Ganeses passam por
dificuldades para chegar até Caxias do Sul, RS
Os ganeses que chegam ao Brasil em busca de uma
vida melhor enfrentam inúmeras dificuldades até que o pedido de refúgio na
Polícia Federal seja aceito. Além da longa viagem e das dificuldades com o
idioma, muitos chegam a Caxias do Sul, na
Serra do Rio Grande do Sul, apenas com a roupa do corpo e uma mochila, após
gastar todas as economias da família com os custos de deslocamento e visto. Os gastos com a viagem, incluindo
passagem aérea, passagem de ônibus, e visto saem de R$ 1.642 até R$ 3.668. Os
ganeses fazem o trajeto pela Emirates Airlines ou pela Air Maroc. A primeira
sai de Acra, capital de Gana, com conexão em Dubai, nos Emirados Árabes sai por
R$ 1.350. A segunda opção de viagem, e mais cara, sai também de Acra e faz
conexão em Rabat, capital do Marrocos, e chega a R$ 3.375.
Alguns
ganeses que vieram com o visto da Copa do Mundo não pagaram nenhuma taxa para
obter permissão. Outros, que entraram com visto de turista, desembolsaram R$
112. Além desses gastos, os ganeses que chegam a São Paulo são orientados pelo
centro de atendimento a turistas no aeroporto a se dirigirem a um abrigo que
recebe africanos. Nesse alojamento, eles são informados de que em Caxias do Sul
é mais fácil de fazer os documentos para permanecer no Brasil. A viagem até a
Serra gaúcha sai de R$ 100 a R$ 190. Eles negam a existência de intermediários
e dizem que vieram por conta própria.
Os
estrangeiros chegam a São Paulo e procuram imediatamente um local para que
possam ficar. “A gente explica que é de Gana e não tem onde dormir”, revela um
ganês que não quis se identificar. Segundo os africanos, existe uma república
em São Paulo que permite que fiquem um ou dois dias. Entretanto, o tamanho da
capital paulista assusta, e eles descobrem as dificuldades de se locomover na
maior cidade do Brasil. "Foi difícil se achar em São Paulo. A cidade é
muito grande. Não tinha onde ficar, o que comer, ninguém falava inglês",
relata Bashiru Yakubu, de 28 anos.
Segundo as
autoridades, promessas de trabalho, facilidades para conseguir o protocolo de
refugiado e uma rede de assistência aos imigrantes são os principais atrativos
de Caxias do Sul para os ganeses que desembarcam em busca de uma nova vida no
Brasil, já que Gana vive uma crise econômica. A rapidez na emissão do protocolo
de refúgio na cidade da Serra atrai imigrantes de vários estados do país, como
Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Muitos chegam apenas para buscar o
documento, sem interesse em permanecer na cidade.
Aproveitando
o apelo da Copa do Mundo, os estrangeiros entraram no país com vistos de
turista, válidos por 90 dias e concedidos pela embaixada brasileira em Acra,
capital de Gana. Com o protocolo de asilo, eles podem permanecer legalmente no
país até que o pedido seja analisado pelo Comitê Nacional para Refugiados
(Conare), vinculado ao Ministério da Justiça.
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