Soldados, Pára-Quedas





Pós-Segunda Guerra Mundial e Criação da ONU: Após o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a necessidade de evitar conflitos globais levou à criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945. A ONU buscava promover a cooperação internacional, a segurança e o desenvolvimento econômico. Seus membros originais incluíam as principais potências vitoriosas, como Estados Unidos, União Soviética, China, Reino Unido e França.

Guerra Fria e Desagregação da União Soviética: emergiu como um conflito ideológico e geopolítico entre os Estados Unidos e a União Soviética, caracterizado por rivalidades políticas, militares e econômicas, mas sem confronto direto. Durante esse período, houve uma corrida armamentista, divisão do mundo em blocos liderados pelos EUA e URSS, além de conflitos em várias regiões, como a Guerra do Vietnã e a Guerra da Coreia.

A União Soviética desintegrou-se em 1991, marcando o fim da Guerra Fria. Países anteriormente sob sua influência, como Ucrânia, Bielorrússia e os estados bálticos, tornaram-se independentes. A Rússia emergiu como a principal sucessora da União Soviética.

China, Taiwan e Relações com os Estados Unidos: Após a Revolução Comunista na China em 1949, o governo nacionalista de Chiang Kai-shek recuou para Taiwan, mantendo-se como a República da China. Desde então, a República Popular da China (RPC) reivindica Taiwan como parte de seu território, resultando em uma situação complexa.

Os Estados Unidos, durante grande parte da Guerra Fria, mantiveram relações diplomáticas com Taiwan. No entanto, em 1979, os EUA reconheceram oficialmente a RPC como o governo legítimo da China, estabelecendo relações diplomáticas com Pequim. Embora os EUA continuem a fornecer apoio a Taiwan, a questão permanece delicada.

Rússia e Sua Ideologia Territorial: A Rússia, sucedendo a União Soviética, mantém uma forte ênfase em sua identidade cultural e territorial. O governo russo tem reivindicado territórios historicamente considerados parte do império russo e da União Soviética. Essa abordagem reflete a importância da cultura russa e a vontade de manter uma influência significativa na região.

Estados Unidos e Expansão Territorial: Historicamente, a expansão territorial tem sido uma característica da história dos Estados Unidos, desde a conquista do oeste até as aquisições territoriais. No cenário global contemporâneo, os interesses dos Estados Unidos se estendem à influência geopolítica, economicamente e militarmente, buscando manter uma posição de liderança internacional.

Esses eventos destacam as complexas dinâmicas das relações internacionais, onde ideologias, identidades culturais e aspirações territoriais desempenham papéis cruciais na formulação de políticas e decisões geopolíticas.

Estados Unidos e OTAN: têm expressado apoio à Ucrânia, condenando as ações da Rússia na Crimeia e no leste da Ucrânia. A OTAN, em particular, reforçou a presença militar em alguns países do leste europeu como uma medida de dissuasão contra possíveis agressões russas.

Rússia: tem interesses históricos e estratégicos na Ucrânia, especialmente devido à população russa étnica significativa na Crimeia. Além disso, o controle sobre portos estratégicos no Mar Negro é vital para a projeção de poder russo. A anexação da Crimeia em 2014 e o apoio a grupos separatistas no leste da Ucrânia são vistos por muitos como tentativas de proteger esses interesses.

China: em geral, adota uma postura neutra no conflito entre Rússia e Ucrânia. A China enfatiza o respeito à soberania e integridade territorial, mas também mantém relações pragmáticas com a Rússia. Os interesses econômicos e parcerias estratégicas podem influenciar a posição chinesa.

Partidos na Ucrânia: Internamente, a Ucrânia tem diferentes partidos com perspectivas variadas sobre a relação com a Rússia. Partidos pró-ocidentais buscam uma maior integração com a União Europeia e a OTAN, enquanto outros podem ter visões mais pró-Rússia ou preferir um equilíbrio diplomático.

Partidos na Rússia: Na Rússia, os partidos geralmente apoiam as políticas do governo central. As ações na Ucrânia são frequentemente justificadas sob a narrativa de proteger os direitos das populações de língua russa e os interesses estratégicos russos na região.

A situação entre Rússia e Ucrânia destaca a complexidade das relações internacionais, onde uma variedade de interesses geopolíticos, históricos e estratégicos se entrelaçam. A busca por soluções pacíficas e diplomáticas é crucial para mitigar as tensões e promover a estabilidade na região. 

A comparação entre o Exército Russo e o Exército dos Estados Unidos: envolve uma análise de diversos aspectos, incluindo tamanho, orçamento, tecnologia, treinamento e projeção global. Aqui estão algumas comparações em diferentes áreas:

1. Tamanho:

O Exército Russo é conhecido por ter um contingente militar significativo, sendo um dos maiores exércitos do mundo em termos de pessoal ativo.

O Exército dos Estados Unidos também é extenso, mas com um número total de efetivos inferior ao russo. No entanto, os EUA têm uma presença militar global substancial com bases em todo o mundo.

2. Orçamento Militar:

Os Estados Unidos têm o maior orçamento militar do mundo. Isso permite investimentos significativos em tecnologia, treinamento e modernização.

O orçamento militar russo é substancial, mas é menor em comparação com os Estados Unidos. A Rússia tem enfrentado desafios na modernização de suas forças armadas devido a restrições financeiras.

3. Tecnologia Militar:

Os Estados Unidos lideram em termos de tecnologia militar avançada. Possuem uma ampla gama de aeronaves, veículos, e sistemas de comunicação e armamentos de ponta.

A Rússia também possui tecnologia militar avançada, especialmente em áreas como sistemas de mísseis e defesa antiaérea. No entanto, algumas áreas podem estar atrás dos EUA em termos de inovação e modernização.

4. Projeção Global:

Os Estados Unidos têm uma presença militar global substancial, com bases em vários países e a capacidade de realizar operações em diversas regiões do mundo.

A Rússia tem procurado expandir sua presença global, especialmente na Síria e em outras regiões estratégicas. No entanto, sua presença é geralmente mais limitada em comparação com os Estados Unidos.

5. Treinamento e Profissionalismo:

Ambos os exércitos têm padrões elevados de treinamento e profissionalismo. Os soldados dos EUA passam por um treinamento abrangente, e as forças especiais são reconhecidas internacionalmente. O Exército Russo também tem uma tradição militar sólida, com soldados bem treinados, embora algumas questões, como a corrupção, tenham sido apontadas como desafios.

6. Capacidade Nuclear:

Ambos os países têm arsenais nucleares significativos. Tanto os Estados Unidos quanto a Rússia são considerados potências nucleares.

É importante observar que, além dos aspectos quantitativos e qualitativos, a eficácia dos exércitos em diferentes contextos também depende da estratégia, liderança e capacidade de adaptação às mudanças nas ameaças globais. Essa comparação fornece uma visão geral, mas as nuances são complexas.

É DE SUMA IMPORTÂNCIA abordar a falta de preparo do Exército Russo em alguns aspectos, reconhecendo que, apesar de suas dimensões significativas e recursos consideráveis, existem desafios e limitações em certas áreas.

Modernização Tecnológica Limitada: O Exército Russo enfrentou obstáculos na modernização de sua tecnologia militar. Em comparação com os Estados Unidos, a Rússia tem lutado para manter o mesmo nível de inovação em áreas como sistemas de comunicação, cibersegurança e armamentos avançados.

Desafios Logísticos: A logística é uma área em que o Exército Russo tem enfrentado desafios. A vastidão do território russo e as condições climáticas extremas podem representar obstáculos significativos para o deslocamento eficiente de tropas e recursos, especialmente em cenários de guerra.

Corrupção e Desafios Internos: A corrupção dentro do sistema militar russo tem sido uma preocupação. Questões como corrupção podem afetar negativamente a eficácia operacional, a manutenção de equipamentos e a eficiência geral das forças armadas.

Treinamento e Adaptação: Enquanto o Exército Russo mantém padrões tradicionalmente elevados de treinamento, a capacidade de se adaptar a novas táticas e estratégias pode ser um desafio. A falta de experiência em operações conjuntas e integradas, especialmente em ambientes multinacionais, pode limitar a eficácia em cenários modernos.

É importante reconhecer que essas limitações não diminuem necessariamente a força global do Exército Russo, mas destacam áreas em que melhorias são necessárias. A modernização e a abordagem de questões internas são aspectos cruciais para qualquer exército enfrentar os desafios do cenário internacional em constante evolução. 

Exército da China: A China possui o maior exército do mundo em termos de pessoal ativo. Abaixo estão alguns pontos notáveis sobre o Exército de Libertação do Povo (PLA) chinês:

Tamanho e Recursos: O PLA é notável por sua enorme força de trabalho, com milhões de militares. A China tem investido significativamente em modernização militar, incluindo tecnologia avançada, equipamentos e treinamento.

Capacidades Tecnológicas: A China tem feito avanços notáveis em tecnologia militar, desenvolvendo sistemas de mísseis, aeronaves e tecnologia cibernética. O país está focado em construir uma força militar capaz de operar em diversas dimensões, incluindo terrestre, marítima, aérea, cibernética e espacial.

Projeção de Poder: A China tem buscado aumentar sua presença global, construindo bases navais e estabelecendo uma presença mais robusta em regiões estratégicas.

Exército da Ucrânia: A Ucrânia, por sua vez, tem enfrentado desafios significativos em meio a tensões geopolíticas, particularmente com a Rússia. Alguns aspectos sobre as Forças Armadas da Ucrânia incluem:

Desafios e Limitações: A Ucrânia enfrentou desafios após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e o conflito no leste do país com grupos separatistas apoiados pela Rússia. Limitações orçamentárias têm afetado a modernização e a capacidade das Forças Armadas da Ucrânia.

Evolução e Modernização: Apesar das dificuldades, a Ucrânia tem buscado modernizar suas forças, investindo em treinamento e atualização de equipamentos. A cooperação internacional, incluindo o apoio de países ocidentais, têm desempenhado um papel importante na assistência à Ucrânia.

Participação em Operações de Paz: As Forças Armadas da Ucrânia participaram de missões de manutenção da paz em várias partes do mundo, contribuindo para operações de paz das Nações Unidas.

Ambos os países, China e Ucrânia, enfrentam desafios e oportunidades únicas em termos de suas forças armadas, moldadas por contextos geopolíticos distintos. Enquanto a China busca fortalecer sua presença global, a Ucrânia lida com desafios regionais e esforços para modernizar suas forças em meio a circunstâncias complexas.

OUT/10/2023

Por Lúcia Helena Barbosa Ávila (https://lucinhahb.blogspot.com/ )

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