quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Casa das Sete Mulheres

A Casa das Sete Mulheres foi uma minissérie brasileira produzida pela Rede Globo e exibida entre 7 de janeiro e 8 de abril de 2003, às 23 horas, totalizando 52 capítulos.
Foi escrita por Maria Adelaide Amaral e Walter Negrão, com colaboração de Lúcio Manfredi e Vincent Villari, baseada no romance homônimo da escritora gaúcha Letícia Wierzchowski, e dirigida por Teresa Lampreia, com direção geral de Jayme Monjardim e Marcos Schechtmann, e direção de núcleo de Jayme Monjardim.
A minissérie apresentou Eliane Giardini, Camila Morgado, Samara Felippo, Mariana Ximenes, Daniela Escobar, Nívea Maria e Bete Mendes como as Sete Mulheres, e ainda Thiago Lacerda, Giovanna Antonelli e Werner Schünemann, como os grandes heróis da Revolução Farroupilha, vivendo seus personagens figuras verídicas, que complementaram a história do país, sendo os mesmos, grandes ícones nacionais.

Diferenças entre a minissérie e o romance.
Na adaptação do romance de Letícia Wierzchowski para a televisão, os autores e a emissora tomaram algumas liberdades que, no entender de estudiosos da cultura gaúcha, foram excessivas, tais como:
  • No romance, enfatiza-se o caráter conservador na educação das filhas dos estancieiros gaúchos no século XIX, assim como a pobreza e rotina de seu cotidiano (especialmente na situação de confinamento em que se encontravam). Relacionamentos amorosos eram tratados com recato. Na minissérie, o comportamento das personagens femininas pouco se diferencia do comportamento das mulheres nas novelas ambientadas no Rio de Janeiro do século XXI.
  • O isolamento das sete mulheres é enfatizado no romance e é essencial para o desenvolvimento dramático e psicológico das personagens. Visitas eram esporádicas; os acontecimentos externos permaneciam distantes; só ficavam conhecidos por meio de cartas e mensageiros. Na minissérie, para manter o interesse do público, a casa é palco de frequentes encontros e festas, e as personagens se envolvem diretamente em episódios da revolução.
  • O relacionamento de Manuela e Garibaldi foi descaracterizado. No romance, ambos rompem porque Manuela, uma personagem real, não teve coragem de deixar a casa e acompanhá-lo. Sofreu o resto da vida por isso: nunca se casou e teve uma vida solitária, sendo apontada nas ruas de Pelotas, onde foi morar, como a noiva de Garibaldi. Além disso, no romance, Anita é apenas citada, mas não aparece. Da mesma forma, na minissérie, após o rompimento ter sido mostrado tal como no romance, Manuela, ao saber do novo relacionamento de Garibaldi, vai a seu encontro, enfrenta Anita e se envolve nos combates da Revolução Farroupilha. Sem transição, torna-se uma personagem forte e decidida. Toma a decisão que Garibaldi esperava dela, e no romance não teve coragem de tomar. Esta mudança não passou despercebida dos espectadores da minissérie, que, em centenas de cartas e mensagens eletrônicas, pediam aos autores que no final Garibaldi e Manuela ficassem juntos.
  • A personagem Maria Gonçalves, no romance, se mostra como uma mulher gentil e meiga, que ama o marido; na minissérie, é desagradável com as três filhas e com o filho Antônio (cuja existência é ignorada na minissérie).
  • No romance, Manuela tem cerca de 15 anos; na minissérie, Manuela aparenta ter, no mínimo, 22 anos. A ordem de nascimento no romance também foi alterada na minissérie: o mais velho é Antônio (o qual não aparece na minissérie), Rosário, Mariana e Manuela; na minisérie, Manuela é mais velha que Rosário, que é mais velha que Mariana. Da mesma forma, Caetano possui 15 anos no romance, enquanto na minissérie sua idade é 19 anos.

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