sexta-feira, 22 de março de 2013

O fordismo e a sociedade de massas

Ford acreditava que o novo tipo de sociedade poderia ser construído simplesmente com a aplicação adequada ao poder corporativo. O propósito do dia de trabalho de oito horas e cinco dólares só em parte era obrigar o trabalhador a adquirir a disciplina necessária à operação de linha de assistentes sociais de montagem de alta produtividade. Era também dar aos trabalhadores renda e tempo de lazer suficientes para que consumissem os produtos produzidos em massa que as corporações estavam por fabricar em quantidades cada vez maiores.
Mas isso presumia que os trabalhadores soubessem como gastear seu dinheiro adequadamente. Por isso, em 1916, Ford enviou um exército da assistentes sociais aos lares dos trabalhadores "privilegiados" (em larga medida imigrantes) para ter certeza que o " novo homem" da produção de massa tinha o tipo certo de probidade moral, de vida familiar e de capacidade de consumo prudente (isto é, não alcoólico) e "racional" para corresponder às necessidades e expectativas da corporação. A experiência não durou muito tempo, mas a sua própria existência foi um sinal presciente dos profundos problemas sociais, psicológicos e políticos que o fordismo iria trazer.
Harvey, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.p.122.

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